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Continuação.

Marcos: Como assim, filha? - arqueou as sobrancelhas - Tem mais coisa pra me falar?
Samantha: Pai, é muito difícil pra mim falar - dei uma breve pausa - Eu amo você e a mamãe, não posso deixar vocês correndo perigo!
Marcos: Samantha, da pra ser mais específica? - ele riu, totalmente confuso.
O garçom veio nos servir, interrompendo a conversa. Eu havia pedido lasanha, batata frita e arroz branco. Meu prato predileto naquele lugar.
Garçom: Bom apetite! - falou sorrindo, logo que terminou de servir o meu pai.
Samantha: Obrigada! - sorri.
Marcos: Então, continua! - suspirou, assim que o garçom se retirou.
Samantha: Bom, pai - dei uma garfada na lasanha e levei a boca - O Ber, ta se envolvendo com drogas! Não só ele, como a Ju e o Tiago, justamente por isso me afastei dos três!
Marcos: Samantha! - soltou o garfo no prato, fazendo um estrondo irritante - Só pode ser uma brincadeira!
Samantha: Pai, eu juro. São pessoas perigosas, eles... Eles podem fazer mal a vocês! - minha voz falhava.
Marcos: Sabe, você falando, agora eu me lembrei. Meu relógio, aquele que o vovô deixou de herança, vindo da Suíça, sumiu! - engoliu em seco.
Samantha: Provavelmente o Bernardo roubou, para poder pagar divida de drogas! - me senti aliviada, meu pai estava acreditando em mim.
Marcos: Meu Deus! - levou as mãos ao rosto - O que eu faço com esse moleque?!
Samantha: Pai, calma - apertei sua mão - O melhor a fazer agora é conversar com a mamãe, ela provavelmente não vai acreditar! - suspirei.
Marcos: Não me interessa! Ele não fica mais nem um dia morando na minha casa! - falou com rispidez.
Samantha: Eu entendo, bom eu já fiz a minha parte. Mas qualquer coisa que o senhor precisar, pode contar comigo! - sorri de canto.
Marcos: E você Samantha? Não tá se envolvendo com isso não? - me encarou, sério.
Samantha: Jamais, pai! O senhor me conhece muito bem! - balancei a cabeça.
Marcos: Eu não sei de mais nada - deu de ombros - Vou atrás do Bernardo, e de sua mãe!
Samantha: Agora? - franzi o cenho.
Marcos: Não vou aceitar isso, nem mais um minuto! Sua mãe vai ter que me escutar! - assentiu com a cabeça, terminando de comer.

Terminamos o almoço em silêncio, eu sei que deveria ter contado sobre o sequestro, e sobre o Bernardo ter compactuado, mas fiquei com medo que ele me mandasse voltar para casa, afinal ainda sou menor e ele poderia colocar o Cadu em encrencas. Pedimos duas taças de profiteroles para a sobremesa, logo depois meu pai pagou a conta, finalizando nosso almoço.

Samantha: Pai - falei, quando já estávamos na rua, em frente ao restaurante - Toma muito cuidado, são bandidos perigosos!
Marcos: Eu só queria saber como nossa família se destruiu assim! - abaixou a cabeça.
Samantha: Talvez se você tivesse passado mais tempo conosco, e tratasse a mamãe melhor... As coisas teriam tomado outro rumo! - respondi ingênua.
Marcos: Só não consigo entender como dois filhos que sempre tiveram de tudo, escolhem um futuro ao lado de bandidos! - riu sarcástico.
Samantha: Dinheiro nunca foi tudo, o Cadu me dá amor, coisa que nunca tive! - respirei impaciente - Tchau pai, se cuida!
Marcos: Se cuida, filha - se aproximou, me dando um rápido beijo no rosto.
Ele caminhou até o carro, mandei um sms para o Cadu vir me buscar.

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora