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Samantha narrando:

Fiquei um bom tempo sozinha, logo a porta se abriu, meu corpo se encolheu ao pensar que podia ser o Dodô. Mas o para o meu alívio (?), era o Tiago.

Tiago: E ai, como tu ta? - seu rosto estava pálido, e a agitação de hoje cedo não era notável.
Samantha: Nossa, to super ótima! Amando a hospedagem! - ri irônica.
Tiago: Samantha, não é por mal pô. O Dodô não vai fazer nada contigo, ele só quer o Cadu - deu de ombros.
Samantha: Não diz nada, Tiago, cala a merda dessa boca! - bufei impaciente.
Tiago: Vou nem perder meu tempo contigo! - balançou a cabeça - Tu quer alguma coisa?
Samantha: SOME DA MINHA FRENTE! SOME DA MINHA VIDA! - berrei.
No mesmo instante o Dodô entrou no quarto.
Dodô: Mudança de plano! Bora pro Careca! - falou agitado, olhando para o Tiago.
Tiago: Qual foi pô?! - o encarou confuso.
Dodô: O pela saco do Cadu ta vindo pra cá, mermao!
Tiago: Porra, não era essa a ideia?
Dodô: Ainda não. Quero bolar tudo na moralzinha! Agora para de pergunta, imbecil! - fez cara feia para ele.
Tiago: E ela? - direcionou a cabeça, apontando para mim.
Dodô: Mermo proceder de hoje cedo! - ordenou, saindo do quarto.
Samantha: Tiago - o chamei, quando já estávamos a sós.
Tiago: Fala - murmurou, se aproximando de mim.
Samantha: Me ajuda? Por favor! Eu sempre confiei en ti, nunca vacilei com ninguém, não é justo! - falei soluçando, já voltando a chorar.
Tiago: Não da não, cara. To amarradão na Bia, pra pular pra trás! - suspirou, pegando o vidro no bolso.
Foi injusto tentar me defender. Em menos de minutos, apaguei com o pano na boca.

Cadu narrando:

Traficante: Pô, calma ai! - me encarou.
LF: Mete bala nesse desgraçado! - falou pra mim.
Cadu: Tu tá achando que eu to brincando? Comédia fudido! - me aproximei, dando uma coronhada em sua cabeça.
O traficante caiu no chão, com a cabeça ensanguentada, mas não desmaiou.
Traficante: O Dodô - me olhou assustado - Tá na casa da 29, caralho! - sua voz saiu falhada.
Não perguntei onde era, eu conhecia bem o Antares, antes de virar dono da Rocinha, eu e o Dodô já tinha andado naquele lugar todinho.
Cadu: Bora pra casa da 29, bora! - falei animado, entrando no carro.
Torvic: Onde é essa porra? - perguntou, coçando a cabeça.
Cadu: Seguinte rapaziada - alterei a voz - Quero geral me seguindo, ta ligado. É pra entrar naquela porra, e fazer chacina! Mas eu quero cuidado, não quero que a Samantha saia com nenhum arranhão! - minha expressão estava séria.
LF: Pode crê, tudo nosso! - assentiu com a cabeça.

Entramos nos carros novamente, e fui fudido pra 29. O percurso era de dez minutos, eu fiz em cinco. Estacionei o carro na frente da casa, estava um silêncio estranho, não tinha nenhum movimento. Mesmo assim, descemos do carro em mil grau.

Cadu: ARROMBA A PORTA! ARROMBA! - gritei para os Pivetes.
O Torvic foi na frente, metendo o pé na porta.
Torvic: GERAL COM A MÃO NA CABEÇA! - gritou.
Entrei logo atrás dele. Puta que pariu! Não tinha ninguém lá dentro.
LF: Desgraçado! Aquele traficante enganou nois! - cerrou os dentes.
Cadu: PORRA! - dei um soco na parede - Caralho, geral fazendo uma varredura nessa porra! Vamo ver se achamos alguma coisa que indica se eles passaram por aqui! - ordenei.
Fiquei sentado em uma poltrona velha, tudo que me importava era a Samantha, eu nunca iria me perdoar se algo de ruim acontecesse com ela.
Torvic: Chefe, vem aqui! - gritou de um dos quartos.
Me despertei dos meus pensamentos e corri até lá.
Torvic: Olha isso! - me entregou o celular da Samantha.
Cadu: É da Sam! - meus olhos lacrimejaram.

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora