Capítulo 21.

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Lucy olhou para o travesseiro próximo ao seu. Ainda estava amassado de ter tido a cabeça de Marcus dormin¬do nele. Ela esticou a mão e passou suavemente no tra-vesseiro, um sorriso de felicidade curvando sua boca. A noite passada foi tão maravilhosa, o que fizera com que fosse ainda mais maravilhosa tinha sido cair no sono aconchegada nele. Ela acordara várias vezes du¬rante a noite, apenas pelo prazer de saber que ele ainda estava lá.
Mas ele não estaria lá para sempre, estaria? Ela não fazia idéia do que levara Marcus a esta breve e inespera¬da aventura sexual, mas já sabia o quanto iria doer quan¬do ele se cansasse disso — e dela. Não queria Marcus para um caso rápido. O queria por toda a vida. O deses¬pero inundou sua euforia anterior.
— Vamos lá, dorminhoca, acorde. Pedi o café da ma¬nhã e daqui a pouco vai chegar.
Marcus! Lucy sentou-se na cama e cobriu os seios com o cobertor, ciente da expressão entretida de Mar¬cus. Ele sentou-se ao lado dela, tirou sua "proteção" e curvou-se para primeiro beijar um mamilo e depois o outro. Depois murmurou:
— Talvez devesse ligar para o serviço de quarto e pedir tragam o café mais tarde.
— Mmm — concordou Lucy, pegando o cobertor novamente quando ouviu uma batida na porta.
— Vou pedir que levem nosso café da manhã para o terraço pela minha suíte — ofereceu Marcus, saindo da cama para fechar as persianas. — Mas não ouse voltar a dormir.
Dormir! Esta era a última coisa que sentia vontade de fazer, pensou Lucy indo em direção ao chuveiro.
— Já estava vindo para ter certeza de que você não tinha voltado a dormir — Marcus disse-lhe dez minutos depois, quando ela abriu a persiana e andou até o ter-raço.
— Pedi café preto para você — continuou ele. — E suco de fruta, ovos com tomates e cogumelos. Tem tor¬rada também.
Lucy sentou-se, e imediatamente olhou com ansieda¬de para o bule de café.
Marcus já estava servindo o café para ela. Notou que Marcus estava tomando chá verde.
— O corpo precisa de proteína na manhã — Marcus disse-lhe, retirando o invólucro de seu próprio café de manhã.
— Oh, obrigada, Dr. Atkins — replicou Lucy pegan¬do seu café. Mas os ovos realmente pareciam apetito¬sos. Ela esticou a mão e pegou um cogumelo do prato de Marcus.
— Coma — ordenou Marcus, entregando-lhe o café da manhã. — Assim que terminarmos, vou ligar para Beatrice para ver a que horas ela quer nos encontrai — acrescentou ele. — Mas primeiro queria falar uma coisa com você.
Lucy teve de colocar sua xícara na mesa porque sua mão começara a tremer. Aqui estava — o pedido de uma explicação que ela tanto temera.
— Se for sobre a noite passada... e... o dia anterior... — começou ela na defensiva.
— É — concordou Marcus. — Me parece, Lucy, que, seria uma ótima idéia se eu e você nos casássemos.
Ela o escutara corretamente? Ele estava tentando fazer algum tipo de piada?                                            
— Casar? — perguntou ela cautelosamente.
— É claro.
—Mas — mas, Marcus... por quê? Quero dizer, por!; que você — nós — iria querer fazer isto? Quero dizer, você nem mesmo gosta muito de mim! — disse Lucy impulsivamente, chocada demais para não ser sincera.
— Acho que eu e você nos daríamos muito bem. Lucy pegou sua xícara de café e deu um enorme gole.
Ele não dissera que gostava dela, ela percebeu. E certa¬mente não dissera que a amava.
— Compartilhamos uma mesma maneira de ver o mundo. Nós dois, eu acho, queremos filhos e, apesar do fim de seu casamento com Nick, acredito que, como eu, você acha que o compromisso feito através do casamen¬to é para vida — para melhor ou para pior, em um rela¬cionamento com o qual ficamos totalmente comprome¬tidos. Se nós nos casarmos, ficarei completamente com¬prometido com nosso casamento, com você e com nossos filhos, e devo esperar o mesmo comprometimento vindo de você.
Comprometimento total de Marcus com ela? Ela es¬tava sonhando?
— Mas — mas...
— Mas o quê? — perguntou Marcus friamente. — Como os últimos dias mostraram, somos excepcional¬mente compatíveis sexualmente.
— Mas as pessoas não se casam pelo sexo! — protes¬tou Lucy. — Você não pode querer se casar comigo por causa disso Marcus.
— Existem outras razões — concordou ele.
— Que outras razões?
— Vou fazer trinta e cinco anos em dezembro — dis¬se Marcus calmamente. — Todos os homens da minha família —meu pai, meu avô, meu bisavô e antes deles
— casaram-se antes dos trinta e cinco. É uma tradição de família.
Ele quis dizer que se ela o recusasse, ele acharia outra pessoa?
Ela pensou como seria estar casada com Marcus sem ser amada por ele, quando ela o amava tanto. Iria doer — e muito. Depois pensou como se sentiria vendo Mar¬cus casado com outra pessoa.
Não conseguia suportar a idéia de ver Marcus casado com outra pessoa quando ela mesma podia estar casada com ele.
— E temos de estar cientes do fato de que, já que você não toma pílula e eu não tenho usado forma alguma de proteção, você já podia ter concebido um filho — lembrou-a. — Sei o quanto você gosta de crianças, Lucy, mas acho que você não vai querer ser mãe solteira — e eu certamente não iria permitir que você criasse meu filho sem fazer parte da vida dele. Seria muito mais prático se nos casássemos.

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