Caso: 49

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*Jimin On*

*FlashBack On*

--- P-para, por favor... Está d-doendo... -minhas mãos estavam amarradas e minhas pernas sendo escancaradas, ao passo que meu pai fazia questão de apertar bastante, fazendo marcas, posicionado entre minhas coxas-.

Tudo doía muito. As investidas impiedosas do homen, os apertos e tapas e as vezes até socos em minhas costelas para que eu parasse de me mexer.

Me pergunto como eu poderia estar passando por isso novamente depois de tanto tempo.
A vida é mesmo uma caixinha de surpresas; Sejam elas boas ou péssimas.

--- Para de chorar, Jimin! -sua voz saiu grossa e potente, não parando de me estocar com força-.

--- Eu te peço, só me... deixa ir... -haviam lágrimas de dor e medo, suor de desespero e fraqueza de todos os sentimentos ruins misturados. Eu não conseguia mais gritar, apenas a cada investida dolorosa, mais lágrimas saíam de meus olhos e já poderia sentir os espasmos da inconsciência chegando-.

--- Apenas fique quieto para eu poder te foder direitinho, garoto! -um tapa bem forte estalou na minha coxa direita, seguido do aumento da velocidade do corpo velho contra o meu, me fazendo respirar com mais de dificuldade-.

Dizem que não importa como e com quem você esteja fazendo sexo, depois de um determinado tempo, o prazer chega e expulsa qualquer pensamento negativo e toda a dor que emana em você, transformando tudo em um ato muito excitante e gostoso.

Mas creio que isso não valha para abusos sexuais. Não, de modo algum, em todas as vezes que fui vítima do meu próprio pai, eu nunca deixei de chorar, de implorar e me humilhar antes e durante, para que aquilo acabasse logo, nunca consegui não sentir muita dor do começo ao fim e muito menos esquecer mesmo que por um momento, que aquilo não era forçado e sim, espontâneo.

Nunca, jamais eu deixei de pedir socorro e misericórdia até que eu desmaiasse enquanto ele sem piedade, não saía de cima de mim por nada. O mesmo eu digo da minha irmã, que infelizmente teve exatamente todas as experiências que eu tive, do mesmo horrível jeito.

Quando uma pessoa é estuprada, independente do sexo, ela se sente inteiramente suja, corrompida pelo mal. Sente como se sua alma não fosse mais pura, que o seu corpo tenha sido manchado pelas trevas por completo, para sempre.

Uma vez já basta para ela querer morrer, para ela querer acabar de uma vez com o podre que se tornou. Ainda mais se não tem a oportunidade de receber nenhum tipo de amparo, sejam eles da família ou amigos, quaisquer demonstrações de ajuda e compaixão contam, mesmo que um pouco e podem ajuda-la a tentar superar.

Eu não tive essa sorte. Não conseguia e nem podia contar para ninguém que eu passava por tal coisa. Os únicos que sabiam eram eu, minha irmã e o meu pai.

Eu sofria com um crime silencioso.

Se quando o corpo de uma pessoa é violado uma vez só, ela já passa a se odiar tanto, imagina para aqueles que já passaram por isso tantas outras vezes, chegando a não ter a capacidade de contar o total delas.

Eu fui uma dessas pessoas; Sofria com isso desde muito pequeno. Não é nenhum pouco fácil para uma criança de seis anos começar a lidar com esse tipo de tratamento, ainda mais dentro de casa, vindo do seu próprio progenitor.

Eu vivia um inferno. E como o próprio satanás zela tanto por seu lugar na terra, acabou vindo me caçar novamente, me achando e me dando punições que eu acreditava não merecer.

*FlashBack Off*

Todos esses pensamentos ruins, todas as sensação e cada pulsação assustada dentro de mim, eu lembrava de tudo.

Unexpectedly, Love (JIKOOK)Onde histórias criam vida. Descubra agora