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Minha mãe me olhava assustada, até eu me assustei comigo, nunca havia falado daquele jeito.

Marcos: Se você vai ficar com ele, não vai mais ser minha filha! - ele falou, decidido.
Samantha: Ótimo, pai, quer dizer, Marcos! Só vou pegar minhas coisas, e...
Marcos: Não! - me interrompeu - Se você vai sair, não vai levar NADA, porque quem comprou tudo foi eu! - me encarou - Pode ir embora! - ele abriu a porta.
Samantha: Ótimo! - respondi.

Olhei para a minha mãe, esperando que ela falasse qualquer coisa, mas a mesma permaneceu de cabeça baixa e em silêncio. Passei pela porta e sai, sem sequer olhar para trás, mas ainda pude ouvir o choro da minha mãe, quando fechei o portão. Me sentei na calçada, completamente desnorteada, pelo menos o meu celular estava comigo, liguei para o Cadu.

IDL:
Cadu: Oi, gata! - estava um barulho muito alto, quase não dava para ouvi-lo.
Samantha: Cadu! Onde você tá?
Cadu: To em um churras aqui, qual foi? - o barulho havia diminuído.
Samantha: Meu pai - dei uma longa pausa - Me expulsou de casa, porque eu disse que não iria parar te ver!
Cadu: Caralho, tu fez isso mermo?! Marca ai, onde tu tá? Vou te buscar! - ele falou, empolgado.
Samantha: To na frente de casa. Vem logo. Depois te explico tudo!
Cadu: Jaé, jaé. Beijo!
Samantha: Outro! - desliguei.
FDL.

Fiquei uns dez minutos sentada ali, meus olhos já ardiam de tanto chorar, nem folego pra soluçar eu tinha mais. Então, ouvi o ronco do motor, era o Cadu. Ele parou com a moto na minha frente, e desceu para falar comigo.

Cadu: Gata, o que rolou? - se aproximou, segurando meu rosto.
Samantha: Foi o meu irmão que contou sobre nós, foi ele! - recomecei a chorar.
Cadu: Comédia safado! - bufou de raiva - Mas, tu tá ligada, eu to contigo agora! - depositou um beijo na minha testa.
Samantha: Não, Cadu, você não entende?! - engoli em seco - Eu fui expulsa de casa, sem roupas, sem nada! E o colégio? E a minha vida? - minha cabeça estava confusa.
Cadu: Pô, e eu, Samantha?! - segurou meu queixo, com certa força - Tu fala como se não eu prestasse pra nada! Eu mal te conheci, e já gostei de tu pra porra! De certa forma, quem te colocou nessa treta, foi eu! Mas eu sou homem o suficiente, te dou minha ideia que vou cuidar de tu! A gente tá junto nesse caralho, o que for pra ser, será!
Foi inevitável não sorrir, eu o abracei com força, ficando na ponta dos pés, para falar em seu ouvido.
Samantha: Desculpa, eu estou nervosa, pretinho! - beijei seu rosto - Eu confio em você, sei que tudo isso vai passar! - o apertei.
Cadu: To ligado! - selou nossos lábios - Agora, bora pro morro. Se teu pai ver nois aqui, é perigoso sair fudido! - me entregou o capacete.

Assenti com a cabeça, e coloquei o mesmo, em seguida subimos na moto, em direção a Rocinha. Voltamos para a casa do Cadu, já fui entrando, enquanto ele guardava a Hornet. Me encolhi no sofá, e fiquei pensativa.

Cadu: Quer deitar na minha cama? - entrou na sala, e se sentou do meu lado.
Samantha: Não, tá bom aqui! - sorri de canto.
Cadu: Pô, fico malzão em te ver assim! Mas amanhã é outro dia, e a gente resolve essa parada! - segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos.
Ficamos o resto do dia assistindo TV na cama, até pipoca pra nós o Cadu fez. Já havia anoitecido, quando resolvi tomar um banho.
Samantha: Cadu - o chamei.
Cadu: Fala, musa - ele entrou no quarto.
Samantha: Quero tomar banho, mas estou sem roupa! - fiz bico.
Ele foi até o guarda-roupa, pegou uma camiseta da Hollister azul, e uma cueca box, que estava na embalagem.
Cadu: É tudo que eu tenho! - sorriu, me entregando - Amanhã nois vai comprar tudo novo, pra tu.
Samantha: Obrigada! - sorri sem mostrar os dentes.
Fui para o banheiro, tomei um banho demorado, aproveitei e lavei os cabelos. Me sequei, vesti a cueca, e a camiseta que ficava como vestido em mim, penteei os cabelos, deixando secar naturalmente. Fui para a cozinha, onde o Cadu estava, fazendo o jantar.
Samantha: Delicia! - o abracei por trás.
Cadu: Delicia é tu! - se virou para mim, alisando minha bunda.
Samantha: Devagar, mocinho! - fiz cara de brava.
Cadu: Pode deixar, vou com carinho! - segurou minha nuca, iniciando um beijo.

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora