Bônus Elena

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O tempo estava passando e minha vida continuava a mesma coisa. Roger já estava me evitando. Quase não fazíamos mais amor. E eu sabia o motivo desse afastamento, sabia que o que ele mais queria eu não poderia dá-lo. Mas eu também não poderia perdê-lo. O amava demais para isso, e nunca amei alguém tanto em minha vida. Então depois de tanto pensar em que eu iria fazer, eu resolvi contar a verdade a ele. Ele precisava saber que eu não podia dar filhos à ele, e que se ele quisesse poderíamos tentar uma adoção. Mas antes eu também precisava reconquistar à minha família. Eu tinha que pedir perdão e desculpas pelo que fiz à eles, pois só assim minha vida ficaria completa e eu teria paz de espírito, fazendo pelo menos uma coisa certa na minha vida.

Minha primeira providência foi ir à Seattle para falar com meus sobrinhos. Aproveitei que Roger ficaria fora de casa por dois dias e fui. Tentei falar com Christian primeiro. Falei de como eu estava feliz, casada e ele ficou surpreso. Disse que queria pedir desculpas, queria voltar à fazer parte da família, mas ele não recebeu isso muito bem, ainda desconfiava de mim, mas eu não era mais à pessoa ruim que ele conheceu. Não era à tia megera de antes. Como ele estava irredutível, eu fui embora com à promessa de que iria provar à todos que mudei.

Voltei para New York tentando pensar em como demonstrar à eles que eu havia mudado e estava arrependida. Cheguei em casa e fiquei pensando em tudo. Roger voltou para casa e ele estava muito calado e quieto, mal me olhava. Eu teria que trazê-lo de volta para mim.


- Está tudo bem Roger? Questiono sentando no colo dele.

- Sim. Está. Ele fala, mas não me olha. Eu sei que não está.

- Porque você não diz à verdade? Você está chateado comigo, e não quer falar.

- Elena não é só com você que estou chateado. Estou com alguns problemas na empresa, mas vamos falar da minha chateação com você. Suspiro e levanto do seu colo. Você me disse que tem uma família, porém nunca me apresentou à eles. Não fez questão de apresentá-los à mim que sou seu marido, não fez questão de convidá-los para o nosso casamento. Você mais que ninguém sabe que sou um cara que gosta de família. Eu prezo muito isso, e deve ser porque não tenho ninguém. Agora você tem e não faz questão de conviver com eles.

- É complicado Roger. À minha relação com meus sobrinhos não é a das melhores. Falo olhando para nosso jardim.

- Porque? Porque você não me conta o que aconteceu? Eu não posso dizer à ele o que fiz, pois ele me odiaria e ainda me deixaria.

- Eu não estou preparada para contar à você o que aconteceu. Falo e ele demonstra sua cara de desgosto.

- Só quero que você saiba que sou seu marido, e quero conhecer a sua família. Eu não sei o que houve, e você não quer me contar, porém eu não vou abrir mão de conhecê-los e fazer com que os mesmos conviva com à gente.

- Eu vou tentar uma aproximação com eles. Eu prometo fazer o possível e o impossível. Ele assentiu.

- E agora, quando vamos ter a nossa família? Ele pede e é disso que tinha medo. Dele me cobrar novamente um filho.

- Me de mais um tempo. Peço e ele se levanta da sua cadeira e saí do escritório sem dizer nada. Meus olhos enchem de lágrimas. Eu vou perdê-lo para uma mulher que possa dar tudo a ele, inclusive um filho.

Roger quase não me dirigia à palavra a mim, quando me dirigia era para saber onde estava. Ele começou à controlar meu passos, e eu não entendia o porque. Será que ele pensava que eu iria fazer alguma coisa contra ele? Será que ele achava que eu iria traí-lo com outro homem. Ele não tinha motivos para duvidar de mim, nunca deixei à desejar em nosso casamento, à não ser agora, com esse fato de ter filhos. As semanas estavam passando, e ele havia viajado novamente. Parecia que o problema na empresa era sério. Estava entediada em casa, e eu já não via meus sobrinhos à muito tempo. Depois que falei com Christian, não tive mais contato e também não tentei me aproximar mais, porém eu precisava fazer isso. Queria eles de novo na minha vida. Como Roger voltaria somente amanhã à tarde, eu tratei de me arrumar e arrumar uma mala para ir à Seattle. Passaria à noite em algum hotel. Tentaria falar com Mia e Elliot dessa vez. Antes liguei na casa da minha irmã para ver se tinha alguém lá. E para minha surpresa, à casa agora era de Elliot com sua futura mulher. Fiquei sabendo que eles iriam fazer um jantar hoje à noite, então essa era à hora de pedir perdão à todos juntos. Tinha pouco tempo para estar lá, já que o voo demora três horas. Arrumei tudo, e fui comprando à minha passagem para Seattle através da internet. À hora que estava descendo com à minha pequena mala, Roger entra e me olha e olha para à mala. Claro que ele estranhou.

Do Sofrimento Ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora