Capítulo 5

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Eu saí daquela sala puta de raiva. Ele não tinha o direito de falar daquele jeito comigo. Ele não tinha direito de achar que eu me vendi para seu pai. Meu pai nunca faria uma coisa dessas, ele nunca concordaria se eu fosse realmente amante de alguém. Porém, por causa de uma merda de uma foto, eu estava sendo julgada, estava sendo humilhada, sem saber de fato o que aconteceu para essa foto ter parado nas mãos do pai deles.

Dirigir até Portland pensando em tudo que ouvi e ainda ouvirei por parte dele. Vou me casar com um cara que me odeia, e que me ver como uma qualquer. Eu não posso esperar muito coisa desse casamento, a não ser viver por três anos com um imbecil, idiota que merece mais é morrer naquela cadeira de roda. Maldito bastardo, que não enxergar um palmo à sua frente. Não ver que tudo isso não passa de um engano. E essa história de filha, onde ele tirou que eu tenho uma filha? Será que ele pensa que Ava é minha filha? Será que ele pensa que Ava é filha minha com o pai dele? Tem que ter uma mente doentia mesmo para chegar a uma conclusão sórdida dessa. Mas o que eu posso esperar desse idiota? Ele pensa o pior de mim, e não me surpreenderia que pensasse isso também.

Cheguei em casa e José estava me esperando. Ele também teve que se matricular na faculdade de Seattle. Então vamos ter que se mudar para lá. E no meu caso é ainda pior, pois eu tenho que me casar e morar com um ser arrogante e desprezível. Deixo isso para lá e foco no meu amigo maluco.

- Oi José, tudo bem? Peço abraçando o mesmo.

- Oi Ana, vou bem e você? Ele indaga.

- Estou indo. Mas o que posso fazer por você? Digo entrando em casa.

- Nada linda, só queria conversar com você sobre a nossa mudança para Seattle.

- Hum. Suspiro.

- O que foi amiga, você não está tão animada mais.

- Não é nada com o curso, porque acho que ele será minha única distração nestes três anos

- Porque você está assim gata? Não gosto de te ver assim.

- Uma história longa que não estou afim de falar sobre isso agora. Em outro momento eu conto. Digo.

- Tudo bem amore. Queria te fazer um convite. Ele fala e eu o olho. Eu e um amigo que já estava estudando culinária em Seattle vamos alugar um apto para morar lá, até o nosso curso terminar. Eu disse que tinha uma amiga maravilhosa, e que talvez aceitaria ficar com a gente.

- José eu iria amar ficar com você e seu amigo nesse apto, mas devido a um problema eu não poderei. Fora que Kate me mataria, já que ela me chamou primeiro. Mas vamos fazer assim, eu vou sempre visitar vocês no sábado e no domingo. Podemos fazer um programinha juntos.

- Estou te achando pra baixo hoje gata. Vem vamos sentar ali no sofá e eu faço um carinho em você. Faço biquinho e vou. Deito a cabeça em seu colo e ele começa fazendo carinho em meus cabelos. Se quiser conversar estou aqui, se quiser ficar somente em silêncio, eu também estou aqui.

- Minha vida está uma Merda José. Meu pai colocou uma cláusula em seu testamento para eu receber sua herança.

- E o que seria? Ele pede ainda fazendo carinho na minha cabeça.

- Serei obrigada a me casar com um homem horrível, com um homem que pensa o pior de mim. Falo com a voz embargada.

- Shiiii... Não fala mais nada gata. Chora se quiser chorar, mas quero que você levante a cabeça amanhã e siga em frente. Encare isso de cabeça erguida, e esse homem, não dê crédito às palavras dele. Se é para se casar, case, mas não abaixe a cabeça para ele nunca. Mostre para ele que as coisas não são como ele pensa. Você é linda, uma pessoa maravilhosa e não merece derramar uma lágrima para ele e nem por ele. Nunca chore perto dele, pois ele verá a sua fraqueza. José diz e eu sorrio com seu apoio.

Do Sofrimento Ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora