Capítulo 4

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Anne Lima

Agora dentro do seu carro estamos num silencio, meio perturbador. Eu sinto seus olhos em mim, mas não me atrevo a olhar pra ele. Permaneço olhando pela janela, enquanto vamos para um lugar onde não sei qual é.

Eu estou morrendo de medo de estar fazendo uma besteira, mais eu sinto que posso confiar nele, eu sinto isso. Ele para o carro em frente a um barzinho da alta, nada comparado aos lugares que eu costumo ir com Thomas.

-Chegamos. - fala me fazendo olha-lo. - Vamos?

Eu só afirmo com a cabeça e saio do carro, ele joga a chave para o manobrista e me conduz pra dentro do local. Agora já são quase sete da noite, demoramos pelo trânsito. Eu olho pra todo lugar pra ver se não tem ninguém que eu posso conhecer, ou o Thomas.

-Senta. - ele puxa a cadeira pra mim e me sento.

-Me trouxe num bar?

-Isso não é um bar, Anne é um restaurante mais descontraído. - diz sentando do meu lado. - O que quer comer?

-Nada, Dominic. - falo o encarando. - Pra que tudo isso? O que quer comigo?

-Quero ser seu amigo, quero saber o que aconteceu com você. - fala com aquela voz grossa. - Não vou te deixar em paz, até saber o que eu quero.

-Não acha que é muito petulante não? Nós mal nos conhecemos, Dominic e você quer saber da minha vida?

-É estranho, eu sei. - da de ombros. - Mas eu sinto que preciso ficar perto de você.

Eu sinto meu coração acelerar a mil por hora.

Eu também sinto isso e é isso que me perturba, pelo fato de o ter conhecido a menos de uma semana.

-É muito estranho, você é estranho. - falo. - Desde o dia que te vi, eu não vi um sorriso seu. Você não demonstra suas emoções.

Ele balança a cabeça e chama o garçom e pede duas bebidas.

-Não vai me responder? - pergunto.

-Quem sabe... Quero saber se foi o cretino do seu marido que fez isso no seu rosto. Foi? 

-Sim... Foi o Thomas. - falo olhando pra minhas mãos. - Ele ficou bravo comigo, na realidade ele sempre está bravo comigo.

Mais desde de sexta ele está muito mais estranho e sei que vem chumbo grosso por ai.

-Sabia. - fala entre os dentes. - Olha eu não sou um marido exemplar, mais nunca toquei um dedo na Giulia. Você não merece passar por isso, Anne não mesmo.

-Mais eu passo Dominic e vou continuar a passar. - sinto minha garganta queimar. - Ele pode me matar e ele é capaz. Separação não é uma opção pra mim.

-Felipe sabe? - pergunta me olhando com raiva.

-Sabe, mas nunca viu acontecer... Eu não gosto de meter meus filhos nisso, pois apesar de tudo ele é filho do Thomas.

-Para de falar o nome desse merda perto de mim. - fala com agressividade. - Você ama ele?

-Não... Amor é uma palavra que acho que não sei mais o que é. - sorrio em amargura. - Sabe ser beijada e sentir realmente desejo, receber um carinho, ter momentos felizes para registrar em fotos... Eu não sei o que é isso.

-Sim eu sei. - fala afirmando com a cabeça. - Sei muito mais do que você imagina, Anne... Agora sobre eu não sorrir, é que não tenho vontade. As vezes passamos por coisas na vida que deixam marcas e as minhas foram... Profundas.

Nos Braços De DominicOnde histórias criam vida. Descubra agora