Capítulo 91 (revisado)

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Oii gente. Vamos começar com um recadinho especial. A história inteira foi revisada, eu sugiro que quem está lendo até aqui volte e leia tudo de novo. A história está muito melhor. Erros de ortografia e coerência foram corrigidos porque eu tive vários pontos fora de lógica no caminho. Mas agora está tudo certinho. Exclui o último capítulo para reescreve-lo e agora vamos que vamos. Conto com o feedback de vocês e com os VOTOS sempre. Isso é muito importante então não deixem de votar.

Beijos beijos beijos.

Meus olhos estavam úmidos e ardíos.
"Siga a receita" lembrei da fala da minha mãe. Então eu não parava de picar as cebolas nem para esfregar os olhos, não importava o quanto eu quisesse isso. O apartamente era maior desta vez, isto porque aparentemente minha estadia nele seria permanente, e o lugar todo estava perfumado com o cheiro de mel, alho e ervas finas. Cozinhar aliviava minha alma e corpo de um jeito como nada fazia. Talvez por ser uma coisa tão comum, tão segura. Ali, sozinha no apartamento era fácil esquecer que o mundo lá fora era cinza. E vermelho, muito vermelho. Da cor do sangue.

Assim que coloquei o peru no forno e tirei as luvas de pano uma batida ressoou na porta. Espiei pelo olho mágico e não tive coragem de atender a detestável Carol e a ainda mais detestável Rose.

-Maria- Carol começou a chamar. Ignorei-a.

-Eu sei que está ai, tem cheiro de comida- disse ela. Eu revirei os olhos. Havia sido pêga por isso. Inacreditável.

-O que foi? Perguntei rude ao abrir a porta. Só então notei que ambas carregavam grandes sacolas.

-Viemos trazer os mantimentos semanais- disse Rose naquela voz enjoativa. Poderia muito bem não ser enjoativa, mas como ela tinha um histórico com Daryl eu via só defeitos nela. Ela também não se esforçava para ser simpática.

-Obrigada- eu disse agarrando as sacolas e trazendo-as para dentro. O que elas levaram como um convite para entrar.

-Casa bonita- disse Carol e aquilo soou como um comentário leve, diferente de tudo o que vinha dela.

-Obrigada! Eu respondi pensando em mil formas de despachá-las.

-Você tem feito um bom trabalho por aqui, com a limpeza e todo o mais. É uma ótima dona de casa- comentou Rose me fazendo perder o juíso e querer socá-la.

-Obrigada! Respondi cerrando os dentes.

-Daryl gosta mesmo das mulheres obedientes- continuou ela.

Oh. Meu. Deus.

-Mas ele gosta mais das que fogem por entre os seus dedos. Ele se identifica com os espíritos livres como o dele.

-Obrigada pela dica- falei- Mas estou realmente ocupada cuidando da minha vida e acho que vocês deveriam ir fazer o mesmo. Não existe mais trabalho de estágiario para vocês fazerem?

Rose enrubeceu e cerrou os punhos. Tudo o que eu não precisava era de uma luta mano a mano logo agora com a barriga despontando. Mas eu estava sempre muito bem armada e não tinha medo de atirar. Ainda mais nela.

-Vamos- disse Carol puxando-a pelo braço. A melhor decisão que ela poderia ter tomado.

-Isso não vai ficar assim Maria- ameaçou ela.

Mas eu estava tão acostumada com ameaças de mulheres insultadas...

-Sua beleza intimida- disse Louis, ele foi o primeiro a chegar para o almoço- É por isso que você não se da bem com as mulheres.

-Você acha? Perguntei desviando os olhos da panela de arroz diretamente para ele.

-Eu não entendo nada disso. Mas Harry disse isso uma vez e eu acho que faz muito sentido.

A menção do nome de Harry me entristecia. Tanto ele quanto Ozônio estavam sob supervisão médica de alto nível.

Por. Minha. Causa. De novo.

-Você tem esse cabelo todo volumoso e esse corpo que definitivamente não é americano- continuou ele.

-Meus avós são brasileiros.

Eram, enfim....

-Beleza brasileira, isto mesmo- concordou ele- Se Harry estivesse aqui ele conseguiria falar dos detalhes da sua feição, mas eu sou péssimo com isso então só posso dizer que você é linda.

Até parecia hétero falando.

-Harry estará aqui em breve- falei implorando para que aquilo fosse verdade. Louis assentiu.

-Ozônio também.

Se existia um Deus então que ele ouvisse nossas preces.

Louis terminou de guardar os novos produtos trazidos por Carol e Rose nas prateleiras e pôs a mesa. Quando eu desliguei o forno, Alec, Daryl e Rony chegaram.

-O que W queria com você no outro dia? Perguntou Rony por acaso, como se não fosse nada, mas eu percebi Daryl e Alec encarando-o pelo canto dos olhos.

Eu terminei de servir meu prato enorme com a caça de Daryl e olhei atentamente para ele.

-Queria saber sobre mim e Daryl. Por quê?

-Curiosidade- respondeu ele.

-Você já deixou ela em alerta- resmungou Daryl de boca cheia. Rony baixou o olhar para seu próprio prato.

-Que droga Maria. Você não deixa passar nada- esbravejou.

-Desembuche.

-W foi visto esta manhã conversando com desconhecidos do lado de fora da cerca quando a princípio era para ele estar caçando. Ele não reportou este encontro e não foi questionado por isto. Woody resolveu que isso deveria ser observado com mais cuidado e agora os homens de Abraham estão de olho nele.

-Por que isto é preocupante?- Perguntei a mim mesma obtendo as respostas mentalmente. -Vocês acham que ele pode estar vazando informações?

Todos assentiram.

-O governo sabe sobre o meu sangue, e a Onu sabe, se eles estão espalhando isto para me caçar é uma questão de tempo até que a notícia chegue aos ouvidos dos cidadãos e tudo por aqui vire um caos.

-Observem como ela pensa muito a frente- disse Alec parecendo indignado- Com todo respeito, mas Maria, eu sou seu fã.

Meu cérebro não parava de processar.

-Se as pessoas acharem que estão em perigo por minha causa podem querer se livrar de mim. Porém se souberem que sou uma possível cura então lutem ao meu lado.

Rony estava de queicho caído.

-Uma coisa de cada vez- sugeriu Daryl.

-Não consigo parar de pensar sobre o que virá em breve- desabafei perdendendo a vontade de comer.

-Vamos lidar com tudo o que vier. Por enquanto só vamos ficar de olho em W e esperar o momento certo de encurralá-lo- acalmou Alec.

-Ele não está espalhando informações minhas- deduzi e compartilhei com o resto.

-Como assim? Perguntou Louis- Nosso único trunfo é você.

Não. Não. Não. Eles tinham armamento pesado ali. Soldados de grande porte. Acesso a localizações restritas.

-Daryl! Falei por fim.

-Sim- ele respondeu.

-Não. Daryl, é isto que estão planejando. É Daryl quem eles querem.

E aquilo parecia ter sentido só para mim.

DIXON - No Fim Do Mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora