Capítulo 79 (revisado)

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Eu olhava para cada uma das pessoas diante de mim sem entender absolutamente nada.

-Onde está Daryl? Perguntei encarando Ozônio que parecia realmente aliviado com a presença daqueles estranhos.

Ele deu de ombros.

-Onde ele está? Perguntei socando seu braço com força- Quem são estas pessoas Ozônio?

Mas ele esfregou o braço e permaneceu calado.

-Somos de Washington D.C- disse um soldado a minha frente. Ele era ruivo e muito forte, exibia um sorriso duro mas parecia bastante animado com a situação- Estivemos procurando por você durante muito tempo- avisou.

-Não conheço ninguém em Washington D.C- informei a ele.

-Mas todos conhecemos você- disse um soldado negro que se posicionou diante de mim e tirou o boné em reverência- É realmente uma honra Stra. Maria.

Olhei para Ozônio que parecia se divertir com o meu desconforto.

-São da ONU Maria- disse ele sorrindo- Vieram resgatá-la.

-As pessoas que estiveram com você até agora trabalharam conosco para que você estivesse em segurança até este momento- disse o ruivo. -Meu nome é Abraham, e eu sou o comandante desta equipe, viemos levá-la para casa.

-Para minha casa? Perguntei confusa.

-Para a nossa- informou o negro.

Eu neguei com a cabeça.

-Você não precisa mais ter medo agora- disse Ozônio abraçando-me- Nós conseguimos.

Ele pressinou a boca selada com um beijo em minha testa cheia de suor. Meu corpo tremia inteiro.

-Eu não entendo- disse a ele- Como eles chegaram até aqui?

-Conseguimos contato com ele assim que você entrou na mata. Por isso levamos um pouco mais de tempo até perceber que você havia sumido. Eles estavam nos rastreando a meses, mas não conseguiam nos contatar pelo rádio, mas chegaram há cidade e conseguiram uma frequência sólida. Então montamos um plano e pegamos você de volta.

-Você nos deu um grande susto Maria- disse o Ruivo coçando a barba- Quando Alec nos informou que você tinha sido capturada achamos que não chegaríamos a tempo.

-Depois de todo esse tempo, perde-la seria o fim-completou o negro.

-Mas há outros como eu- lembrei a eles.

-Não como você- disse o comandante. O outro concordou com a cabeça.

-Você é imune a mordida, ela não te mata, não te infecta. O outro é imune ao vírus, ele não é portador. Se morrer não volta como um dos andarilhos.

-O outro? Perguntei confusa. -Apenas um?

Ambos assentiram.

-Só resgatamos dois de vocês. Um para cada agente sanguíneo.

Por algum motivo meu estômago se revirou.

-Preciso sentar- avisei a Ozônio que sem hesitar me conduziu a um tronco caído.

-Vamos esperar que o resto da sua guarda particular volte e então levaremos você até o helicóptero mais próximo.

A ideia de voar era tentadora. Qualquer coisa longe do caos da terra parecia deliciosa demais.

-Só ....- Ozônio hesitava ao falar- Só sobrou o Alec e Rony.

Alguns dos soldados se entreolharam com pesar. Todos tinham perdido companheiros de batalha.

-Nós iamos contar pelo rádio mas Alec disse que isso poderia atrapalhar a missão.

-Alec sabe sobre a importância desta missão- disse o ruivo apertando o rifle nas mãos- Ele está ciente de que nada vai nos atrapalhar.

Ozônio assentiu envergonhado, como se tivesse culpa das coisas ruins que havia nos acontecido.

-Conte a ela- ele disse ao comandante- Conte.

-Conte o que? Eu quis saber. Levantei rapidamente e deixei a irritação tomar conta de mim, não podia ser nada bom.

-Acho que podemos conversar melhor quando ela estiver dentro dos muros- censurou ele.

-Senhor, eu não acho que esta seja uma boa ideia- disse o negro que olhava firme para seu comandante.

-Isso não é da sua alçada Patrick- respondeu duramente o comandante.

-Mas com certeza é da minha- respondi irritada- E se você não me contar agora o que está acontecendo pode esquecer essa história de cura. Eu não irei há lugar algum com você.

-Você não tem escolha- respondeu ele colocando um cigarro entre os dentes e puxando um isqueiro- Não é decisão sua.

-O corpo é dela, o sangue é dela. Com todo respeito mas se ela se recusar não há nada que você possa fazer- interviu Ozônio.

-O sangue desta garota é propriedade do governo mundial, ela não tem autoridade nenhuma sobre ela mesma. Foi uma criança geneticamente planejada- gritou o ruivo cuspindo palavras e gotas de saliva no rosto de Ozônio.

-Talvez não tenha sido uma boa ideia contáta-los - disse Ozônio para mim. O medo estampado no rosto.

-Não seja burro, eles não sabem com quem estão lidando- garanti a ele em voz alta para que todos escutassem.

-Seus superiores não ficarão nada contentes se eu for tocada contra a minha vontade agora que estamos tão perto.- falei para o geral.

-Você não tem todo esse poder- disse Abraham sorridente.

-Não se preocupe Maria, nenhum de nós vai tocá-la, estamos aqui apenas para escoltá-la até a capital- disse Patrick.

-E se eu me recusar?

-Não tem porquê. Ninguém tem autoridade para tocar em você sem o seu concentimento. Esse foi o acordo assinado entre os seus pais e o governo dos Estados Unidos da América quando você nasceu.

-Calado- gritou Abraham, o semblante enrrugado, explodindo de raiva.

-Ele só está assustando você Maria- disse Ozônio.

-Não está conseguindo- respondi com deboche.

-Vamos esperar que Dixon, Rony e Alec cheguem e então partiremos- disse o comandante. O desafio marcando seu rosto. Era evidente que não gostava de mim.

-Temos mais pessoas no grupo- avisou Ozônio referindo-se a Harry, Louis e Carol e Carmen, se ainda estivesse viva.

-Apenas meus subordinados são problema meu- respondeu ele indiferente.

-Daryl não é subordinado de ninguém- cuspi as palavras.

Abraham exibiu um sorriso amarelo e adquiriu uma expressão que avisava "agora eu peguei você " .

-Daryl Dixon foi da primeira Guarda que saiu ao seu resgate Maria Ketzer. Ele é só mais um dos muitos homens dispostos a morrer para que você sobreviva.

DIXON - No Fim Do Mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora