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Samantha narrando:

Saímos do baile rapidamente, nem avisei a Tainá, ela já iria desconfiar. Fomos para a casa do Cadu, rolou mais sexo a madrugada inteira, por fim adormecemos juntinhos.

(...)

Acordei com uma dor de cabeça terrível no dia seguinte, ainda com os olhos fechados, passei a mão pela cama, e o Cadu já não estava mais. Me levantei lentamente, vesti minhas peças intimas, segui até o banheiro, onde lavei meu rosto, e usei um enxaguante bucal, prendi o cabelo em um coque mal feito e fui para a sala.
O Cadu estava parado na porta, olhando o movimento, enquanto tragava uma baga.

Samantha: Bom dia, amor - falei, indo até o mesmo, e lhe dei um beijo no rosto.
Cadu: Bom dia! - respondeu seco, se afastando.
Samantha: Tudo bem? - franzi o cenho.
Cadu: O mermo de sempre! - deu de ombros, jogando a baga fora.
Samantha: Hum - murmurei.
Cadu: Eu tenho uns bangui pra resolver, tu pode me dar licença? - perguntou, indo para o quarto.
Senti uma queimação na garganta, não entendi o comportamento dele. Fui seguindo o mesmo.
Samantha: Qual foi, Cadu?! Por que tu ta me tratando assim?! - perguntei alterada, dando um empurrão nas suas costas.
Cadu: Tu tá maluca?! - se virou, segurando meus dois pulsos - To te tratando do mesmo jeito que tu fez. Tu duvidou de mim, Samantha! Não acreditou na minha ideia, preferiu ir por buxixo dos outros!
Samantha: Eu... - engoli em seco, assustada - Eu sei, mas cara, tu dormia na boca varias vezes, e aquela Paloma ficava enxendo minha mente! - murmurei.
Cadu: NÃO INTERESSA! - berrou - Tu devia ter confiado em mim, que era teu homem. Tu quer saber?! Ela foi na boca sim, tacou a buceta na minha cara, mas eu não quis comer porque te amo! E tu, o que fez? Desconfiou de mim e na primeira oportunidade foi se agarrar com o pela saco do Orelha! - me encarou.
Samantha: Mas você também estava lá, rodeado de putas! - falei ingênua.
Cadu: Lógico quem pediu um tempo foi você! Mas fica sussa, não peguei nenhuma não. - suspirou, me soltando.
Samantha: Cadu, me desculpa, eu... - tentei alisar seu rosto.
Cadu: Não! Sai fora! - me interrompeu, batendo na minha mão - Quem quer um tempo agora sou eu
Samantha: Tempo?! - olhei incrédula - A GENTE TRANSOU, CADU! EU PENSEI QUE TUDO ESTIVESSE BEM RESOLVIDO, ENTRE NÓS! - berrei, começando a chorar.
Cadu: Eu não te obriguei a dar pra mim, muito menos garanti qualquer coisa! - falou, balançando a cabeça.
Samantha: Eu não acredito que to ouvindo isso! - dei uma risada irônica.

Cadu ficou em silêncio. Chega de me humilhar, se ele não quer mais nada comigo, ótimo. E quanto ao sexo, foi perfeito pra mim também, não tenho do que me arrepender. Vesti minha roupa em silêncio, cessando o choro.
Samantha: Eu vou, Cadu. Mas é pra nunca mais voltar! - falei séria.
Cadu: Tu vai acabar voltando - falou sem expressão, me encarando.
Samantha: Não, não vou! - balancei a cabeça.

Procurei meu celular na cama, e coloquei o mesmo no bolso logo que encontrei. Peguei meu par de saltos, ia subir o morro descalço.
Cadu ficou de cabeça baixa, pensei em falar algo, mas me calei, e fui embora. Eu queria desabar em lágrimas, mas não valia a pena, eu iria superar. O primeiro passo seria sair do morro.

Logo que comecei a subir pro barraco da Tainá, vi a ridícula da Paloma sentada na esquina, assim que passei veio de deboche, puta que pariu, meu humor já ta muito ótimo pra aguentar desaforo.

Paloma: Olha a chifruda da Rocinha! Hoho haha a amante olha pra quem pensa que é fiel, e começa a debochar! - cantarolou, entre risadas.
Samantha: Eu tenho dó de você sabia?! Tanto tempo dando pro Cadu, e eu que cheguei depois, já virei primeira dama! É mole?! - falei, parando de frente pra ela, com um sorriso nos lábios.
Paloma: Primeira dama! - fez careta - Tu é uma patricinha vagabunda, que veio mexer com o que é meu! - se levantou, me olhando com raiva.
Samantha: ESCUTA AQUI, GAROTA: VAGABUNDA É A MÃE! EU NÃO TENHO CULPA SE ELE PREFERIU A MIM! ACEITA, MEU AMOR! - falei alto, a essa altura as pessoas da rua já começaram a olhar.
Paloma: EU AINDA ACABO COM TU! - gritou, se aproximando.
Samantha: Está esperando o que?! - perguntei, jogando meus sapatos no chão.
Paloma: Tu vai se arrepender de ter entrado no meu caminho, cadela! - cerrou os dentes, vindo na minha direção.

Ela foi direto pro meu cabelo, puxando o mesmo com muita força, dei uma sequência de socos em seu estômago, fazendo a mesma recuar um pouco para trás. Aproveitei e segurei seu cabelo com a mão esquerda e com a direita lhe dei um soco na boca, senti meu rosto ser arranhado, vagabunda. Retribui o arranhão, sentindo minha unha na sua pele.
As pessoas da rua gritavam, estava a maior função, eu só largaria aquela puta, depois que ela desmaiasse.

Samantha: ISSO - lhe dei um chute na barriga - É POR VOCÊ TER DADO EM CIMA DO MEU HOMEM!
Paloma: EU VOU TE MATAR! - me deu um tapa no rosto, voltando a segurar meus cabelos.
Samantha: CADELA! - dei um apertão nos seus seios, fazendo ela me soltar, aproveitei e retribui o tapa nos dois lados do rosto.
Continuamos emboladas, provavelmente ela sairia mais machucada que eu.
LF: QUE PORRA É ESSA AQUI?! - era a voz do LF. Senti ele segurar meu braço, tentando separar a briga.
Samantha: SAI, NÃO SE INTROMETE LF! - gritei.
LF: Patroa?! - olhou espantado.
Foi então que tive uma ideia, grudei as mãos em seu cabelo, e não soltaria nem por decreto.
Samantha: LF, busca uma tesoura pra mim! - mandei.
Paloma: Tu tá maluca, vagabunda! - tentou se soltar.
LF: Não! Patroa, namoral, mo fita errada! - balançou a cabeça.
Samantha: Faz o que eu to mandando! - suspirei impaciente - Sou sua patroa, não sou?!

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora