Capítulo 1

12.3K 1K 162
                                    

Anne Lima

Assim que chegamos no colégio cada uma vai pra sua sala, já que estamos atrasadas. Amo meus alunos de paixão! Esse colégio é para crianças dos três anos até aos dez anos. Então eu acompanho muitos deles de muito tempo e já tenho aquele apego.

-Bom dia queridos. - falo assim ao entrar na sala de quinze pequeninos.

-Bom dia Prof. - falam eles respondendo.

Sento na minha mesa organizando tudo.

-Prof tá aqui o bilhete da minha mamãe. - fala Violetta a aluna mais quieta da sala.

-Obrigada meu anjo. - sorrio pra ela.

Abro a agenda e me assusto com a forma que sua mãe escreveu.

Escuta aqui eu não tenho tempo para ir até esse colégio, para reunião de pais. Eu sou uma mulher muito ocupada, sua babá ira. Passar bem.

Ass: Giulia Barbieri.

-Uau! - falo pra mim mesma. - Viloletta você leu o bilhete?

-Sim. - fala ficando vermelha. - Ela não vem prof, nem papai.

Ela é tão meiga, inteligente, mais triste e sei que é pelos seus pais. Só que isso não vai ficar assim, preciso falar com os pais dela, e falarei. Eu sou a coordenadora dessa sala, eu faço as reuniões, preciso dos pais presentes. Violetta é quieta demais e introvertida, isso é preocupante na idade dela. Está sempre sozinha.

Depois das minhas aulas me despeço dos meus alunos e vou pra outra sala. E assim é meu dia e tarde, sei que é puxado mais eu preciso do dinheiro. Thomas ganha bem, mas muitas vezes não vejo a cor do dinheiro dele. Não posso depender dele, odeio depender dele.

-Estava te procurando Anne. - fala Jéssica, diretora do colégio. - Eu preciso falar com os pais da Violetta, só que eles nunca aparecem.

-A mãe dela me mandou um bilhete e disse que é uma mulher ocupada. - reviro os olhos. - Eu vou dar um jeito de falar com o pai dela, não sei como mais vou. Preciso fazer ele vir aqui.

-Bom se você conseguir serei eternamente grata. - fala.

-Farei o possível.

Na hora de ir embora eu vou de ônibus, pois Elisa dá aula em outra escola na parte da tarde. Assim que chego em casa já são sete e meia da noite, largo minha bolsa no sofá e vou colocar as roupas na maquina pra lavar. Aqui não tem empregada, a empregada sou eu. 

Depois vou pro meu quarto e tomo um banho, coloco uma camisola até os joelhos, com um sutiã e depois coloco meu roupão. Desço e começo a fazer a janta.

-Oi mãe. - Dulce entra na cozinha desanimada.

-Oi filha o que houve? - pergunto olhando pra ela.

-Ah fui mal na prova. - bufa. 

Dulce faz faculdade de Ciências Contábeis que seu pai paga.

-Qual foi a nota? - pergunto enquanto termino de fazer o feijão.

-Sete e meio. - eu riu.

-Você e essa sua mania de nunca tirar menos que nove. - reviro os olhos. - Nem sempre acertamos tudo filha, essa nota está bom. Pior se tivesse tirado zero.

-Sempre fui assim... Mãe posso te perguntar uma coisa?

-Pode.

-Você ama o papai? - olho pra ela quieta. - Eu digo isso, pois você sabe...

Nos Braços De DominicOnde histórias criam vida. Descubra agora