Capítulo 16.

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Marcus vira de primeira mão a destruição que " apai¬xonar-se" podia causar. Seu próprio pai apaixonara-se quando Marcus tinha seis anos, e deixara sua esposa — a mãe de Marcus — abandonando ela e seus dois filhos por causa daquele 'amor'. Ele destruíra a família deles e fez com que Marcus se sentisse traído e desolado. E, como não conseguira odiar seu pai que amara tanto, sua cabeça de seis anos de idade, ao invés disso, voltou seu ódio para o sentimento que fizera ele sair de casa.
Três semanas depois de sair de casa, o pai de Marcus morreu em um acidente — junto com sua amante. Mar¬cus chorara a morte do pai e prometera a si mesmo que nunca cometeria o mesmo erro de seu pai. Nunca, nunca se permitiria ficar apaixonado. Por causa disso, só na¬morava e dormia com mulheres sofisticadas e recém-divorciadas. Mulheres que gostavam de sexo e que eram socialmente conscientes, mulheres que entendiam as re¬gras do jogo — mulheres, em resumo, que eram completamente o oposto de Lucy.
Com o passar dos anos, a irritação e impaciência ini¬ciais que sentia por Lucy uniram-se para dar lugar a uma reação imediata que era ativada toda vez que a via, e intensificara-se a ponto de não acreditar que ela seria capaz de se casar com Nick Blayne.
Ela deveria ter visto quem Nick era. Mas obviamente ficara tão cega pelo 'amor para se importar com isso. Amor e desejo.
Irritação, impaciência, raiva — e, se fosse honesto consigo mesmo, talvez, um pouco de culpa?
Culpa? Pelo que deveria se sentir culpado? Não fora o responsável pelo casamento dela com Blayne, ou os acontecimentos catastróficos que se seguiram. Fizera tudo ao seu alcance para fazer com que Lucy não des¬truísse suas finanças, mas ela recusara-se a escutá-lo.
Mas, ridiculamente, ele realmente se sentia culpado. E, por alguma razão, isto fazia com que ele se sentisse ainda mais irritado e zangado com Lucy.
Agora estava implacavelmente determinado a prote¬ger o que sobrara de sua herança — da própria Lucy, se fosse necessário.
Ficou bem claro para ele que seu acanhamento origi¬nal e curiosidade sexual em relação a ele tornara-se res¬sentimento margeado por apreensão. Ele deixara claro que não seria persuadido a permitir que ela sacasse o que sobrara de seus fundos, não importando o tamanho da pressão que ela fizesse.
Prêt a Party estava sofrendo por ganância e má admi¬nistração. A única coisa que poderia salvá-la agora era uma injeção massiva de capital e mãos firmes em con¬trole.
Ele estivera de prontidão e observara — primeiro de forma avaliativa, depois relutantemente, e depois com uma admiração — fez da Prêt a Party um pequeno negó-cio muito bom, mesmo que continuasse a irritá-lo com seu quase agressivo antagonismo pós-paixonite em re¬lação a ele e sua recusa em escutar os conselhos dele.
Mas tudo isto fora antes da noite passada! Levar Lucy para cama era a última coisa que tinha em mente quando a tirou da festa.
Mas ele levara. E agora...
Ele tinha quase trinta e cinco anos — uma idade na qual todos os seus antepassados já tinham se casado e eram pais de um herdeiro que iria tomar conta do banco da família. Como nunca se apaixonara, era difícil para Marcus imaginar como era "estar apaixonado". Propositalmente, escolhera relacionamentos que o permitiam evitar o casamento, mas, ao mesmo tempo, sabia que ti¬nha de se casar. Precisava de uma esposa e de um her¬deiro.
Encontrar uma esposa não seria um problema, mas achar o tipo certo de esposa — que se adaptaria ao seu estilo de vida e entenderia seus deveres e responsabilidades. Especialmente, quando o tipo de casamento que queria era baseado mais na praticidade do que na emoção.
Estava na hora de achar uma esposa. Uma mulher com a qual era social e sexualmente compatível. Uma mulher, talvez como Lucy.
Lucy? Enlouquecera? Ela o exasperava como nenhu¬ma outra mulher, e seu casamento com Nick Blayne apenas aumentara sua raiva em relação a ela.
Mas noite passada, ela o seduzira e excitara como ne¬nhuma outra mulher.
A verdade era que Lucy precisava de proteção dela mesma. Ele certamente seria um marido muito mais se¬guro e adequado para ela do que um outro Nick Blayne. Um casamento entre eles traria benefícios aos dois. Ele precisava de uma esposa, e Lucy certamente precisava de um marido — ao menos para preveni-la de repetir o mesmo erro que fizera casando-se com Blayne.
E Lucy amava crianças.
Na verdade, o casamento entre os dois era inteira¬mente lógico em muitos aspectos. Ela entendia o mundo em que ele vivia porque também era o mundo dela. Os dois queriam filhos, e sexualmente ele tivera toda a ex¬periência que queria — mesmo se uma parte dele ainda lamentava a perda de seu sonho de adolescência de via¬jar e se aventurar.
Estava decidido. Tinha a intenção de se casar com Lucy. E o quanto antes melhor.
Tudo o que tinha de fazer era achar uma maneira para convencer que ela precisava se casar com ele, E Marcus sabia exatamente como fazer isto.
A sensualidade que Lucy demonstrara noite passada o surpreendera. Lucy era uma mulher sexualmente quente, uma mulher atualmente sem um parceiro sexual em sua vida e que claramente queria um.
Só precisava fazer com que a necessidade dela traba¬lhasse ao seu favor, Marcus decidiu com frieza. Foi até sua mesa e pegou o telefone.

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