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Samantha: Não? - sorri sem mostrar os dentes.
Dodô: Juro que não! - virou o copo de uma vez - Mas não ligo, me amarro em novinha!

Minhas pernas estavam bambas, eu não sei se queria ficar com ele, eu estava bêbada, e certeza que iria me arrepender depois. Fiquei desconversando sempre que ele dava uma investida, uma hora ele iria se cansar.

Dodô: Então, tu curtiu meu baile? - alisou minha perna.
Samantha: Ah, nunca havia vindo em um baile, mas...
Vapor: DODÔ! DODÔ! - o vapor entrou correndo no camarote, quase arrebentou a porta.
Dodô: Qual foi, Meno? Tá doido, caralho?! - se levantou.
Vapor: Deu ruim, parceiro. Deu ruim! - ele estava muito afobado - A Rocinha invadiu, tão querendo meter bala, nessa porra!
Olhei para a pista, o som havia sido cortado, as pessoas estavam todas rendidas, em fila.
Dodô: PUTA QUE ME PARIU! - tirou uma pistola da cintura - Segura ai, já volto! - deu um beijo no meu rosto.

Meu coração começou a disparar, eu sabia que iria dar merda. Dodô foi barrado na porta, reconheci o cara da boate, que havia apontado uma arma na minha cara.

Cadu: PENSA QUE VAI ONDE, CARALHO?! - ele apontou o revolver no rosto do Dodô.
Dodô: QUAL FOI DO BAGULHO, PARCEIRO?! - apontou a arma para ele, também.
Cadu: PARCEIRO É O CARALHO! FOI METER TERROR NO MEU BAILE, ACHOU QUE IA DAR BOM PRA TU?! - balançou a cabeça.
Dodô: Isso é conversa de gente grande - abaixou o tom - Deixa eu levar minha mina pra baixo, e nois resolve essa porra!

MINHA mina, oi?! Eu os encarava assustada, tudo que eu queria era sair dali, sou muito nova pra morrer. O olhar do Cadu encontrou com o meu, tenho certeza que ele me reconheceu.

Cadu: Ah, eu não acredito, porra! - exclamou - Tu de novo? Qual foi, tu é alguma policia? Tá me seguindo, caralho?!
Samantha: Nem te conheço, idiota! - murmurei.
Cadu: EU VOU LEVAR A MINA! - o mesmo se aproximou, em passos rápidos, suas mãos seguraram meu cabelo com força.
Samantha: NÃO, ME DEIXA! - soltei um berro de desespero.
Dodô: SOLTA ELA, TÁ MALUCO?! - apontou novamente a arma, na direção do Cadu.
Cadu: SE TU ATIRAR, EU ATIRO! - senti o cano gelado do revolver, na lateral da minha cabeça.

Cadu começou a me puxar, suas mãos estavam fixas nos meus cabelos, eu chorava compulsivamente, eu estava indo pra morte. Descemos as escadas do camarote, todos olhavam, passamos pela quadra, o Dodô e seus vapores vieram atrás, mas qualquer atitude, ele estourava meus miolos.
Havia um Corola no estacionamento, ele abriu a porta da frente, e me jogou lá dentro, travando a mesma.

Dodô: O QUE TU VAI FAZER, PORRA?! SOLTA A MINA, A TRETA É ENTRE NÓIS! - ouvi o mesmo gritar.
Cadu: Entro em contato, mais tarde! Isso é pra tu ficar esperto, pilantra! - entrou no carro, batendo a porta.
Ele deu partida, e saiu cantando pneus, eu estava amedrontada demais, para fazer ou falar, qualquer coisa.

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora