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Meu coração acelerou descompassado, nem me mover eu conseguia. Como pode ser? Eu vi ele morto, será que esse pesadelo nunca mais teria fim?

Samantha: É ele, Tainá! - murmurei.
Tainá: Ele quem? - me encarou confusa.
Samantha: O... O desgraçado que me sequestrou! Ele veio pra me pegar de novo, eu tenho certeza! - eu estava totalmente desesperada.
Tainá: Meu Deus! - levou a mão a boca - Vamo ralar daqui, agora!
Samantha: Não! E o Cadu?! Não vou deixa-lo! - balancei a cabeça negativamente.
Tainá: O Cadu tem os vapor, e tu tá grávida, só vai atrapalhar! - falou impaciente - Bora ralar daqui!
Assenti. No fundo ela tinha razão, eu não iria ajudar em nada, só me arriscaria. A Tainá me puxou pelo pulso, iriamos sair pelos fundos, havia uma ''saída de emergência'', justamente para essas situações.
Dodô: TODO MUNDO ENCOSTADO NA PAREDE, DE COSTAS PRA MIM! - berrou.
Cadu: QUAL FOI, PORRA? DEIXA O POVO IR EMBORA, EU TO AQUI, CARALHO!
Segurei no braço da Tainá e, fomos correndo para a saída.
Bia: Onde a vadia grávida pensa que vai?! - falou, aparecendo na nossa frente.
Samantha: Bia! - murmurei, sentindo meu corpo congelar.
Bia: OH DODÔ, OLHA AQUI QUEM TÁ QUERENDO FUGIR! - gritou pra ele, dando risada.
Ele olhou na nossa direção, esboçando um sorriso maldoso.
Dodô: Samantha, fica ai, pô... Pra tu ver eu matar esse teu namoradinho!
Cadu: DEIXA ELA EM PAZ, CARALHO! - gritou impaciente, indo para cima do Dodô.
Samantha: CADU! - berrei, correndo na entrada da quadra, onde eles estavam.
Tainá: Samantha! Porra! - veio atrás de mim.
Os dois começaram uma luta corporal, o que me deixou totalmente amedrontada, a qualquer momento o Dodô ia puxar o gatilho, eu tinha certeza.
Samantha: CADU, PELO AMOR DE DEUS! - gritei, segurando em seu braço.
Bia: FICA QUIETINHA, DESGRAÇADA! TU SÓ VAI ASSISTIR! - falou, me segurando.
O pessoal da comunidade que estava no baile, aproveitaram a distração e foram embora, alguns ficaram. Os vapor estavam em posição, mas não se moveram, pois poderiam colocar a vida do Cadu em risco.
Dodô: FILHO DA PUTA! - ele se jogou em cima do Cadu, segurando o rosto do mesmo e enchendo de socos.
Samantha: PELO AMOR DE DEUS! ALGUÉM FAZ ALGUMA COISA! - berrei, desesperada.
O rosto dele estava coberto de sangue, Cadu tentava reagir, mas o Dodô parecia possuído, não parava de socar um segundo sequer.
Dodô: EXPERIMENTA FAZER ALGUMA COISA, SEUS CUZÃO! EU TERMINO DE RASGAR ESSE PELA SACO NA BALA! - falou para os vapor.
Eu não iria deixar o Cadu ser machucado daquela forma, eu não iria perder o amor da minha vida. Samantha: ME SOLTA, VADIA! - falei alterada, pisando com a ponta do salto em seus dedos do pé.
Bia: AHH, FILHA DA PUTA! - gritou, automaticamente me soltando.

Fui correndo na direção do Dodô, segurei seu braço, tentando faze-lo parar. Foi então que ouvi um tiro atrás de mim, olhei assustada, a Bia estava caída no chão, com um tiro na testa, segurando uma arma.

Samantha: Tiago?!
Tiago: Surpresa em me ver? - perguntou, me encarando.
Dodô: O QUE TU TÁ FAZENDO AQUI TEU DESGRA... - se levantou, indo na direção do Tiago - BEATRIZ?! BIA! O QUE TU FEZ COM ELA, CARALHO! - gritou desesperado, indo até o corpo.
Tiago: DEI O QUE ELA MERECIA FAZ TEMPO! - sorriu ironicamente.
Eu estava perplexa, de qualquer forma, ela iria acertar em mim, covardemente. Me ajoelhei ao lado do Cadu, que estava quase desmaiado.
Samantha: Amor, tá me escutando? - perguntei, segurando seu rosto.
Cadu: Sam... - deu uma pausa, respirando com dificuldade - Vai embora... Foge daqui!
Samantha: Não, eu não vou te deixar! A gente vai sair daqui juntos! - falei, sentindo meus olhos transbordarem.
Cadu: Pega... Pega minha pistola aqui no chão - murmurou.
Samantha: Cadu, da ordem para os vapor reagir! - sugeri, pegando a pistola discretamente.
Cadu: É arriscado! - ele levou a mão até a minha, pegando a arma.
Dodô: EU VOU ACABAR COM O DESGRAÇADO DO CADU, E DEPOIS CONTIGO! - falou, pegando o Tiago pela camiseta.
Cadu: Vaza, Sam - falou - Sai dai!
Me levantei com relutância, indo para perto da Tainá.
Samantha: Tu não vai fazer nada, porra? - perguntei ao LF.
LF: Relaxa, que eu sei o que eu to fazendo!
Cadu: TU VAI RALAR, PRA SEMPRE, DODÔ! - gritou, chamando sua atenção.
Ele soltou o Tiago no mesmo instante, e se virou com o um sorriso irônico para o Cadu.
Cadu: VAI PRO INFERNO, DESGRAÇADO! - berrou, disparando a arma.
O Dodô caiu no chão, com os olhos esbugalhados, respirando com dificuldade. O Cadu se levantou um pouco, pronto para dar o tiro fatal.
Dodô: Eu... Eu te encontro lá! - gemeu, disparando um tiro no Cadu, que caiu para trás.
Samantha: CADU! - berrei.
Foi então que os vapor reagiram, disparando rajada no Dodô, que caiu morto.
Samantha: Cadu! - me aproximei do corpo, colocando a cabeça em seu peito. Chequei sua respiração, ele ainda respirava, graças a Deus - LF, A GENTE PRECISA LEVAR ELE PARA O HOSPITAL! - falei entre lágrimas.
Tiago: Tu não vai pra lugar nenhum! - segurou meu pescoço - Agora é eu e você!
LF: TU TÁ MALUCO? SOLTA A MINA! - cerrou os dentes.
Tiago: Tenta pra tu ver! - arqueou a sobrancelha e, colocou o 38 no meu rosto.
Samantha: Tiago... Por favor - implorei.
Tiago: TU É MINH...
Orelha: TUA É O CARALHO! - gritou, dando um tiro em sua cabeça.
Senti o sangue espirrar em mim, o corpo do Tiago tombou, e caiu no chão.
Samantha: ORELHA! - fui até ele, o abraçando.
Orelha: Tu tá bem? - segurou meu rosto.
Samantha: Não... O Cadu ele foi baleado! - falei entre soluços.
LF: Pô, mano Orelha! - veio até nos e o cumprimentou - A gente tem que correr cara! A assistência que o Cadu precisa só tem no asfalto!
Samantha: E dai? - falei histérica.
Orelha: Que se foda os verme, bora colocar ele no carro! - me soltou.
Os dois foram levar o Cadu até o carro, a Tainá me abraçou.
Tainá: Vai ficar tudo bem, preta!
Samantha: Ele não pode morrer, amiga! - encostei a cabeça em seu ombro.
Tainá: Ele não vai! - murmurou, alisando minhas costas.

Já se passa das 4:00hr da manhã, estou sentada no corredor do hospital a mais de duas horas, e nenhuma noticia do Cadu. Como é arriscado, apos nos deixar aqui, o Orelha se mandou com o LF pra Rocinha.

Tainá: Tu quer alguma coisa? - perguntou, me olhando de canto.
Samantha: Não, eu só quero saber do Cadu! - murmurei.
Tainá: Amiga, tu te acalma - suspirou - Vai ficar tudo bem, essas coisas demoram mermo, cara!
Assenti. Continuei orando baixinho, eu não iria perder a fé.
Tainá: Bom, eu vou comprar alguma coisa pra mascar - disse, se levantando.
Samantha: Aproveita e liga pra Mariana, pede pra ela avisar minha sogra - pedi.
Tainá: Jaé - sorriu.
Tirei meu salto, que já estava deixando meu pé um caquinho, e coloquei de lado, encostei a cabeça na parede e alisei minha barriga, de alguma forma, meu filho que estava me dando forças.
Tainá: Pronto, piriga - se aproximou, sentando ao meu lado novamente.
Samantha: Ligou? - perguntei.
Tainá: Sim - assentiu, tirando um salgado de uma embalagem - A Mari ficou arrasada, cara... Ia no pagode ver se achava tua sogra!
Samantha: É muito triste isso, cara - lamentei - Agora que tudo tava se firmando, a gente ia se casar!
Tainá: Ia não - sorriu - Vocês VÃO se casar, te liga, ow. Vai ficar tudo bem!
Samantha: Deus te ouça - sorri forçado.
Ela me ofereceu salgado, mas recusei, eu não estava com vontade de nada. Contra minha vontade, acabei dormindo, acho que dormi por umas três horas.
Tainá: Amiga, acorda - me chamou.
Samantha: O que foi? - a encarei assustada - Aconteceu alguma coisa?
Tainá: O médico tá vindo! - falou.
Despertei rapidamente, e vi o médico se aproximar.
Doutor: Samantha?
Samantha: Sim, eu mesma - assenti, me levantando.

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora