Célia se levanta e sai na frente e vai apresentando cada setor da casa, passam pela cozinha, cinco seguranças estão tomando café e chá e sobre a mesa, bolos e pães para eles, as três cozinheiras mexem nas panelas e outra lava a louça na água quente que sai das torneiras e seguem para a área da piscina, mostra o vestiário.
- A senhora nada aqui no inverno?... - pergunta Sammy curioso.
- Eu não sei nadar Sr. Sammy e quase morri afogada a dois anos a traz... Fiquei internada por quinze dias e meu pavor a água só aumentou.
Célia sobe as escadas, agora seria a parte mais difícil, mostrar os quartos, sua mãe estava em um hospital e não se preocupou, Soraia estava nas ultimas e não tinha mais condições de mantê-la em casa, Voltaram para a sala e seguiram o corredor dos quartos e Célia foi abrindo as portas até chegar em seu quarto, abriu aporta e entrou para segurar mingau, Nina era o mais sossegado de todos.
- Vejo que gosta de gatos!?
- São meus filhos, Nina e Mingau!... - Ela aponta para cada um e beija Mingau.
- Mingau?... - Sammy estranha aquele nome Brasileiro.
- Sim!... - Célia vai até a gaveta da cômoda e pega vários gibis antigos e o mostra, todos em turco. - Meu pai me trouxe há muitos anos, quando era criança e eu sempre quis ter um gato branco e por este nome por ser fã da Magali. - Ela aponta para a personagem, seu sorriso era encantador.
- Entendo!
Ele devolve o gibi e faz carinho no gato, Paul vasculha o banheiro e abre os armários e saem e vão para o outro quarto que está vazio e seguem para o ultimo, Célia faz uma pausa e respira fundo e abre a porta e fecha os olhos, não entrou, apenas ficou na porta de cabeça baixa e olhos fechados, era visível seu pavor aos olhos de Sammy e Paul, mas ela apenas representava seu papel de aterrorizada e traumatizada.
Sammy vai até a cama e vê as algemas presas no dossel da cama e olha bem para ver como estavam presas e olha para Beguzar que não saia do lugar e voltou a vascular o quarto, deu para perceber que algumas roupas foram tiradas as pressas do guarda roupas, o banheiro estava em ordem e parecia que não era usado a muito tempo, o sabonete está tão seco que até rachou e, Sammy tira fotos da cama e de alguns objetos de tortura e do chicote no chão e novamente a olha ali parada e se compadece dela e os dois saem do quarto, Sammy pega em sua mãos que apertava a maçaneta e puxa para largar.
- tudo bem!... Já vimos o bastante!
- Quando cheguei de Nova York... Eu pedi para que se entregasse... Pedi tanto Sammy!... - ela funga, sua voz sai embargada. - Mas ele tentou me agredir e eu fui para casa do meu pai, mas lá também ao consegui ficar e fui para o hotel... Quando voltei ele já não estava mais, e alguém avisou de que estava aqui e me vigiando. Agora não sei onde está e... Tenho medo do que possa acontecer com ele... Está nevando muito lá fora!
- Então ele estava aqui quando chegou?
Célia concorda com a cabeça, Sammy Poe a mão na cintura e respira fundo se sentindo frustrado e olha para Paul e todos seguem para a sala, Engin vem ao seu encontro e os dois falam em particular e em turco, Sammy e Paul os observam.
- Está nevando muito, esses caras não tem condições de voltar para a cidade... E o Sr. Haydd está na cozinha...
- Faça-o ficar neutro entre os seguranças Engin... Quando todos se recolherem eu vejo o que faremos... A nossa sorte é que a casa é grande... Vou dar um jeito! - Célia sorri e agradece.
- Alguma noticia ruim? - pergunta Sammy curioso.
Célia vai até a janela e abre as cortinas e aponta para fora.
- Acabou de chegar uma nevasca na cidade, as estradas estão fechadas, terão que pernoitar aqui se não quiserem morrer congelados lá fora!
- Ah meu Deus!... - Paul vai até a janela de boca aberta.
- Sem problemas!... - Sammy sorri vitorioso achando que se daria bem.
- O jantar será servido dentro de quatro horas!... E mandei preparar um café da tarde para vocês!... - Célia indica para seguirem a sala de jantar e a mesa estava completamente tomada de bolos, toscas doces e salgadas, doces típicos da região, café, leite de cabra, chá, queijos, geleias, tomate seco, coalhada, entre outras coisas.
- É muita coisa Sra. Haydd, não vamos comer nem a metade!... - Sammy está surpreso.
- Tenho certeza que vão experimentar uma coisa de cada vez!... Por favor, Senhores?!... Fiquem a vontade!...
Célia se senta e se serve de café com leite, os demais também escolhem o café puro e se servem de pedaço de bolo e a conversa flui naturalmente, mas o que Sammy queria saber é por que disse a Renato que queria descobrir se Célia era sua irmã se para ele disse que sabia, tinha algo de errado nesta história, mas teria o momento certo para isso.
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Célia (Volume 2)
Roman d'amourCélia acorda em um quarto luxuoso e completamente diferente de sua casa, custa a se lembrar do que aconteceu e se depara comum o Homem que quase a levou a morte. Célia é obrigada a aceitar seu destino para manter sua família viva.