Capítulo 15.

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Pessoas glamourosas, que valham a pena para a impren¬sa, e que vão acrescentar brilho ao evento.
— Entendo... Então, suponho que a maior parte do valor de mercado da Prêt a Party está em seu caderno de endereços?                                                              
— De alguma maneira sim — concordou Lucy.
— Em relação à organização de comida e bebida, local, flores, este tipo de coisa, quem é responsável por isto?
— Prêt a Party — disse-lhe Lucy prontamente. — Sou muito rigorosa em relação ao que usar e a quem não usar. A reputação da Prêt a Party foi construída baseada na qualidade de tudo o que fornecemos — e isto inclui os serviços que usamos.
— Mmra. Você já pensou em vender o conceito Prêt a Party como uma franquia?
— Não.
— Bem, esta é uma das áreas na qual estou muito in¬teressado. Vai ser caro começar, é claro, até que os ren¬dimentos da franquia comecem a entrar. Mas o que eu tenho em mente é usar os contatos que já fiz com minha empresa para construir nossa própria empresa de servi¬ços auxiliares — para que nós possamos suprir nossas franquias com tudo que precisam e na garantia de qualidade da Prêt a Party. Compramos nossos próprios toldos e os funcionários para levantá-los. Teremos nossos gar¬çons, copos e bebidas. Provemos os floristas, os músi¬cos e a equipe de limpeza — na verdade, fazemos tudo e qualquer coisa que nossas franquias e os clientes pre¬cisem.
Lucy olhou-o fixamente, a comida esquecida.
— Isto é brilhante — disse-lhe, os olhos brilhando. — Mas vai custar uma fortuna...
— De fato, vai. Mas acho que o retorno vai fazer com que o investimento valha a pena.
Lucy não sabia o que dizer. O máximo que estava es¬perando era a injeção de capital para desencalhar a em¬presa, mas Andrew Walker estava falando sobre a cria-ção de um império empresarial.
— Como já disse, gostaria que você me garantisse que o que estamos discutindo aqui seja mantido em se¬gredo entre nós dois nesse estágio.
Lucy balançou a cabeça.
— Gostaria que as coisas começassem a se movi¬mentar o mais rápido possível, mas, obviamente, você vai precisar de tempo para pensar sobre minha proposta. O que você acha de nós nos encontrarmos novamente quando eu voltar de viagem?
— Tudo... tudo bem — Lucy disse, lutando para con¬seguir soar profissional, pois estava atordoada de ale¬gria e alívio.
— Aqui está o meu cartão — disse-lhe Andrew Wal¬ker. — Acabo de comprar uma nova propriedade em Holland Park. Está sendo reformada neste momento, mas assim que as reformas acabarem, tenho a intenção de dar uma grande festa para meus amigos e contatos de trabalho. Se tudo correr como espero, a festa será orga¬nizada por Prêt a Party, e será uma maneira de apresen¬tarmos nossa nova aventura a todo mundo.
— Brilhante — repetiu Lucy.
Eram três da tarde quando Lucy voltou ao escritório, a cabeça zunindo de pensamentos e planos. Ela mal con¬seguia acreditar na sua sorte.
O único lado ruim desta maravilhosa sorte era que não podia dizer nada a Marcus. Ou, pelo menos, não | ainda. Seria um grande alívio saber que não precisaria :| implorar para que ele mudasse de idéia e permitisse que ela usasse o que sobrara de seu dinheiro para pagar as dívidas da Prêt a Party. Ela olhou para o telefone. Não havia mensagem alguma de Marcus, apesar do fato de ele ter dito que entraria em contato com ela. Ele mudara de idéia? Pensara sobre a noite passada e decidira que simplesmente nunca mais iria querer vê-la, a título de prevenção, caso ela tentasse repetir o comportamento da noite anterior?
E se ele ligasse, o que diria?
Precisava de um café, Lucy concluiu.
Marcus olhava pela janela de seu escritório franzindo a testa. Seu pai, avô, bisavô e todos que vieram antes de¬les ocuparam este escritório, e Marcus sempre soube que um dia teria de se responsabilizar pelo banco e pelos clientes. Á morte de seu pai, quando Marcus tinha ape¬nas seis anos de idade, o levara a ser criado por sua mãe e sua avó, que deixaram-no ciente de quanto o banco era importante e que esperavam que Marcus dedicasse sua vida a ele. Aos vinte e um anos, recém saído da Univer¬sidade, Marcus ressentira-se com esta responsabilidade, mesmo sentindo-se moralmente obrigado a aceitar. Seu avô, com quase oitenta anos, precisava que lhe fosse permitida a aposentadoria e ele tinha o dever de assumir sua posição.
Então, teve de colocar de lado seus sonhos de viajar pelo mundo, e focar-se no que tinha de fazer.
Ele era quase seis anos mais velho que Lucy, e a pri¬meira vez que ela colocara os pés em seu escritório, seus sentimentos por ela foram uma mistura de irritação e impaciência. Irritação porque já tinha de lidar com mui¬tas coisas além de ser curadora dela, e impaciência por¬que vira nos olhos dela o jeito atordoado de uma jovem prestes a desenvolver nele uma enorme e indesejada paixão.
Marcus não se considerava presunçoso. Mas já tivera relacionamentos suficientes para saber o que significa¬va o olhar que Lucy dera para ele. Ele não tinha outra escolha além de fazer o que esperavam que ele fizesse e assumir o controle do banco, mas determinara-se a man¬ter o casamento à distância pelo maior tempo que conse¬guisse. Um dia, sim, se casaria e proveria o banco de um novo administrador, mas não ainda. E certamente não tinha intenção alguma de um dia se apaixonar.

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