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Samantha narrando:

Parecia que o mundo havia desabado na minha cabeça, desci o morro segurando o choro, e me acabei em lágrimas ao chegar em casa. Eu não queria nunca mais olhar para o Carlos Eduardo, ele havia me tratado como um lixo, destruindo toda a fantasia que criei em torno do nosso relacionamento.

Peguei minhas malas que estavam em cima do guarda-roupa, em seguida comecei a pegar tudo que era meu, e guardar de qualquer jeito. Depois de esvaziar o guarda-roupa, fui até o banheiro, onde finalizei, terminando de recolher tudo que era meu. Eu não fazia ideia de onde ir, mas aqui eu não iria ficar, e obviamente não voltaria para a casa dos meus pais, não queria dar esse gostinho a eles. Peguei minhas malas, e minha bolsa, subi o morro carregando tudo, deu um trabalhão, mas a casa da Tainá é perto. Cheguei no portão, e comecei a bater palmas, logo ela apareceu.

Tainá: Sam? - me encarou, com cara de sono.
Samantha: Oi, amiga preciso da sua ajuda! - falei com receio.
Tainá: O que ta pegando? - veio até mim, destrancando o portão.
Samantha: É uma longa história. Eu e o Cadu rompemos, to sem lugar pra ficar. Posso contar contigo pelo menos essa noite? - mordi os lábios nervosa.
Tainá: Claro, claro! - assentiu - Vem, eu te ajudo a levar os bagulhos! - pegou uma das malas.

Entrei na casa da Tainá, eu nunca havia passado do portão, talvez seja por isso que levei um susto. Não sei podia chamar aquilo de casa, o lugar só tinha três cômodos contando com o banheiro. Uma mulher, um garoto estavam deitados no colchão, e do lado havia um berço com um bebê, dormindo.

Samantha: Sua irmãzinha? - perguntei, apontando para o berço.
Tainá: Não! - riu - Minha filha.
Samantha: O que? - olhei surpresa - Desde quando?
Tainá: Ele tem um aninho, é filho de um ex vapor do Cadu, que morreu logo apos a Eloá nascer.
Samantha: Nossa, tu é tão novinha! - balancei a cabeça.
Tainá: Fazer o que. Mas não me arrependo não, te contar, é a melhor coisa da minha vida! - sorriu com ternura, olhando para o berço.
Samantha: Imagino! - assenti, sorrindo.
Tainá: Então, tu vai dormir nessa cama de casal comigo! - falou - E deixa seus bangui em um canto ai, amanhã a gente vê o que faz!
Samantha: Beleza! - murmurei.

Logo a Tainá pegou no sono, eu segui até o banheiro, onde coloquei meu pijama, escovei os dentes, em seguida fui me deitar. Demorei pegar no sono, fiquei revirando na cama de um lado pro outro, pensando no Cadu. Só consegui pegar no sono lá pelas 03:00hr.

(...)

Acordei com muito barulho, abri os olhos lentamente, sentindo minha cabeça doer ao extremo.

Tainá: Bom dia, bela adormecida! - falou brincando, enquanto embalava a bebê no colo.
Samantha: Bom - bocejei demoradamente - Dia!
Léo: Oi! - um garoto pulou na cama, deveria ser o irmão da Tainá - Tu é a Samantha?
Samantha: Sou sim! E você? - sorri.
Léo: Sou o Léo! - retribuiu o sorriso - Tu vai dividir barraco com nois?
Samantha: É... Por enquanto! - dei de ombros.
Marta: Leonardo! - a mãe da Tainá gritou da cozinha - Deixa a menina quieta, caralho!
Tainá: Cai fora seu moleque idiota! - deu um se liga no mesmo.
Marta: Vai comprar cigarro, vai! - ela mandou, entrando no quarto/sala.
Léo: Já vou, inferno! - desceu da cama, emburrado.
Marta: Tudo bem, meu amor? - perguntou para mim, sorrindo.
Samantha: Sim, e a senhora? - assenti.
Ela tinha uma aparencia sofrida, não devia passar dos 34 anos.
Marta: Me chame de senhora nem fudendo! - riu - Olha, tu fique aqui o tempo que precisar, viu!
Samantha: Muito obrigada! Vai ser por pouco tempo, eu já vou me virar amanhã! - falei, me levantando.
Ouvimos alguém batendo palmas.
Tainá: Vou ver quem é! - falou - Toma - colocou a Eloá nos meus braços.
Segurei a menininha delicadamente, ela logo abriu um sorriso pra mim, que me fez retribuir.
Marta: Quem é, Tainá? - perguntou, quando ela adentrou em casa.
Tainá: Sam! - sorriu - Teu macho ta ai!
Arregalei os olhos, e olhei para ela assustada.
Samantha: Que macho? O Cadu?! - perguntei.
Tainá: Iala, por acaso tem outro, besta?! - brincou, rindo - Dá minha minha filha aqui, e vai ver ele! - falou, pegando a Eloá do meu colo.

Fiquei sem reação, peguei o celular e conferi as horas, já passava das 14:00hr, caraca dormi demais.
Samantha: Amiga, pede para ele esperar. Vou tomar um banho! - pedi, pegando minha toalha na mala.

Tainá: Firmeza, eu...
Marta: Deixa que eu vou lá pra tu, to com saudades do chefinho! - interrompeu a Tainá, falando empolgada, enquanto ajeitava o cabelo.
Tainá: Velha assanhada do caralho! - resmungou, rolando os olhos.

Não consegui conter a risada, revirei as malas e peguei qualquer roupa: um shorts jeans claro, de cintura alta, uma regata preta com um decote generoso, contendo renda no mesmo. Segui para o banheiro, tomei um banho rápido, sem lavar os cabelos, escovei os dentes, passei hidratante corporal, desodorante, me vesti, calcei minhas Havaianas brancas, penteei os cabelos, deixando-os soltos, com a franja jogada de lado. Peguei meu celular, e fui para o quintal, onde encontrei o Cadu, Tainá, e a Dona Marta conversando, assim que cheguei os mesmos se calaram.

Tainá: Até que enfim, né não? - riu.
Samantha: Cala a boca! - murmurei.
Marta: Vamo entrar, Tainá! - deu um tapa na bunda dela - Tchau, chefinho!
Cadu: Falou! - riu.
Tainá: Juízo casal vinte! - me fuzilou com o olhar.
Elas entraram para dentro, fiquei de braços cruzados, esperando o Cadu falar.
Cadu: Sai aqui pô, pra nós bater um lero! - murmurou, abrindo o portão.
Respirei impaciente, e sai pra rua, ficando na calçada, de frente para ele.
Samantha: Então? - arqueei as sobrancelhas.
Cadu: Pô, to mo envergonhado, namoral! - riu sem-graça - Samantha, me desculpa, cara. Eu agi errado, to ligado. Mas eu te amo, te amo pra caralho, não falo isso porque fiz o pedido aquele dia no baile, ou por causa de uma aliança! - deu uma pausa.
Continuei em silêncio, reparei que nem havia encostado na minha aliança, continuava intacta no meu dedo.
Cadu: .... mas por todas as atitudes que te provo, no dia a dia, mano. Tu é a mulher da minha vida, a que eu escolhi pra ser mãe dos meus filhos. Eu vacilei, mas pô, todo mundo erra! Eu tava alterado, chapado, agi sem pensar! - me encarou.

...

E aí, será que ela vai desculpar ele?
Amanhã eu volto, bjxxx ❤

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora