Prólogo

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Anne Lima 

Minha vida profissional é o que sempre sonhei pra mim, sempre amei lecionar ainda mais para crianças. Fiz minha faculdade ralando muito trabalhando como garçonete, não foi fácil, mas foi isso que colocou o sustento na minha mesa, que pagou minha faculdade naquela época conturbada da minha vida.

Nunca fui de esperar nada de ninguém, sempre fui uma mulher cheia de determinação, que nunca deixo de lutar pelos seus objetivos. Mas essa mulher não existe mais hoje.

Quando conhecia meu marido, Thomas ele já estava na faculdade e lutando para se tornar um agente especial da polícia federal. Nós nos conhecemos, começamos a namorar e em cinco meses de namoro fiquei gravida. Pensei que ele iria me largar, mas não foi o que aconteceu, ele me pediu um casamento e eu aceite.

Eu era louca de amores por ele, mas com o tempo, filhos, tudo foi mudando. Thomas se mostrou possessivo, agressivo e ditador. Sua palavra não pode ser contrariada.

Aquela mulher de anos atrás, agora com quarenta e quatro anos, se vê num casamento conturbado e cheio de chifres na cabeça. Eu não o amo como antes, mas ainda tenho um sentimento, mesmo pelas traições e muitas vezes das surras que levo dele.

-Mãe! - grita Felipe me fazendo voltar a realidade da minha vida.

-Na cozinha! - grito de volta.

Ele entra com seu terno já pronto pro trabalho.

-Mãe eu vou levar a Dulce comigo, vou dar carona pra essa folgada.

-Tá bom meu filho. - beijo seu rosto.

-Ai eu quero um beijo também. - Dulce entra e pula nas costas do Felipe.

-Saí sua gorda! - ele tira ela das costas dele. - Vai pirralha vamos se não meu chefe vai encrencar.

-Esse seu chefe é chato em. - fala Dulce.

-Chato? O cara é um italiano grosso, nunca vi aquele ser dar um sorriso. - resmunga meu filho. - Como trabalho com ele em muitas coisas, preciso ser pontual. Mas ele é um bom chefe, diferente dos demais, gosta do meu trabalho e valoriza isso.

-Então melhor vocês irem, ou vão se atrasar. - beijo os dois e acompanho eles até a porta. - Vão com Deus.

-Amém mãe! - diz os dois entrando no carro do meu filho.

Eu volto pra dentro e termino de preparar o café de Thomas que se encontra deitado ainda pois está de folga.

-Bom dia neguinha. - me assusto com Thomas me abraçando por trás.

-Bom dia! - falo. - Olha já tá tudo arrumado vou ir terminar de me arrumar, tenho que correr pro colégio.

-E quem disse que você vai? - pega no meu braço. - Hoje to de folga e estou cheio de saudades da minha mulher.

-Não posso faltar Thomas, não insista por favor. - falo nervosa me soltando dele.

Saio sem esperar sua resposta.

Entro no quarto e termino de arrumar meus cabelos e sento pra colocar meu tênis. Sinto minha cabeça ser puxada pra trás com força.

-Ai Thomas. - grito.

-Não me deixa falando sozinho caralho. - ele solta meu cabelo com força. - Quer ir trabalhar vai, mas não vai me ver em casa tão cedo hoje.

-Eu preciso ir, minhas crianças precisam de mim. - levanto da cama com os olhos marejados.

-Quando eu chegar de noite quero você acordada e se não tiver, te acordo a tapas. - fala rudemente.

Nos Braços De DominicOnde histórias criam vida. Descubra agora