O pai da minha amiga - Livro I.

capítulo 36

Amores eu atualizei pq publiquei o rascunho, me perdoem...

-Posso entrar?! - John tentou parecer o mais tranquilo possível.

Bianca levantou da cadeira e apertou a mão da amiga com a sua, passou por John e saiu pela porta deixando pai e filha à sós para que pudessem conversar.
Mía permaneceu em silêncio, estava com vergonha do pai e não sabia o que dizer a ele, imaginou em como ele estaria furioso... Não estava sendo fácil mais ela teria que ser forte agora o bastante para enfrentar ele.

Durante os últimos dias, milhares de pensamentos rondaram sua mente, ela estava preocupada com o novo caminho que ela não fazia a mínima idéia de como começar a trilhar. Teria que desistir dos sonhos, faculdade, tudo que havia planejado. Porém embora tivesse sido tola o suficiente para cair nas mentiras de David, ela queria ter o bebê, sobre isso não tinha dúvidas. Mas, não estava preparada e o medo de cair novamente era muito maior, ainda mais se vendo agora mãe solteira. E a reputação do seu pai?! O que iriam dizer da filha do melhor advogado da cidade que ele havia criado sozinho?! Culpariam ele, ela sentiu uma dor imensurável por pensar em magoar tanto o pai.

Ela amava tanto ele, refletindo e relembrando os últimos anos teve vontade de chorar só de pensar em como havia se afastado do pai. Ela sentia ciúmes e queria os pais unidos. Mais ela percebeu, enfim teve que aceitar de que aquela atitude era extremamente infantil, era hora de encarar os fatos e parar de agir como uma criança mimada!

John caminhou dentro da sala sem tirar os olhos da filha que por sua vez não foi capaz de encara-lo. Ele sentou ao lado dela na cadeira verde que Bianca havia deixado no mesmo lugar. Por um longo tempo ele à observou sem dizer nada.

- Deve estar desapontado...- Mía disse.

- Sim, eu estou.

- Eu sei que está, não tiro suas razões pai. - As lágrimas parou no canto dos olhos, ela sabia que não seria capaz de segura-las alí por muito tempo.

- Estou desapontado Mía, por não ter confiado em ter me contado que estava grávida... Acha que eu te deixaria sozinha? Que abandonaria você num momento como esse, que tipo de monstro pensa que sou? Estou decepcionado por você não ter recorrido à mim quando precisou, eu sou seu pai!

- Eu sei que fui imprudente, pensei que não fosse aceitar. Pode parecer loucura mais, eu não quero perder meu bebê. - Ela olhou o pai e seus olhos transmitiram ternura e John notou aquilo.

- E pensa que é isso que quero? - John arqueou as sobrancelhas e à fitou curioso. - Acha que não vou aceitar essa criança?

- Não sei mais o que pensar...

- Olhe para mim Mía! - John exigiu com a voz firme e Mía apenas obedeceu, o coração dele se partiu em pedaços quando viu lágrimas nos olhos da filha. Ele estava relutante com tudo aquilo era bem verdade, mais não adiantava mais, agora era preciso seguir em frente... - Eu era um rapaz novo, sonhava com o topo do mundo e acreditava fielmente que um dia chegaria lá. Quando sua mãe e eu nos conhecemos éramos jovens o suficiente para cometermos bobagens até nos cansar, mais de repente ela me deu a notícia naquela manhã de uma segunda feira, eu fiquei chocado e senti um peso tremendo... fiquei sem chão! Tive vontade de fugir e me senti um lixo por isso, e quando olhei nos olhos da sua mãe percebi que ela também sentia-se assim. Tudo que eu senti naquela época e não sabia explicar o que era hoje sei que era apenas medo, medo de não ser um bom pai, de não conseguir se bom o suficiente, e isso me atormentou e pensei que eu iria enlouquecer, tive que mudar meus planos e pausar meus sonhos e de repente percebi que tudo que eu havia planejado tinha ido por água abaixo. - Mía chorou, ele pôde ver o quanto ela também se sentia assim. - E então você nasceu, eu fiquei apavorado não consegui pregar os olhos durante a noite toda eu andava de um lado para o outro dentro daquele hospital parecendo um maluco, então quando pude enfim ouvir seu choro me senti o maior homem, foi alí que eu percebi que havia alcançado o topo do mundo.- Ele estava tão emocionado que deixou uma lágrima correr pelo rosto. - Eu entrei naquele quarto e você estava no colo da sua mãe, ela olhava para você como se nada mais importasse e eu fiquei alí parado registrando aquele momento, e quando ela entregou você em meus braços eu tive medo de machuca-la, era tão pequena e frágil, você abriu os olhos e eu me ví refletido naqueles olhinhos alguma coisa mudou em mim e eu tive certeza de que aquele dia seria até o fim o melhor dia da minha vida... Eu jurei à mim mesmo que nada de mal lhe aconteceria e que nunca te deixaria sozinha, nunca!