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Léo: Eu?! Por que Samantha?! - olhou assustado.
Tiago: Deixa o menino, cara! - falou, debochando de mim.
Samantha: Leonardo - dei uma pausa - Vai pro quarto e só sai quando eu mandar, agora! - tentei falar com paciência.
Léo: Porra! Que saco! - se levantou e foi resmungando.
Quando ouvi a porta ser fechada, suspirei pesadamente e encarei o Tiago.
Samantha: Como você chegou aqui seu desgraçado?! - cerrei os dentes.
Tiago: Nossa, quanto ódio no coração, gata! - riu, se levantando.
Samantha: Vai embora, Tiago! Agora! - mandei, apontando pra porta.
Tiago: E se eu NÃO quiser?! - falou sério, arqueando as sobrancelhas.
Samantha: Eu vou gritar! - minha voz saiu trêmula.
Tiago: Grita! - riu irônico - Grita, vagabunda! - se aproximou.
Fui me afastando para trás, eu já sentia minha garganta queimar, e o choro querendo escapar.
Samantha: VAI EMBORA! - gritei.
Tiago: Vou não, tu sabia que eu viria né! Ficou até de toalha, safada! - mordeu os labios, segurando meus cabelos. Fazendo nossos corpos se aproximarem.
Samantha: ME DEIXA! SEU DESGRAÇADO! - o empurrei.
Tiago: Porra, como tu veio parar aqui, nesse moquifo, hein! - falou com nojo - O traficante te meteu o pé no rabo, foi?! - sorriu irônico.
Fiquei em silêncio, deixando as lagrimas rolarem, demonstrando meu desespero.
Tiago: Não precisa chorar, delicinha! - me puxou pela cintura - Tu quer saber o que eu quero?
Me limitei por assentir com a cabeça.
Tiago: Você! Tu vai ser minha agora! - alisou meu rosto.
Samantha: SUA?! - olhei incrédula -
Tiago: Isso mermo! Vai realizar teu sonho! - piscou - Tira essa porra, vai! - mandou, puxando a barra da toalha.
Samantha: NUNCA! EU TE ODEIO, TENHO NOJO DE VOCÊ, DESGRAÇADO! SOCORRO! - berrei entre soluços.
Tiago: Cala a boca! Puta! - me deu um tapa no rosto.
Samantha: Ai! - gemi de dor.
Tiago: CANSEI DE SER BONZINHO! OU TU ARREGANHA ESSA BUCETA PRA MIM, OU EU ENTRO LÁ E MATO AQUELE PIVETE! - ameaçou, levantando a camiseta, para mostrar a pistola.
Minhas pernas bambearam, me apoiei na mesa para não cair, fixei meu olhar no olhos do Tiago, que exalavam ódio.
Tiago: ANDA, PORRA! - segurou meu pescoço.
Virei o braço para trás, pegando um copo sobre a mesa e estilhaçando em seu rosto, sem pensar duas vezes.
Tiago: MEU OLHO, PIRANHA DO INFERNO! - cambaleou para trás, caindo no sofá, seu rosto sangrava muito.
Samantha: TU NUNCA MAIS APARECE NA MINHA VIDA, SEU ORDINÁRIO! - gritei, lhe dando um chute no saco.
O Léo abriu a porta do quarto, e veio correndo até mim, me abraçando.
Léo: Samantha! Tu tá machucada? - me olhou apreensivo.
Samantha: Não, eu to bem meu amor! - o apertei contra mim - Vamos sair daqui!
Léo: Eu chamei o...
Um barulho estrondoso me assustou, olhei espantada para a porta, o Cadu entrou armado.
Samantha: Cadu?! - arregalei os olhos.
Cadu: Cadê o filho da puta? - perguntou, adentrando na casa.
Léo: Pô, eu liguei pro chefe! Peguei teu celular - falou, me olhando de canto.
Samantha: Tudo bem! Volta pro quarto, Léo, por favor - murmurei, alisando seus cabelos.
Ele foi sem resmungar, o Tiago estava gemendo no sofá, com o Cadu apontando uma 9 milímetros para ele.
Cadu: Ele te machucou? - me olhou de canto, ainda mirando no Tiago.
Samantha: Não... Eu machuquei ele antes! - murmurei.
Tiago: Cai fora seu pela saco! - resmungou, tentando se levantar do sofá.
Cadu: QUIETINHO AI! PORRA! - berrou, disparando um tiro em sua perna.
Tiago: AHH! CARALHO! - cerrou os dentes de dor, seu rosto estava completamente inchado.
Samantha: Cadu! Por favor, não mate ele aqui! - pedi, segurando seu braço.
Cadu: Não vou matar, quero que ele passe o recadinho pro chefe! - destravou a arma novamente.
Cadu disparou outro tiro em seu rosto, fazendo o Tiago desmaiar, levei a mão a boca para não gritar. O sangue espirrou por todo o sofá, inclusive na parede.
Cadu: RATO ENTRA AQUI! - gritou pro Vapor, que estava na porta.
Vapor: Fala tu!
Cadu: Joga esse desgraçado na entrada do Antares. E depois quero saber como ele conseguiu colar no morro! - disse bravo.
Vapor: Jaé! - assentiu.
Mais dois vapores vieram ajudar a carregar, foi um alivio ver ele saindo de perto de mim.
Cadu: Vem aqui, pô! - me puxou pela mão, juntando nossos corpos.
Abracei o Cadu por um longo tempo, eu não conseguia parar de chorar, a sensação de desespero ainda estavam em mim.
Cadu: Ele não te machucou, mermo? - sussurrou no meu ouvido, enquanto alisava meus cabelos.
Samantha: Não, não deu tempo - balancei a cabeça, me soltando de seu abraço.
Cadu: Bom mermo, se não eu... - falou com os dentes cerrados.
Samantha: Relaxa, não aconteceu nada! - o interrompi - Eu vou tomar outro banho, e vestir uma roupa.
Cadu: O que tu tava fazendo de toalha, perto daquele comédia?! - franziu o cenho.
Samantha: Eu estava no banho quando ele chegou - rolei os olhos - E tu não precisa dar crises de ciúmes, não temos mais nada!
Cadu: É... - assentiu - Sou um otário mermo!
Samantha: Para! Não começa. Não te agradeci ainda, muito obrigada! - sorri forçado.
Cadu: Relaxa pô, tu sabe que nunca vou deixar nada de ruim acontecer contigo - falou sem-graça.
Samantha: Sim! - assenti - Posso te pedir outra coisa? Leva o Leonardo pra comer alguma coisa, ele deve estar morrendo de fome.
Cadu: Jaé, chama o pirralho lá!
Samantha: Obrigada! Vou chama-lo - sorri, indo em direção ao quarto.
Entrei no quarto para chamar o Léo, que estava deitado na cama.
Samantha: Léo, vai comer um lanche com o Cadu, ele ta na sala te esperando!
Léo: Sam, me desculpa, eu deixei aquele mané entrar. Mas o cara inventou mó migué! - falou, com a cabeça baixa.
Samantha: Relaxa, meu amor, a culpa não é sua! Agora vai lá! - lhe dei um tapinha na cabeça.
Léo: Falou! - terminou de calçar os chinelos, e correu pra sala.

Esperei os dois saírem e voltei para o chuveiro, lavei o cabelo, pois havia espirrado sangue em mim. Passei hidratante corporal, desodorante, vesti um shorts jeans preto, bem curtinho, uma camiseta branca da Hollister, com detalhes em pink, calcei minhas Havaianas brancas, penteei os cabelos e deixei secar naturalmente, só prendi a franja para trás.

Peguei os produtos de limpeza e fui para a sala, recolhi os cacos do copo, em seguida passei pano no chão e na parede, finalizei tirando todo o sangue do sofá. Assim que terminei, o Cadu chegou com o Léo, era incrível como ele se dava bem com crianças.

Cadu: Vou te pegar, rapa! - eles entraram rindo.
Léo: Duvido! - abriu a porta.
Samantha: Eita, já voltaram? - perguntei.
Léo: Já! Toma, trouxe pra tu! - me entregou uma sacola com lanche, e uma latinha de Pepsi.
Samantha: Obrigada! - dei um sorrisão. Eu estava morta de fome - Valeu, Cadu.
Cadu: Tu sabe que é um prazer fazer os bagulhos pra ti. Mas ai preciso trocar uma ideia contigo!
Samantha: Ah, claro - assenti - Vamos pro quarto!

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora