Caso: 1

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*Um Ano Atrás*

---Com licença, você sabe me informar se o horário de visitas da sala de UTI número 12 ja começou? -perguntei a uma velha enfermeira que estava passando no corredor do hospital-.

---Oh, sinto muito criança, mas essa sala está vazia. -ela disse- E se não me engano uma paciente com um sobrenome bonito piorou e estar sob supervisão máxima.

---Como disse?! E você por acaso não lembra o nome dessa mulher?! -perguntei ja receoso-.

---Hum...Algo como Tark, Nark--...

---PARK?! -interrompi a moça com um grito-.

----Sim! Acho que era isso mesmo. Por que? É ela quem você está procu---

----Minha nossa! V-Você disse que ela tinha piorado?! O que aconteceu?! Onde ela ta?! RÁPIDO, ME RESPONDA!

---O-oh, por favor se acalme...Você não pode entrar ainda---

---MOÇA, PELO AMOR DE DEUS ME ESCUTA! -segurei firme em seu ombro, o que fez a mesma se assustar e dar pequenos passos para trás- Ela é minha mãe. Ontem, ela teve uma cirurgia muito arriscada mas correu bem, e agora você me fala que ela ta mal! Por favor, eu so preciso ve-la. por favor...-meus olhos ja lacremejavam e meu tom de voz abaixou- Por favor...

---Aigoo! Ok, eu te levo la, mas você só poderá entrar com o consentimento do médico responsável por ela.
.
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---Quem é ele? -o médico perguntou confuso para a enfermeira que estava ao meu lado-.

---Ele alega ser o filho da paciente, Doutor. -ela respondeu simplista- Ele queria ve-la, ela pode receber visitas agora? -eu apenas apertei forte meus punhos de nervosismo e permaneci calado-.

---Primeiro eu queria ter uma conversa com você garoto. Se importaria? -o homem alto me olhou-.

---E eu não posso ver minha mãe primeiro? -indaguei-.

---ele riu de leve enquanto olhava pro chão meio sem saber o que fazer- Por que isso é sempre tão difícil? Acho que não escolhi a profissão mais adequada. Aigoo... -ele murmurou para si mesmo e voltou a me olhar-.

Andou até mim, e pôs a mão em meu ombro, sorrindo, e então me levando até virarmos o corredor. Ele pediu para que eu sentasse em uma das cadeiras e logo se sentou ao meu lado me encarando.

---O que aconteceu com a minha mãe?

---Ela... Teve duas paradas cardíacas, ainda hoje pela manhã. -seu semblante era penoso e preocupado- Por sorte conseguimos estabiliza-la novamente. Mas...

---"Mas" o que?! -exclamo ja visivelmente abalado-.

---Qual seu nome, garoto? -perguntou após dar um suspiro enquanto desviava o olhar pro chão-.

---JiMin, Park JiMin.

---E eu posso saber o que tem escrito nesse envelope? -o homem fitou a brecha do meu bolso, e percebeu o que tinha ali-.

---Ah... Isso aqui? -pego o papel e estendo na altura de nossos rostos, mas logo trago de volta ao meu colo o olhando cabisbaixo- É minha aprovação da escola.

---Você foi aceito em uma escola boa? -ele tentou sorrir-.

---Sim. Foi um pedido especial da minha mãe. -rir fraco olhando pro nada- Ela nunca pôde me dar uma educação boa porque não tínhamos condições. Ela se esforçava ao máximo, mas mesmo assim era difícil nos sustentar. -uma lágrima rolava agora por minha bocheca-.

---E quanto ao seu pai?

---Ele não é um bom pai. -o encarei sério e enxuguei meu rosto- Muito menos um bom marido. -voltei a remexer o envelope em minhas mãos-.

---E existe mais alguém com vocês, além do seu pai? -ele pergunta mais uma vez-.

---Minha irmã mais nova, Stelly. -sorri- Ela ainda é uma criança, deixei ela na casa de um amigo enquanto eu vinha dar a notícia a minha mãe. Doutor, por favor, me fale. Ela tem chances de voltar pra casa?

---Jimin-ssi, ela---...

---DOUTOR! PRECISAMOS DA SUA AJUDA, URGENTE! -fomos surpreendidos por duas enfermeiras-.

---O-o o que foi?! O que aconteceu?!

---É ela, senhor...Outra parada cardíaca!

---O QUE?! COMO ISSO É POSSÍVEL, JA É A TERCEIRA SÓ HOJE! -ele saiu correndo junto as mulheres-.

Eu sem saber o que fazer, apenas segui eles.

Vi eles adentrarem aquela mesma sala rápido e fecharem a porta. Subi em um banco de espera, e tentei espiar pela pequena janelinha de vidro que tinha na parede alta.

Foi quando senti meu corpo inteiro perder as forças ao ver aquela cena.

Sabia que era a minha mãe; Tinha apenas aquele médico na sala e três enfermeiras. Uma delas colocava uma máscara de oxigênio na boca da minha mãe, enquanto outra abria sua bata, deixando amostra toda sua região do pescoço até a cintura. O médico que estava comigo lubrificava a máquina com um gel e então veio na direção da minha mãe, gritando as famosas palavrinhas:

---Afastar! -ele esfregou um equipamento no outro- Um, dois... -ele deu o primeiro choque e todo o seu corpo deu um pequeno salto-.

Nenhum batimento em resposta.

---Suzy, aumenta a frequência para 200. -o homem ordenou para uma das enfermeiras-.

---Entendido! -ela apertou algumas vezes em alguns botões- Pronto, doutor!

---Segunda tentiva! Afastar! Um, dois... -ele deu mais um choque, mas minha mãe não voltou a respirar-.

Foi quando um desespero e uma dor imensa tomaram conta de mim. Senti que meu mundo ia desabar por completo se minha mãe morresse agora. Lágrimas ferventes se fizerem presentes agora em todo meu rosto, não sei explicar o que estava sentindo, mas sei que era a pior sensação do mundo.

Então chegou a teceira e última tentativa de reanimação. A enfermeira aumentou mais ainda a frequência e o doutor esfregou mais uma vez aquelas coisas e se aproximou do tórax da minha mãe mais uma vez.

---Por favor, mãe... Resista... -foi o que consegui falar em meio aos meus soluços vendo aquela cena de horror-.

---{...} Um, dois...

CONTINUA

Unexpectedly, Love (JIKOOK)Onde histórias criam vida. Descubra agora