Capítulo 15

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Eu não sabia como sair da sala de reconciliação, não sabia como vim parar aqui em casa. Minha mente não estava processando muitas coisas. Só uma coisa martelava na minha cabeça. Anastásia estava grávida, eu seria pai, e não teria total acesso à vida dele e principalmente dela. Ela seria capaz de me afastar do nosso filho, e tinha toda a razão. Eu não sou digno de ser pai, ainda mais com dúvidas e acusações que pairavam em minha cabeça. Não era possível que havia sido enganado. Não era possível que tudo sobre ela era mente e hoje estava pagando caro pelos meus erros com ela.

Em casa me sentei no sofá e bebi quase uma garrafa de Whisky. Meu tormento começou e eu ainda está a tentando assimilar tudo. Eu não sabia o que fazer agora. Estava perdido demais para fazer algo. Talvez se eu não tivesse interrompido as investigações, e ter tirado as conclusões precipitadas eu não estaria aqui agora. Talvez estaria curtindo a notícia de ser pai com ela. Burro, isso que eu fui, um tremendo babaca e nada vai poder mudar isso.

Fecho meus olhos e me lembro dos olhos azuis sem vida, tristes e com raiva naquela sala. Algo em mim já tinha desmoronado a semanas e eu tinha esperança que ela mudasse de idéia, mas nada, nada foi mudado e hoje minha cabeça só gira em tudo que vivemos e não vivemos nesses três anos.

Uma semana havia se passado e eu estava trancado em casa, mas exatamente no meu quarto. Não falava com ninguém, não comia, mesmo Gail batendo insistentemente na porta para eu pudesse me alimentar, mas não. Eu não sabia para onde ir, eu não queria ver ninguém e ter a confirmação de que eu fui um idiota prepotente, não deixei Ana se explicar. Ouço batidas na minha porta e não quero atender. Estou sentado no sofá virado para a janela, o dia lá fora está igual a mim, sem cor e sem humor.

- Christian, abre a porta. Elliot pede, mas eu não quero vê-lo. Eu não quero ouvir que eu estava errado o tempo todo e fudi com a minha vida. Mano se você não abrir, eu vou abrir com a chave que Gail me deu. Estou preocupado com você. Não respondo, sei que ele vai entrar de qualquer jeito. Christian estou entrando. Ouço barulho da chave e a porta ser aberta. Cara que susto. Gail me disse que você está trancado aqui há uma semana. O que você tem?

- Como está Mia? Peço ignorando a pergunta dele.

- Preocupada com você, pois tem uma semana que você não vai vê-la. O que foi que aconteceu? Suspiro.

- Aconteceu o que você me disse que iria acontecer. Assinamos o divórcio. Falo com lágrimas formando em meus olhos.

- Você sabia que isso iria acontecer. Eu disse para você não fazê-lo. Elliot fala.

- Eu sei, mas eu fui burro Elliot. Não acreditei em nenhum momento nela, afundei esse casamento em três anos. E hoje estou pagando por isso.

- Você se apaixonou por ela, vejo em seus olhos. E mesmo assim assinou o divórcio porque?

- Porque eu estava esperando a reação dela. Um sinal de que ela não queria isso também, porém ela foi a primeira a assinar e ainda passou o papel para mim. Eu juro Elliot, eu não queria fazê-lo, eu não queria nem ter ido a essa audiência.

- Pois eu se fosse você não tinha assinado. Teríamos brigado sim, teríamos ido a fundo nesse divórcio, mas eu não teria assinado. Lágrimas escorrem pelo meu rosto, porque agora é tarde.

- Isso ainda não foi tudo que aconteceu. Digo e ele me olha encostando no vidro da janela panorâmica. Ela está grávida. Falo e ele me olha sem entender.

- Vocês consumaram o casamento? Elliot pede surpreso.

- Sim. Ela não vai me deixar chegar perto do meu filho Elliot. Eu talvez nunca o conheça.

Do Sofrimento Ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora