Capítulo 41 - Alicia

2K 184 68
                                    

Parei o beijo como prometi que jamais deixaria ele sair me beijando sem mais nem menos. Fui para o jardim onde encontrei um Adam solitário e silencioso.
Sentei perto dele no banquinho e me deixei levar por meus pensamentos.

Bernard acha que é só me dar um beijo que tudo iria se resolver.  Não é porque amo ele e a filha que vou me submeter a viver contra a realidade.
E a minha realidade é de que ele não me ama e não é de uma hora para outra que iria me amar né.

Estou cansada de não poder me entregar em seus braços com a minha consciência pura dizendo que ele me ama. Do nada ele vem me propondo relacionamento, eu não acho isso normal. Ele acabou de sair de um que ainda nem foi curado e já quer entrar em outro. Para que eu seja a ferida? Pois que bom que sempre agir mais pela razão que minha emoção. Do contrário eu sofreria tanto. Mais tanto por amor.

E outra, quando digo que vou embora se aparecer alguma manchete, falo sério. E que se dane Bernard. Dele eu quero distância. Se ele já sabe que o eu gosto dele, tomare que ele saiba separar meu trabalho do que eu sinto ... do contrário.

Teria mesmo de ir embora. Só não quero ser usada, quero é ser amada, só isso. Queria que ele gostasse de mim mais eu também entendo que isso não é possível.

Continuo a sofrer em silêncio, é a única coisa que consigo fazer. Me bate uma tristeza maior quando novamente me lembro que Adam está ao meu lado e que sofre por algo através do seu silêncio. E eu penso que  só pode ter sido ele que confessou o que sinto por seu primo. Só ele sabia.

__Você contou não foi? -eu perguntei porém não obtive uma resposta de imediata.

Ele respira quase sem ruídos, estamos juntos encarando o céu imenso e o ambiente do jardim até que tenta trazer uma paz.
Adam parece não querer papo.

__Ele era cego demais para não enxergar que você o amava. Até mesmo eu notei. E não precisou de muito. -diz bem sério.

__Eu nunca o disse. -falo querendo o defender. Eu nunca fui de me jogar e ele não é advinho. Apesar que algumas vezes ele me questionou sobre o que eu sentia por ele e eu neguei.

__Nem precisava. Seus atos já a denunciava. Ele quem não soube perceber. -diz.

__É, você contou para ele e não irá mudar nada, só vai ser ruim para mim saber que meu chefe sabe que gosto dele. É estranho que não voltaremos a ser amigos.

__Vocês conversaram então?

__Sim, ele me beijou e veio com uns papos de nós dois tentarmos.

__Ele te enxerga agora.

__E você quer que eu agradeça? -pergunto. Ando muito sarcástica.

__Não, mais que aproveite a chance que ele quer dar a vocês.

Há há. Chance? Bernard quer é me usar para fazer ciumes em Angeline, ele amava muito ela para realmente querer esquecer ela. Me usar? Isso não.  Afinal hoje é madrugada de quarta e ele descobriu que foi traído segunda de noite. Ele está é ferido e confuso ainda.

__Você não quer ser usada para que ele esqueça de vez da outra?-ele pergunta perante meu silêncio.

__Eu não quero obrigar ninguém a gostar de mim. Por isso nunca contei, Bernard é bom e talvez também ache que tem alguma obrigação comigo.-digo. - a única coisa que quero é que tudo fique bem. -concluir.

__Estou pensando em mudar de casa, aqui é bom mais infelizmente fiz a mesma coisa que você fez.

__Como assim? O que você fez? -perguntei curiosa.

Curando CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora