Capítulo 9 - Alícia

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Eu não acreditei quando ele falou uma coisa tão séria dessa forma com a filha,ele não deveria ter dito assim,a menina teve uma reação triste e saiu correndo pra aqui fora e não a estou achando.Deve estar no jardim,e está um pouco escuro aqui fora já.Nem percebemos que a noite ja chegou.

__Maggie,menina não suma,estou ficando preocupada.-digo a chamando e ela não responde.Algumas gotas de água começa a cair e esta aí o porque de escurecer tão rápido,é vem chuva.-Maggie vai começar a chover,que tal uma sopinha e a caminha bem quente?-pergunto mais ela não responde.

Continuo a procurando e o senhor Bernard nem veio me ajudar ou não percebeu o tamanho da gravidade.Ela não está no fundo e nem no jardim,ou eu não procurei direito.Resolvo entrar pra ver se não está dentro da casa.

Logo o senhor Bernard aparece todo arrumado e muito cheiroso.

__Senhorita,cade minha filha?porque ela não está terminando as atividades -pergunta olhando do lado de fora como se fosse pra ver o tempo.-Parece que vai chover,vou ter que ir agora mesmo. -diz. E me olha -voce não vai me responder?

__Senhor,eu não encontro sua filha desde aquela hora.-Digo a verdade.-Ela não está lá fora e juro que quando a seguir ela saiu pra fora,só não vi onde ela se meteu.-a chuva começa a cair e do nada muito forte.

__Maggie -ele grita - filha sai do seu esconderijo que precisamos conversar. -diz indo pra fora mesmo com a chuva.-Alícia,corra e veja se a encontra ai dentro,eu irei ver no jardim de novo.

Eu obedeço e vou procurar-la.

Mais não a encontro e já se passou 1 hora de relógio isso.

__Não a encontrou senhor?-pergunto ao encontrá-lo na sala preocupado e nem precisou me responder.

__E agora?onde ela se meteu.-diz se sentando todo molhado e ja tinha tirado o palitó e estava apenas com a camisa encharcada.Lindo .Saio dos meus pensamentos e me ligo em Maggie.

Onde ela se enfiou?Será que está nessa chuva?está fazendo um frio.

__Eu não vou ficar aqui parada -digo quando eu e Bernard apenas nos encarava preocupados.

__Vou com voce,talvez juntos a encontramos.

Assim fazemos,andamos e gritamos por ela no jardim e logo encontramos ela vindo correndo em nossa direção do portão da rua.

__Maggie. -ele grita e vai de encontro a ela.

__Está frio papai,muito frio -diz abraçando ele.

__Vamos levá-la para dentro senhor -digo e entramos,a Maggie está encharcada.

O ajudo a dar um banho quentinho nela e a vestir,a deitamos na cama e Lucy chega com o leite quentinho que pedir pra ela trazer.

__Então filha,vai  me contar onde tinha se escondido?-ele diz agora carinhoso a acolhendo no colo.

__Eu não estava escondida,apenas sair para refletir e pensar um pouco nessa minha vida dificil.-diz e nos assustamos.

__Na rua sozinha Maggie?-pergunto.

__Olha bruxa,o assunto não é com voce...

__Maggie -ele a repreende.

__Olha papai,eu apenas fiz o que  adultos fazem.Sair pra refletir.-diz toda inocente,essa menina é tão engraçada.

__Voce não é um adulto mocinha. -ele diz e ela parece ter uma resposta na lingua.

__E nem mocinha,eu sou apenas uma criança. -diz se sentindo com toda certeza.

__Ainda bem que está resolvido,irei tomar outro banho e me arrumar...

__O senhor vai sair ainda?Pensei que... -eu digo de bocuda.

__Papai...janta comigo...por favor -a filha pede.

__Tudo bem filha,tudo bem..mais com uma condição.

__Lá vem... -Maggie diz.Acabo sorrindo feliz por essa decisão dele ficar.

__A Angeline irá vim aqui e voce não a tratará mal. -diz e minha alegria se esvai.

__Não pai,está chovendo e acho melhor...-o telefone dele toca.

Ele se levanta e atende.

A conversa parece ser chata por ele desliga com uma cara de triste.

__A Angeline não irá vim e nem iremos jantar.Ela pegou um resfriado  e não se sente bem para sair,então iremos jantar juntos hoje filha. -diz e maggie se anima.

Desço e os deixo a sós e peço pra prepararem uma sopinha bem recheada de verduras.

O jantar é servido e na hora de comer a Maggie se anima porque o pai esta do seu lado.

__Olha Babá Bruxa,ainda não sei o porque que não foi embora daqui,eu nem preciso de você pra nada e eu odeio babás sabia?-diz e as vezes palavras que ela fala me machuca,mais eu tenho de tentar entender-la.

__Estou aqui porque preciso trabalhar e te garanto que daria tudo pra estar com a minha mãe agora,recebendo um cafuné dela ou até mesmo jantando junto com ela. -digo e ela me olha curiosa.

__E cadê o seu papai?-ela pergunta.Meus olhos enchem de água e nem consigo responder.

Bernard percebe que fico triste e me envergonho.

__Filha que pergunta,não deve perguntar a senhorita algo que não é de nossa conta.

__Ué,você não tem papai assim como eu não tenho mamãe?-pergunta.

__Meu pai morreu,ele era um grande homem,super legal e gente fina.

__Ele era magro de mais?-acabo rindo e Bernard também.

__Filha,ela quis dizer que ele era gente boa,legal e que todos gostam -diz e me deixa feliz.

__Ah! Papai -ela começa.-A mamãe era muito gente fina também?-percebo Bernard fica emocionado também.

__Sua mãe foi uma grande mulher...todos a amavam.-diz orgulhoso.

__Ela era muito alta?-pergunta e voltamos a rir.

__Alta ela era,porque era uma grande modelo,mais digamos que não foi isso que eu quis dizer.Ela era muito independente e nunca passou em cima de ninguém para vencer na vida,e foi uma coisa linda quando ela quis fazer uma familia comigo,aí ela decidiu realizar o meu sonho que era ter uma filha ou filho,e me deu você.

__Então porque ela nos deixou pai?As vezes sinto que foi porque eu nasci que ela morreu.Escutei umas garotas maiores dizendo que querem ser modelos mais não querem ter filhos,e penso que seja por isso,que depois que uma modelo tem um filho,morre.-diz e percebo a cara de ''como assim,que absurdo e nada a ver '' do Bernard.

__Não filha,isso é uma grande confusão de suas idéias.Ser modelo não tem nada a ver em morrer se tiver um  filho.A questão é que algumas mulheres aderiram isso de não ter filho pra não perderem a forma,mais não tem nada a ver com morrer depois de ter um não.

__Hum,acho que entendi,talvez quero ser uma modelo como a minha mãe,mais pai,porque nunca me fala sobre ela?Ela foi uma grande mulher e deve ter tido muitas coisas que o senhor poderia me contar,eu nem sei o que é ter uma mãe...e pai,mais ou menos...-ele a olha não muito animado e se levanta se retirando da sala de jantar.- Fiz algo de errado?-ela pergunta sem me olhar.

__Ele deve ficar triste quando o assunto é sua mãe,por isso não tem lhe falado dela Maggie,acho que deve respeita-lo. -digo e ela me olha e fica triste.

__Então vou continuar a ficar sem saber o que é ter uma mãe mulher grande -diz triste e se levanta  da mesa.

__Pequena,não fica assim,me dói o coração -digo tentando a abraçar mais ela rejeita correndo pra longe de mim.

O pai triste,a filha triste.Então bora fazer parte e ficar triste também.

Curando CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora