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Cadu narrando:

Tava tudo combinado, a invasão no Careca aconteceria nessa madrugada. Já se passava das 23:00hr, quando eu e os vapor, subimos o morro, para chegar até a van que nos levaria lá.

Orelha: Tudo firmeza? - perguntou, assim que chegamos.
Cadu: Só chegar e meter bala! - assenti.
Orelha: BORA, TODO MUNDO ENTRANDO! SEM NEUROSE! - gritou, e logo os vapor foi subindo na van.
O LF que foi dirigindo, segui em silêncio o caminho todo, meu pensamento tava na Sam, na minha Sam. Eu mal conseguia segurar a ansiedade de abraça-la, e pedir desculpas por ter sido um canalha.
Logo que paramos no Antares, descemos na boca ''principal'', onde o Dodô passava a maior parte do tempo, alguns pivetes ficaram na van, eu, LF, Orelha e mais alguns vapor, invadimos a boca.
LF: Chega tocando o terror, nessa porra! - sussurrou.
Assenti.
Arrebentei a porta, e adentrei apontando a pistola para todos os cantos.
Cadu: CADÊ O DESGRAÇADO DO DODÔ?! - berrei.
Vapor: Qual foi?! - encarou, apontando uma arma para mim, também.
Cadu: EU QUERO SABER DO PELA SACO! FALA ONDE ELE TÁ, CARALHO! - continuei gritando.
XxXx: Ele não tá aqui! - uma voz feminina murmurou.
O Orelha tava segurando uma mina pelos cabelos, enquanto mirava a 38 em sua cabeça, ela aparentava ter a mesma idade da Samantha.
Cadu: Quem é? - perguntei pro Orelha.
Bia: Sou a fiel do Dodô! - respondeu baixo.
Cadu: NÃO FALEI CONTIGO, VADIA DESGRAÇADA! - berrei.
LF: Vamo levar ela pra dar uma voltinha! - sugeriu, sorrindo irônico.
Bia: NÃO! - gritou assustada - Careca... Ele... O Dodô tá se escondendo no Careca!

Samantha narrando:

Acordei no meio da noite com alguém me sacudindo, era a Juliana.
Samantha: O que foi? - murmurei sonolenta.
Juliana: Eu consegui - sorriu - Peguei o celular do Digão, vamos ligar pra alguém! - murmurou.
Samantha: Pra quem? - me sentei no colchão, já me empolgando.
Juliana: Seu namorado, liga pra ele! - me entregou o celular.
Já me senti angustiada, eu não lembrava o número de ninguém de cor.
Samantha: Não sei o número dele! Cadê os caras? - perguntei, procurando os mesmos com os olhos.
Juliana: Tão dormindo - falou impaciente - Vou ligar pro Tiago - pegou o aparelho da minha mão.
Samantha: Tu tá doida?! - balancei a cabeça - Seu irmão vai contar tudo pro Dodô!
Juliana: Ele vai nos ajudar, relaxa! - rolou os olhos.

Eu sabia que aquilo iria dar merda, me levantei para tomar um copo de água, mas acabei me escorando na parede, ao sentir uma pontada extremamente forte na barriga, logo minha visão embaçou.

Samantha: Ai - soltei um gemido.
Juliana: Samantha?! - me olhou - Tudo bem?
Samantha: Não... Eu... - foi tudo que consegui responder, antes de desmaiar.
Daleste: Samantha - senti alguns tapinhas no rosto - Acorda!
Minha boca estava seca, e sentia muita dor na cabeça, era como se tivesse levado uma pancada.
Samantha: Onde... Onde eu to? - murmurei.
Juliana: Samantha, você tá bem? - me encarou.
Daleste: Vou pegar água pra tu! - soltou minha mão.
Tentei me sentar, encostando a cabeça na parede, mas minha barriga ainda doía muito.
Juliana: Eu mandei mensagem pro Tiago, amiga! Ele vai nos ajudar, tudo vai ficar bem - sorriu, alisando minha barriga.
Samantha: Tu não - murmurei - Não devia ter feito isso!
Daleste: Toma, mina! - me entregou um copo.
Samantha: Valeu! - sorri forçado - Minha barriga ta doendo muito, preciso de um médico, Daleste.
Daleste: Vou ligar o Dodô, e...
É só falar no demônio que ele aparece, a porta foi destrancada violentamente, e ele entrou enfurecido.
Dodô: JULIANA, SUA DESGRAÇADA! - foi tudo muito rápido, em largos passos ele a segurou pelo cabelo, jogando a mesma violentamente contra a parede.
Juliana: DOUGLAS, NÃO! - grunhiu.
Dodô: TRAÍRA DO CARALHO! - disparou um tiro em sua perna.
Samantha: AAAH! - dei um grito, totalmente assustada.
Dodô: QUAL DOS DOIS QUE DEIXOU O CELULAR POR AI, HEIN?! - ele berrou, passando as mãos no rosto.
O Daleste olhou para o Digão, que abaixou a cabeça na hora.
Dodô: EU FIZ UMA PERGUNTA, PORRA! - gritou novamente, dando um tiro pro alto.
Digão: Foi eu... Foi mal chefe, eu dormi, e... - murmurou amedrontado.
Dodô: EU DEVIA ESTOURAR TUA CABEÇA, VACILÃO DE MERDA! - se aproximou do mesmo - ESSA VAGABUNDA, PODERIA TER LIGADO PRA POLICIA E FODIDO GERAL! - apontou para a Ju, que tremia no chão.
Digão: Isso não vai mais acontecer, foi mal!
Dodô: FOI MAL, FOI MAL! - lhe deu um tapão na cabeça - PUTA QUE PARIU, BANDO DE OTÁRIO!
Um barulho estridente ecoou no ambiente, era o celular do Dodô.
Dodô: Desgraçada - murmurou e, foi atender.
Olhei assustada para o Daleste, que me encarava de olhos arregalados.
Daleste: Tu tá bem? - perguntou.
Samantha: Não sei, acho que sim - dei de ombros, em seguida alisei minha barriga.
Ele assentiu, e foi ver a Juliana, que estava encolhida. Depois de alguns instantes ao celular, o Dodô voltou mil vezes mais furioso do que havia chegado.
Dodô: MAS É UMA DESGRAÇA MERMO! - gritou - BORA, TODO MUNDO SE LEVANTANDO, VAMO VAZAR DAQUI!
Samantha: Como assim? O que foi? - engoli em seco.
Dodô: O viado do Cadu, foi no MEU morro, e ameaçou a Bia. A vagabunda entregou a cena, e ele tá vindo pra cá! - falou.
Meu coração acelerou desesperadamente, sem querer dei um sorriso.
Dodô: ANDA PORRA, BORA! - deu outro berro, apressando.

O Daleste me ajudou a se levantar, e logo fui ajudar a Ju. Digão começou a recolher as coisas, e o Dodô só enchendo o saco. Foi então que ouvimos um barulho, olhei assustada para a porta.

Cadu: SAMANTHA! TU TÁ AI?! - ele gritou. Meu Deus, era a voz do Cadu.
Abri a boca para responder, mas o Dodô apontou a arma para a minha barriga, e colocou o indicador na boca, mandando eu ficar quieta.
Cadu: SAMANTHA! - gritou novamente.
Juliana: AQUI! A GENTE TA AQUI! SOCORRO! - berrou.
E foi então que um tiro no peito, a calou para sempre.

Levei as mãos a boca, na tentativa de segurar o choro, Juliana escorregou pro chão, com os olhos esbugalhados.
Dodô: Quietinha, vadia! - sussurrou para mim - É o seguinte, segura essa mina, e vamo todo mundo pro carro. Digão, vem comigo, mete bala sem dó nesses fela!

Comecei a chorar descontroladamente, olhei para o Daleste, em uma tentativa de socorro, mas foi inútil. Logo que o Dodô abriu a porta, os vapor do Cadu entraram em peso, mirando armas para todos os cantos.

Cadu: SAMANTHA! - me encarou, tentando se aproximar.
Dodô: TIRA A MÃO, SEU DESGRAÇADO! DALESTE, LEVA A MINA! - berrou.
Samantha: NÃO! - comecei a me debater, na tentativa de me soltar.
O Daleste tinha o dobro do meu peso, então obviamente ele era mais forte que eu.
Cadu: TU NÃO QUER EU, SEU PILANTRA?! ENTÃO SOLTA A SAM! - falou, batendo de frente com o Dodô.
Dodô: QUEM DÁ AS ORDENS NESSA PORRA, SOU EU! FICA PIANINHO, COMÉDIA! - em sua voz havia um tom de ironia.
Orelha: METE BALA NESSES PORRA! - berrou.
Dodô me puxou pelos cabelos, dos braços do Daleste, e apontou a 9mm na minha barriga.
Dodô: Se meter bala, eu meto bala aqui! - avisou, pressionando o cano.
Samantha: Dodô, por favor... - falei com a voz embargada.
Cadu: Cara, solta ela! Eu to aqui, chega com esse caralho!- pediu, se rendendo.
Dodô: Vamo fazer um acordo, mas por enquanto não vou soltar essa delicia! - riu, passando a língua no meu pescoço - Digão, leva pro carro!
Ele veio rapidamente, sacou o revolver, me puxou pelo pescoço e foi me arrastando para a fora. Os vapores estavam todos posicionados, só esperando a ordem do Cadu.
Orelha: TU VAI SAIR DESSA, EU PROMETO! - gritou pra mim.
Apenas assenti, me desmanchando em lágrimas. Digão me levou até o carro, me jogando bruscamente no banco de trás, e travando as portas.
Samantha: Por favor, não faz isso comigo - implorei.
Digão: Cala a boca, porra! - suspirou impaciente.

Pelo vidro consegui ver uma movimentação no matagal, eu não estava acreditando naquilo, sem conseguir segurar, vomitei tudo no banco do carro. A Ju estava presa em vários pneus, com o corpo pegando fogo.
Eu não consegui segurar o choro, não sei o que mais doía, a morte da Juliana, ou o fato de que estou tão perto da liberdade, e não posso ser liberta. Daleste entrou no carro, e o Dodô veio atrás.

Digão: Foi tu que queimou a mina?! - perguntou.
Dodô: Quem mais, otário?! - rolou os olhos - E tu, pega essa porra de exemplo. Teu namoradinho tá brincando com fogo, vou ter pena mais não, hein! - falou, segurando meu rosto.
Samantha: Cala a boca! - murmurei, me soltando.
Digão: Cadê os cara? - perguntou, dando partida.
Dodô: Vazaram, né - gargalhou - Eu to com o ponto fraco da banca, adianta bater de frente nem fudendo! - riu, e me olhou.
Uma raiva mortal me corroeu, como foi possível, três chefões não conseguirem acabar com o Dodô?! Eu sei que eles não quiseram colocar minha vida em risco, mas porra.
Daleste: Toca pro Alemão! - falou.

...

Que vontade de socar a cara de Dodô aaaaaa
Amanhã eu volto pra postar mores ❤ votem nos capítulosss, bjons 🌸

AO SUBIR O MORRO (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora