Capítulo 60 (revisado)

390 32 1
                                    

O cavalheirismo do mundo pós apocalíptico me assusta. Daryl e Ozônio são as provas vivas de que homens podem ser tão inconscientes e dramático quanto adolescentes cancerianas na tpm. Quando retornei a mim, tentando ficar em pé- inutilmente- depois da queda, eu reuni todas as forças que não tinha para tentar atingir o rosto de ozônio com um soco, mas tudo o que eu alcancei foi o ar e então cai de bunda no chão de novo, tornando a ficar em pé por dois pares de braços fortes que me puxavam do chão, enquanto um terceiro -tudo o que eu via eram sombras- se dirigia a passos firmes até ozônio que saiu correndo até Daryl, que agora corria até nós com Carol nos ombros e uma duzia de mortos em seu encalço. Fomos cercados por outros dois carros com homens que gritavam instruções para todos os lados. Instruções que eu não conseguia captar. Tiros, e mortos caídos, tiros e gritos, tiros e eu sendo carregada para algum lugar. E em algum lugar mais a frente alguém gritando com Ozônio sobre o quanto ele foi burro. Tiros, tiros, tiros, armas sendo recarregadas, tiros, os carros tomando partido, tiros e o anúncio de que perdemos alguém. Até que não houvessem mais tiros, só o movimento do carro fujindo dali.

-Maria? perguntava alguém que segurava o meu rosto com as duas mãos. 

-Não estou- murmurei.

-Você tem que ficar comigo, okay? E a sonolência tomando conta de mim- Você tem que ficar comigo querida, não feche os olhos. 

Fechei os olhos e alguém começou a bater no meu rosto.

-Não bata nela- disse uma segunda voz. 

A tontura tomando conta, uma reviravolta no estômago cheio de amoras, me sento, ainda de olhos fechados tentando controlar a dor. Não consigo, me iço para frente e vomito em cima dos pés de alguém.

-Retiro o que disse- disse a mesma voz- Pode continuar batendo nela. Alguém levanta minha cabeça pelos cabelos e o rosto de Michael surge diante do meu.

-Não toque em mim- digo enquanto me desvencilho dele e tento abrir a porta do carro.

O motorista freia e sou jogada contra o banco da frente fazendo a cabeça bater violentamente contra o banco. Vomito de novo. 

-Caramba- diz a voz que eu não reconheço no banco da frente- Vamos tirá-la do carro.

-Ainda não estamos longe o suficiente deles- responde Michael que tenta inutilmente manter meu corpo dentro do carro. 

-Estamos em movimento sua idiota, você quer se jogar do carro? 

Dou um tapa estalado em sua cara e os homens no carro riem, Michael sorri e diz:

-Sempre tão agressiva.

-Okay, há um hospital psiquiátrico a uns dois quilômetros ao norte, vire a próxima esquerda, precisamos limpa-la e deixá-la repousar- diz alguém do lado de Michael.

-Daryl? pergunto.

-Está bem, está no carro de trás cuidando de Carol e o seu amigo nerd idiota está com ele.

-O que ele estava tentando fazer? perguntou o motorista.

-Nos atrasar, dar tempo a Daryl para ajudar Carol- respondeu Michael. 

-Da próxima vez que ele me jogar de algum lugar é melhor eu morrer, porque se eu sobreviver ele vai ter um buraco enorme desenhado no corpo. 

-Um buraco na camada de ozônio- brinca outro soldado no banco da frente. Nós rimos e o som de suas risadas sobre mim tem quase um efeito curativo instantâneo, por um momento é quase como se minhas feridas e cicatrizes, as recentes e as antigas, fossem nada comparado a me sentir viva. 

DIXON - No Fim Do Mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora