AO SUBIR O MORRO (F!)

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Doutor: É menino! - sorriu abertamente.
Cadu: PORRA! UM MENINÃO! - gritou eufórico.
Samantha: Cadu! - o repreendi - Bem que o Daleste disse, um príncipe! - sorri.
Doutor: Então, a criança está em perfeito estado! Sem mais recomendações... - falou por fim.
Tivemos uma conversa rápida, e marquei a consulta para o próximo mês. Eu estava de atestado, então não iria trabalhar hoje.
Cadu: Tu quer comer alguma coisa? - perguntou, me olhando de canto.
Samantha: Não, amor... Vamos para casa! - pedi.
Entramos no carro e, seguimos sentido a Rocinha.
Samantha: E então, amor... Tudo certo pra sua festa? - perguntei.
Cadu: Opa, ta no pente! - sorriu com animação - Além da festa, vai ter um baile dahora, porque vou comemorar o tempo que eu to no poder!
Samantha: É? Faz quanto tempo?
Cadu: Pô, vai fazer uns 04 anos... - falou pensativo.
Samantha: Amô, agora que a gente vai ter uma família, se casar... - dei uma pausa - Tu não pensa em abandonar essa vida?
Cadu: Até penso, gata - assentiu - Mas nem sei se da, nesse mundão louco que eu entrei, a chance de sair com vida, é rara!
Apenas assenti. No fundo, desde o começo eu sabia que o Cadu era dessa vida, e as chances dele abandonar tudo, talvez não existam.
Cadu: Cara, to tão feliz, mano - sorriu para mim.
Samantha: Eu também, amor - sorri de volta - Sempre quis um menino!
Cadu: E o nome? - arqueeou as sobrancelhas.
Samantha: Eu gosto de... - parei de falar, enquanto observava o Morro, avistei a Paloma.
Cadu: Que foi? - perguntou, acompanhando meu olhar.
Samantha: O que essa puta, ta fazendo aqui?!
Meu sangue ferveu, minha vontade era de descer daquele carro e meter porrada.
Cadu: Tu te acalma, amor - me olhou de canto.
Samantha: Não vou acalmar! Eu vou da na cara dessa vagabunda! - falei impaciente.
Cadu: Pô, deixa que eu cuido disso, cara! - suspirou, estacionando o carro.

Ele parou o carro ao lado de um bar, a Paloma estava a duas casas a frente, conversando com uma mulher no portão. Seu cabelo estava comprido, bem maior do que antes, com certeza era aplique, aplique dos podres.
Cadu: Já volto, marca ai! - selou nossos labios, e abriu a porta.
Samantha: Cadu, eu quero ir contigo... - choraminguei.

Ele nem respondeu, desceu do carro e foi até ela. Fiquei observando tudo, Cadu a abordou com um puxão de cabelo, e logo começaram a discutir, ela como sempre mantinha aquele sorriso irônico. Puta.
Eu não ia ficar só olhando, desci do carro, e fui pisando duro até eles.

Samantha: Algum problema, amor? - perguntei alterada, olhando para ela.
Cadu: Samantha! - me encarou assustado - Porra meu, falei pra tu não descer!
Paloma: Aah, a gravidinha escrota! Ta de quantos meses, mona? - riu debochada.
Samantha: Não te interessa! Quem te contou da minha gravidez? - franzi o cenho.
Paloma: É o assunto, né! Perai... Macaco demora quantos meses pra nascer, cara?
Samantha: Macaco é tua mãe! Desgraçada! - falei alterada, partindo pra cima dela.
Logo lhe dei um tapa na cara, descontando toda a minha raiva, quando ela foi revidar, enrolei seus cabelos na mão, e puxei de uma vez.
Cadu: SAMANTHA! PARA PORRA! - me puxou pela cintura.
Samantha: Ridícula! Aqui seu cabelinho! - joguei as mechas de aplique no chão.
Paloma: CACHORRA! EU VOU MATAR VOCÊ! - me encarou com raiva.
Cadu: Tu vai vazar daqui! - falou - Se eu te ver mais uma vez aqui, caralho... Eu te mato! - a encarou.
Paloma: Coitado! - gargalhou irônica - Só saio se EU quiser!
Cadu me soltou, e foi se aproximando da Paloma.
Cadu: Tu nunca mais, fala assim comigo! - segurou seu rosto, apertando com força.
Ela desmanchou o sorrisinho no rosto, e percebi pelo seu olhar que estava com medo.
Paloma: Me solta, Cadu! - murmurou.
Cadu: Tu vai ralar desse morro, agora! - falou, soltando-a.
Ela permaneceu imóvel, Cadu pegou o nextel e chamou o LF, mandando ele vir até o bar.
Samantha: Tu não vai matar essa vadia? - perguntei.
Cadu: Não, pô! Ela vai vazar daqui e vai ficar tudo certo!
Não demorou nada, o LF encostou de moto, tinha outro vapor na garupa.
LF: Qual foi, chefe? - chegou, perguntando ao Cadu.
Cadu: Tu leva essa cadela - falou, olhando para a Paloma - Da uma coça boa nela, e chuta do meu morro! Não quero ver essa vadia nunca mais aqui!
Paloma: Cadu, por favor! - pediu, com a voz trêmula.
Samantha: Que por favor o que, por mim você tava morta!
Cadu: Te acalma, amor - me olhou de canto - Agora bora, porra! - bateu palmas, apressando.
LF: Jaé! - assentiu - Bora, caralho! - pegou a Paloma pelo braço.