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Não sei por quanto tempo eu fiquei inconsciente, acordei dentro de um quarto, minha boca estava amordaçada, e minhas pernas e braços amarrados na cama.

Abri os olhos assustada, entrei em desespero ao me ver daquele jeito, comecei a me balançar compulsivamente, fazendo a cama ranger. Em dois tempos a porta se abriu. O Dodô entrou, arregalei os olhos, finalmente entendendo tudo.

Dodô: E ai, gatinha! - ele sorria - Pô, mo saudades de tu! Me tirou legal, hein!
Eu só gemia, tentando pedir para ele tirar a mordaça da minha boca.
Dodô: Quer tirar esse bangui? - me olhou.
Assenti com a cabeça.
Dodô: Olha lá hein, se comporta - riu, passando a mão pelos meus seios, e chegando na minha boca, onde finalmente tirou.
Samantha: O que tá acontecendo? Onde eu estou? - perguntei afobada, sentindo um nó na garganta.
Dodô: Não interessa, caralho! Eu te avisei, avisei o pela saco do seu namoradinho também, não foi?! - me olhou serio.
Samantha: TU NÃO SABE PERDER! EU NÃO QUIS NADA CONTIGO E AGORA TU QUER SE VINGAR?! QUE TIPO DE DONO DE MORRO TU É?! HEIN, SEU BOSTA! - berrei, ignorando qualquer consequência.
Dodô: Desgraçada! - me olhou com raiva, dando um soco no meu nariz.
Senti o sangue escorrer, chegando aos meus lábios. Comecei a me tremer, foi uma péssima ideia meu ato de coragem.
Dodô: TU NUNCA - segurou minha boca - NUNCA MAIS SE METE COMIGO! MEU MORRO, MINHAS LEIS! EU POSSO FAZER O QUE EU QUISER! - ele berrava, visivelmente nervoso.
Comecei a chorar compulsivamente, eu não estava acreditando, fui traída pelas pessoas que confiei a vida inteira.
Samantha: O que você vai fazer comigo? - perguntei, fungando.
Dodô: Ah - abriu um sorriso sarcástico - Fica bolada não, tudo na sua hora! E o filho da puta do Cadu? Sabe que tu tinha ido pro asfalto? - arqueou as sobrancelhas.
Samantha: Não - balancei a cabeça - Não temos mais nada! - senti um aperto ao lembrar do Cadu.
Dodô: Caraca, que notícia boa! Então o caminho tá livre pra mim?! - segurou uma mecha do meu cabelo.
Samantha: Dodô, me solta! Eu não quero nada contigo. Eu não te fiz nada, cara! - eu implorava.
Dodô: Já mandei calar a boca! Quem dá as ordem nessa porra, sou eu! - se afastou - Quero te comer!
Samantha: O que?! - engoli em seco.
Dodô: Quero transar, fuder, fazer sexo contigo! Tu é burra, caralho?! - revirou os olhos.

Cadu narrando:

Porra, nunca passou pela cabeça que a Samantha iria largar de mim, sei que o nosso lance era indefinido, mas mermo assim. Fui pra boca logo cedo, um comédia roubou no asfalto e trouxe polícia pra favela.

Cadu: Tu não aprende nunca, porra?! - coloquei o revolver na lateral da sua cabeça.
XxXxX: Isso nunca mais vai acontecer, eu fiz isso pelo meus filhos! - ele implorava.
Cadu: Já dei chance demais pra tu! - o empurrei - Pode meter bala! - ordenei para um dos Vapor.
XxXxX: Não cara, não! - me encarou, chorando.

Eu já matei muito filho da puta, mas não gostava de ver ninguém morrendo. Entrei no meu escritorio, e fui fumar um baseado, minha cabeça estava a milhão!
Terminei de fumar a baga, e peguei meu celular no bolso, que vibrava. Era um whats da Sam.
Não... Desgraçado! Eu não tava acreditando naquela foto, a Samantha toda amarrada na cama, só pode ter sido o cabaço do Dodô.

Cadu: LF! - gritei, totalmente alterado.
LF: Qual foi? - entrou no meu escritório.
Cadu: Bola uma operação! Morro do Antares! - avisei, antes que ele perguntasse.
Ele não testou minha febre? Agora vamo ver de qual que é!

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora