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Fiquei fuçando e atualizando as redes sociais, até o Orelha chegar, logo que ouvi ele buzinar, peguei minha carteira de mão, meu celular, dei uma rápida visualizada no espelho, tranquei a casa e guardei as chaves na carteira.
Dei uma rápida corridinha até o carro, reparei que o tempo estava nublado, com certeza iria chover mais tarde.

Samantha: Oi! - cumprimentei o Orelha com um beijo no rosto, logo que adentrei no carro.
Orelha: E ai, panicat - retribuiu o beijo, fixando os olhos no meu decote - Que roupa é essa, hein!
Samantha: Curtiu, é?! - perguntei irônica, colocando o cinto.
Orelha: Prefiro sem ela! - murmurou, dando partida no carro.
Samantha: Vá a merda! - rolei os olhos, ligando o som.

Fomos em silêncio até o Faz Quem Quer, mas percebia as comidas com os olhos que o Orelha lançava, e eu deixava ele perceber que eu estava vendo e, estava gostando. Assim que chegamos, ele desceu do carro, deu meia volta até minha porta e a abriu para mim.

Samantha: Hm, obrigada! - sorri, saindo do carro.
Orelha: Disponha! - falou, ligando o alarme - Pô, né por nada não, mas dá a mão pra mim, os moleque fica na cobiça e isso incomoda! - coçou a cabeça.
Samantha: Nada disso, sei me cuidar, lindinho! - ri, ajeitando a franja.
Orelha: Porra, não deu certo - olhou decepcionado.
Samantha: Bora entrar! - dei um empurrão no mesmo, e fui andando (rebolando) na frente.
O baile ainda estava começando, mas já tava lotado, o Orelha colocou a mão na minha cintura e foi me conduzindo até o bar.
Orelha: Tia, vê duas breja! - pediu - Posso te pagar a breja hoje?
Samantha: Por que não poderia? - franzi o cenho.
Orelha: Aquela vez tu lembra? - se referiu ao primeiro baile que nos conhecemos.
Samantha: Ah! - ri, me lembrando - Hoje pode tudo, só hoje!
Orelha: Tudo é? - mordeu os lábios com malicia.
Samantha: É, quase! - ri sem-graça.
Tia: Aqui Orelha, pega aqui! - chamou, entregando duas latinhas de Skol.
Orelha: Valeu! Bota na conta, jaé! - falou, me entregando uma.

Abri a latinha e dei um gole demorado, fui seguindo o Orelha para a pista, os caras que passavam e cumprimentavam ele, me lançavam olhares maliciosos. Estava tocando MC Menor da Vg - Ponto 30, as mina da comunidade já estavam no esculacho, descendo até o chão, eu tava afim de extravasar, já fui caindo pra treta também.
Coloquei o indicador na boquinha, e fiquei olhando fixamente para um cara, que estava parado na entrada da quadra, ele tomava um Whisky. O Orelha já tava dando moral para as piranha, então nem liguei, continuei empinando a bunda, logo ele se aproximou na minha direção.

XxXxX: Coé, a gata ta solta? - perguntou, segurando minha cintura.
Samantha: Depende! - pisquei, pegando o copo da sua mão e dando um gole.
XxXxX: Pô, depende do que? - ele apertou minha cintura, colando nossos corpos. Meu Deus, que pegada!
Samantha: De quem quer saber! - sorri, passando a língua nos lábios.
XxXxX: Safada! - colocou a outra mão por dentro dos meus cabelos e iniciou um beijo.
Iniciamos o beijo em ritmo lento, ele subia a mão pelas minhas costas, descia até a minha cintura e apertava, concentrei em seus lábios, dando fortes mordidas e chupando, nossa respiração já ofegava, fomos parando o beijo aos poucos.
XxXxX: Que isso, hein novinha! - sussurrou no meu ouvido, e mordeu a pontinha da minha orelha.
Samantha: Curtiu? - sorri, dando outro gole no whisky.
XxXxX: Bora ali no cantinho? - falou malicioso, dando mordidas no meu pescoço.
Samantha: É, busca mais bebida pra mim, ai a gente vê - falei meio sem-graça.
XxXxX: Jaé! Foge não, hein! - me deu um selinho e sumiu na multidão.

Respirei desnorteada, o que deu em mim? Nem sei quem é o cara, pode ser algum traficante, mas que se dane! Ele beija bem e, tem uma pegada sensacional. Terminei de tomar minha latinha de Skol, procurei um lixo e achei na entrada da quadra, caminhei até lá.

Orelha: Tá maluca?! - senti sua mão no meu pulso.
Samantha: Que foi, Orelha? - o encarei assustada.
Orelha: Porra, tu ao menos sabe em quem tu tava se esfregando? - perguntou, suspirando impaciente.
Samantha: Não... Deveria? - dei de ombros.
Orelha: É o dono do 25, ele veio de Floripa pra cá, só pra curtir o baile. Espero que tu queira dar pra ele, porque ele não pega sem comer não!
Samantha: Ah, serio?! - engoli em seco.
XxXxX: E ai, Orelha? Conhecendo a mina, chapa? - ele falou, colocando a mão na minha cintura e com a outra cumprimentou o Orelha.
Orelha: Ela veio comigo, parça! - sorriu, me olhando.
Samantha: É, eu preciso ir embora, meu pai tá me ligando... Sabe como é, sair escondido - dei um risinho sem-graça.
XxXxX: Porra, namoral? - olhou de canto.
Orelha: É mermo, chapa, patricinha é brabo! - riu.
Samantha: Eu vou indo tá, até depois! - me afastei, e fui pro lado do Orelha.
XxXxX: Pode crê. Satisfação! - assentiu, e me deu um beijo no rosto.
Ele conversou mais um tempo com o Orelha e depois fomos embora, na verdade ficamos lá fora, do lado do carro.
Orelha: Essa do pai foi boa! - riu.
Samantha: Tem que improvisar, né! - dei de ombros e ri.
O Orelha ficou me encarando por um tempo, desviei o olhar, quando me senti intimidada.
Orelha: Sem compromisso? Sem regras? - murmurou, segurando meu rosto.
Samantha: Sem cobranças, sem neurose! - segurei sua nuca e iniciei um beijo.

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora