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Cadu narrando:

Acordei depois do almoço, tomei um banho gelado, vesti minha bermuda jeans clara da Lacoste, uma camiseta simples da Ralph Lauren, escovei os dentes, calcei minhas Havaianas e, fui pra cozinha, preparar qualquer coisa pra mascar. Eu tava vivendo como um estranho na minha própria casa, eu sentia a falta da Sam em todos os cômodos. Terminei de rangar, peguei minha pistola, e a chave do motor, segui em direção a boca.

Vapor: Coé - falou, assim que cheguei - Mano Orelha tá no aguardo, la na tua sala, Cadu.
Cadu: Jaé, jáe - assenti, indo para a minha sala.
Abri a porta, o Orelha estava sentando na poltrona, mexendo no celular.
Cadu: Opa - o chamei.
Orelha: E ai, chefe - sorriu - Suave?
Cadu: Tranquilo, pô - assenti - O que aconteceu?
Orelha: Nada, não. Só vim saber se o esquema tá no pente!
Cadu: Claro, 23:00hr a gente sai do Faz Quem Quer - me sentei na cadeira, de frente para ele.
Orelha: Pode crê. Sem falhar dessa vez - arqueou as sobrancelhas.
Cadu: Papo reto. O Menó tá na encolha, passando o laudo do bagulho.
Orelha: Maravilha. Então suave, vou voltar pra boca, dá aquela descansada! - se levantou.
Cadu: Pode crê. Até depois, então! - falei.
Orelha: Deus com nois, mano - respondeu, ao abrir a porta.
Cadu: Amém! - assenti.

Tava pilhadão, tudo precisava sair perfeito. Dessa vez meu anjo voltava pra casa. Peguei meu celular que começou a vibrar, era mensagem no wpp, o LF enchendo o saco. Fuçando na galeria encontrei uma foto minha e da Samantha, que saudade daquele tempo, que saudade da minha morena. Meio nada ver, mas postei no face, e foda-se.

''Não me abandone, nunca jamais. Eu preciso desse teu brilho, para poder sonhar...'' - Mariana Rangel e 472 pessoas curtiram isso.

'' - Mariana Rangel e 472 pessoas curtiram isso

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Samantha narrando:

O Dodô passou o dia inteiro fora, eu continuei conversando normal com o Daleste, parece que aquele beijo nem havia rolado. Terminei de tomar banho, vesti um vestido soltinho, sem detalhes, fiz um rabo de cavalo alto, calcei minhas Havaianas e, fui para fora do barraco.

Daleste: Tá esfriando, né não? - murmurou, soltando fumaça.
Samantha: Uhum - assenti, colocando as mãos envolta do meu corpo.
Estava anoitecendo, a lua começava a aparecer no céu, nos deixando com uma certa sensação de nostalgia.
Daleste: Bora entrar? - falou, quebrando o silêncio.
Samantha: Vamos - sorri.

Já estava me direcionando para entrar, quando ele me puxou pelo pulso com certa força, colando nossos corpos, me envolvendo em um abraço apertado, correspondi. Tanto meu corpo quanto o dele, precisava desse abraço, aquele tipo que parece que te protege de qualquer coisa, e alivia suas terríveis inseguranças.

Daleste: Tu promete que vai se cuidar? - murmurou no meu ouvido, ele estava chorando.
Samantha: Vou - assenti - O que aconteceu? - perguntei.
Daleste: Nada, princesona - tentou disfarçar as lágrimas.
Samantha: Não chora, tá tudo bem! - segurei seu rosto.
Daleste: Vai ficar - beijou minha testa.

MORRO DO FAZ QUEM QUER - 23:00HR -
Cadu narrando:

Cadu: Tu entendeu, né? - perguntei ao Orelha, pela décima vez.
Orelha: Porra mano, já falei que to ligado - assentiu - OH RATO, BORA MANO! - gritou para o vapor.
Cadu: Eu vou distrair o pela saco do Dodô, e tu pega a Samantha.
Orelha: Jaé, jáe - assentiu - Todo mundo aqui, bora?
Cadu: Partiu! - ajeitei meu fuzil, que estava atravessado nas costas.
Dessa vez não iria muitos vapor, seria melhor reduzir o número, do contrário só ia atrasar a missão. Fomos divididos em 3 carros, dessa vez o LF não foi junto.
Orelha: O Menó já tá ligado? - perguntou.
Cadu: Tá sim, só cair pra treta! - assenti, e ele logo deu partida no carro.
Deus tá com nois, beijei a foto da Sam, que estava de papel de parede no meu celular.

Samantha narrando:

Terminei minhas orações e, me deitei. Fiquei olhando para o teto, todas as luzes estavam apagadas, meus olhos já se fechavam de sono, mas um aperto estranho no peito me incomodava.
Não demorou muito, eu consegui dormir.

Daleste: Sam, acorda! - ele murmurava, me chacoalhando sem parar.
Samantha: O que foi? - perguntei baixo, ainda de olhos fechados.
Daleste: Tu precisa sair! Levanta, caralho! - me puxou pelo braço, me fazendo despertar.
Samantha: O que tá acontecendo? - arregalei os olhos, me sentando no colchão.
Daleste: Não da pra explicar agora, velho - suas mãos tremiam, e assim como sua voz, seu olhar entregava seu nervosismo - Mas tu vai sair daqui agora! O Cadu ta lá fora!
Samantha: Cadu?! - sorri surpresa.
Daleste: Shi... - colocou o indicador na minha boca - Fala namoral. Agora vem!
Apenas assenti, me levantei do colchão, Daleste segurou minha mão, me conduzindo até a porta.
Daleste: Espera - me parou, antes de abri-la - Quando essa porta abrir, tu vai correr. O Digão ta ali fora, o Cadu vai gastar ele, enquanto isso tu corre até o Orelha - explicou.
Samantha: Mas e tu? - pressionei os labios, nervosa.
Daleste: Eu vou ficar suave - balançou a cabeça - Agora vai, não para de correr por nada! - falou, destrancando a porta.
Dodô: TU PENSA QUE VAI AONDE, PORRA?! - falou alto, acendendo a luz.
Daleste: CORRE, SAM! - abriu a porta - CORRE!
Não pensei duas vezes, sai em disparada, sem direção, sem enxergar nada a minha frente.
Dodô: DESGRAÇADO! - berrou.
Ouvi dois... Três... Quatro disparos atrás de mim. Minhas pernas bambearam, Daleste... NÃO!
Meu corpo travou na hora, automaticamente minhas pernas viraram, direcionadas a voltar para o barraco. Comecei a correr de volta, mesmo sabendo que é inútil.
Orelha: SAMANTHA! - me gritou.
Me virei para trás, ele estava ali, a poucos cm de mim, com um enorme sorriso esboçado no rosto.
Samantha: Orelha! - corri até ele, me jogando em seus braços.
Orelha: Ah que saudade de tu, minha morena! - me abraçou com força.
Samantha: Eu não to acreditando - encostei minha cabeça em seu peito, chorando.
Orelha: Tá tudo bem, agora! Vamo sair daqui, bora pra casa! - me encorajou, segurando meu rosto.
Samantha: Não! - balancei a cabeça - O Daleste... Ele... - as palavras não saíam.
Orelha: Puta merda! - exclamou, ganhando a cena.
Samantha: Eu preciso ir lá, Orelha! - falei.
Orelha: Ta maluca?! Bora sair daqui, eu aviso o Cadu! - segurou meu pulso.
Me soltei do mesmo, correndo impulsivamente até o barraco, o desespero me impulsionou. Tudo aquilo era culpa minha!
Orelha: SAM! PORRA! - berrou.

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora