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Cadu olhava fixamente para a estrada, o único barulho que se ouvia no carro, era o meu soluço.

Cadu: Onde tu mora? - perguntou por fim, quebrando o silêncio.
Samantha: Pra que tu quer saber? - funguei.
Cadu: Onde tu mora? - repetiu impaciente.
Samantha: Moro no Leblon! - murmurei.
Cadu: O que tu veio fazer no morro do Antares, patricinha? Seu namoradinho veio junto? - me olhou de canto.
Samantha: Que namoradinho? - franzi o cenho - Olha, você deve estar me confundido. Eu não tenho nada com o Dodô, nem com ninguém. Tu pegou a pessoa errada! - falei rapidamente.
Cadu: E aquele cara que tu defendeu na boate? Tá me achando com cara de otário? - riu irônico.
Samantha: É o meu irmão, e o idiota do amigo dele! - respondi, trêmula.
Cadu: Então tu não é fiel do Dodô? - diminuiu a velocidade.
Samantha: Santo Deus, eu conheci ele hoje, a gente nem chegou a ficar. Eu... Eu acho, que vou vomitar, para o carro! - senti meu estomago revirar.

Ele rapidamente parou o carro no acostamento, em seguida destravou a porta pra mim, abri a mesma e vomitei compulsivamente. Não sei por quantos minutos ficamos ali, meu estomago embrulhava cada vez mais.

Cadu: Tu tá bem, ow? - sua mão tocou minhas costas.
Samantha: Estou! - limpei a boca, e me endireitei no banco.
Cadu: Vou te levar pra casa! - deu partida no carro, novamente.
Samantha: O que? - olhei perplexa - Então por que agiu daquele jeito?
Cadu: Achei que tu fosse fiel do Dodô - deu de ombros - Mas já que não é, não me serve pra porra nenhuma!

Achei melhor não falar nada, não queria que ele mudasse de ideia. Falei meu endereço para o mesmo e, seguimos para o Leblon. Em dez minutos estávamos na frente de casa.

Cadu: Tá em casa, patricinha. Não tromba meu caminho mais não! - destravou a porta do carro, e me encarou.
Samantha: Pode ficar sossegado - revirei os olhos - Até nunca mais!
Cadu: Pô, espera - segurou meu braço.
O encarei, esperando ele falar.
Cadu: Qual teu nome?
Samantha: Não interessa. Só isso? - arqueei as sobrancelhas.
Cadu: Deixa de marra, caralho. Manda o papo logo! - apertou meu pulso.
Samantha: Af - respirei impaciente - Samantha!
Cadu: Valeu. Cadu! - sorriu sem mostrar os dentes.

Dei um sorriso cínico, em seguida sai do carro. Caminhei rapidamente para casa, ele saiu feito doido com o carro, respirei aliviada, nunca mais queria vê-lo. Minhas mãos tremiam sem parar, peguei meu celular, disquei o número do Bernardo, que atendeu no segundo toque.

IDL:
Bernardo: Samantha? Onde você tá?
Samantha: Olha, eu estou bem, Ber. Acabei de chegar em casa.
Bernardo: Certeza?
Samantha: Sim. Avisa o pessoal ai, está tudo certo. Vou desligar, até logo. - desliguei.
FDL.

Entrei em casa na ponta dos pés, não queria fazer barulho, era quase 5:00hr da manhã. Subi para o meu quarto, tomei um banho gelado, escovei os dentes, vesti meu pijama, retirei a maquiagem, e fiz uma trança frouxa no cabelo. Eu ainda estava muito chocada com tudo que aconteceu, precisei tomar dois calmantes para dormir.

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora