O pai da minha amiga - Livro I.

Capítulo 50

 Bianca caminhou pela casa grande e vazia, observando cada móvel, cada detalhe da pintura, os quadros nas paredes, os detalhes da madeira arranhada das janelas. Quem se tornaria agora? Senhora Cooper, a mulher de um talentoso e rico advogado, provavelmente sua vida se tornaria sofisticada e moderna. Afinal teria que estar á altura do marido. Isso lhe assustou. 

 Caminhou pelo corredor, abriu a porta e entrou no quarto de John que agora seria dela também. Era um sonho aquela casa, mas... se achou pequena demais para tudo aquilo. Quanta saudade ela tinha... Nossa e como tinha!!! De acordar na sua casa no Texas, com o som dos passarinhos cantando uma melodia pela manhã, parecia mais um coral, então ela abria a janela e o sol rachante entrava iluminando o quarto por completo. 

E as lembranças daquele lugar se tornaram ainda mais vivas e excitantes com John nelas. Lembrar dele na cozinha fazendo uma macarronada ou dele deitado em sua cama. Era tudo muito mais que especial, o cheiro da grama molhada depois da chuva misturado com o cheiro de John. Talvez Bianca não quisesse de fato ser como uma princesa de contos de fadas, que saísse para o baile tendo que voltar a meia noite e depois, calçar um sapato de cristal e deixar de ser a gata borralheira para ir morar num castelo imenso. Talvez, mesmo parecendo incompreensível, ela gostava de ser a gata borralheira. 

 Mais se aquela era a vida de John, e se aquilo tudo o fazia feliz, então, ela faria qualquer coisa para permanecer ao lado dele. A verdade era que estava nervosa, estava prestes a se casar e estava feliz por isso, amava John e comooo!!! Não trocaria aquele momento por nada. 

 Seu vestido de noiva estava pendurado, intocavelmente, perfeitamente ajustado. Era divino, ela sentia-se ansiosa para ver a reação dele quando a visse entrar naquela igreja usando o vestido que laura havia ajudado ela escolher, com muito bom gosto é claro.

 Sentou na cama frustrada, não devia estar se sentindo daquela maneira. Uma hora com os pés no chão, e outra com o coração atribulado. Feliz por casar com o homem que ama e triste por tantas outras razões, uma em especial; Mia. Tudo que ela queria naquele momento era uma braço super apertado da melhor amiga. Também a falta dos pais, num momento tão importante, toda mulher sonha com o pai ao lado caminhando pelo imenso tapete vermelho, prestes a entregar a vida da filha para um homem que certamente terá a missão de faze-la feliz. Só que a vida havia ensinado Bianca da maneira mais árdua que não se pode ter tudo. Não tinha como evitar que  algumas lagrimas rolassem em seu rosto. 

Bom, hora de engolir o choro, limpar esse rosto molhado e deixar esse bando de medos bobos de lado, aliás, vida que segue, e a dela seguiria, cheia de amor para curar suas feridas.

Tomar um banho pareceu uma ótima ideia, indispensável na verdade. E foi o que fez,tomou um banho, depois desceu para a cozinha e o que encontrou foi um belo café da manhã servido para ela. Abraçou Lurdes agradecida e não conteve as lagrimas quando percebeu que Lurdes estava emocionada.

- Estou muito feliz em ver meu patrão feliz Bianca. - Disse Lurdes, chorando feito uma boba.

- Eu sei Lurdes, aprendi a amar você mesmo em tão pouco tempo.  

- Ande, coma logo, hoje será um dia de muitas emoções, você precisa se alimentar bastante.

- Não tenho sentido muita fome ultimamente, quer dizer, na verdade até sinto mais não consigo me alimentar muito bem. - Bianca disse e deu um sorrisinho cínico.

- Só falta estar gravida! - Lurdes disse animada.

- Pode ser, John  e eu não estamos nos prevenindo, ele me pediu um filho... 

Lurdes com aquele jeito espontâneo que fazia com que todos a sua volta a amasse, sentou numa cadeira, e com os olhos curiosos perguntou:

- E o que você disse?