Caso: 26

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*Taehyung On*

Eu estava atrasado pra faculdade mais uma vez dentre quase todas, e pra piorar, eu não achava o meu tênis favorito. Procurei e procurei mas eu devo ter deixado em algum lugar que eu não lembro.
Derrotado, peguei uma timblerland preta e calçei. Peguei minha mochila e corri até o quarto de Telly ao lado, pra avisar que eu estava saindo, pois ela era a única que estava em casa, já que a empregada tinha adoecido.

 --- Telly, ja to indo. Quando o Hyung--- STELLY?!

Larguei minha mochila no chão e corri até a garota que estava sentada no chão encostada na cama com o pescoço tombado pra baixo e e sangue num tom escuro quase preto saindo de suas pernas sujando o chão.

--- Telly, o que aconteceu?! -levantei sua cabeça e vi que a menina estava pálida e muito suada- Meu Deus...Vem, vou te levar pro hospital, agora.

Com muito cuidado, peguei Stelly nos braços estilo noiva, e andei em passos rápidos e largos até chegarmos no carro dela na garagem.
No caminho até o automóvel, com elas em meus braços senti sua respiração pesada, como se ela estivesse tendo dificuldades para respirar normalmente e um líquido quente escorrer pela minha mão e braço; Eu não me importei se minha blusa era nova e branca, não me incomodei pelo fato que alguém estava sangrando sem parar em mim; Eu só tinha em mente que a Stelly, eu só queria que ela ficasse bem logo.

Quebra de tempo

--- Criança, aceita? Você me parece muito agitado.

Mandei umas quinhentas mensagens pro Jimin e só na oitava ligação que ele resolveu me antender e sua voz estava ofegante, então deduzi que ele tinha ido correr; Mandei ele voar de novo pro hospital e contei o que tinha acontecido e também pedi para que não contassem aos nossos pais. Ele assentiu e disse que não iria demorar pra chegar.

Depois de guardar meu ceular no bolso, voltei a morder minha bocheca interna e voltar a andar de um lado para o outro, me sentar na cadeira e levantar de novo, e asim sucessivamente, uma enfermeira de cabelos grisalhos, brotou na minha frente segurando um copo com água e açúcar.

--- Moça, cadê ela? -perguntei ainda com minha voz falha- Por que ela ta demorando tanto? Já faz -peguei o copo da mão dela e dei um gole-.

--- Ela quem, meu filho? -ela pareceu acolhedora- Quem você está esperando?

--- Minha ex-namora--- Minha irmã. -dei outro gole- Ela tá grávida e tava sangrando por baixo. -exalei preocupação ao lembrar da cena- Já faz meia hora que levaram ela e nenhuma notícia.

--- Oh, você disse que ela está grávida e mesmo assim, estava sangrando por baixo? E ela por acaso estava pálida e fraca? -a enfermeira perguntou como se já estivesse entendendo tudo-.

--- Sim... O que isso significa? -perguntei receoso-.

--- De quantos meses ela está, meu jovem?

--- Vai fazer quatro, daqui à dois dias...

--- Wow, muito tempo pra... -ela levou a mão à boca e fitou o chão- Eu não posso ter certeza, mas esses são sintomas de---...

--- Licença, você é o acompanhante da senhorita Kim Park---...

--- SIM! Sim, eu sou! Sou eu! Me diga como ela está por favor! -a voz do médico interrompeu a maos velha e eu interrompi o doutor-.

---ele suspirou fraco e pôs a mão no meu ombro e sua cara não era uma das mais felizes- Me acompanhe até minha sala, por favor.
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--- Vou começar explicando... -o médico disse, após nos sentarmos frente a frente, separados por uma mesa de vidro- Você é o quê da paciente?

--- I-irmão. -engoli em seco- Fale logo, por favor!

--- Ok. -ele limpou a garganta- Creio que vocês da família, ja estejam cientes que, por conta da saúde fraca da senhorita Stelly, ela estava ainda mais vulnerável à bactérias, infecções e à qualquer micro-organismos que fazem mal e que ela teria uma gravidez arriscada por conta disso. -assenti, prestando atenção à cada palavra-.

--- E foi exatamente isso que aconteceu. -falou simplista- Ela acabou sendo infectada por uma bactéria que afetou o Corpo Estranho.(nome dado ao bebê quando ainda é muito novinho) O corpo dela aguentou o feto durante quase quatro meses, e isso é raro, constatado ao sistema imunológico baixo que ela tem. Sua irmã teve o que chamamos de Aborto Espontâneo; Quando o corpo da mãe rejeita o bebê. A criança estava lutando com o corpo dela durante todo esse tempo, mas infelizmente ele não conseguiu se desenvolver direito.

Senti o impacto.

Tenho certeza que meu coração parou de bater por um instante.
Naquele momento, eu fiquei insensível; Não conseguia mais sentir o suor das minhas mãos, o nervosismo do médico à minha frente, as lágrimas ferventes descendo por meus olhos

Então, Stelly não vai mais ser mãe e eu não vou ser mais pai.

--- Eu sinto muito, mas sua irmã perdeu o filho.

--- Eu também... -falei com a voz falhando e num tom baixo-.

--- Desculpa, disse algo? -o homem indagou-.

--- N-Não, não, nada. -funguei audível e limpei minhas lágrimas rapidamente com as mãos- Eu posso ver a Telly?

--- Lamento, mas ela não está em condições pra---...

--- E quando ela vai tá?! -percebi que o médico ficou meio desconfortável então tentei rir falsamente- Desculpa... É que... Quando eu vou poder conversar com a minha...irmã?

--- Quando vermos que ela está menos lenta. -disse- Acho que amanhã ela vai acordar melhor e---...

--- Amanhã?! Ela está tão fraca assim? -o doutor me olhou com uma cara de "DEIXA EU FALAR CARALHO" e só aí eu percebi que estava sendo inconveniente- Ta, entendi. -limpei a garganta e me ajeitei na cadeira- Foi mal te interromper de novo, moço. Pode falar o que tem pra falar neh, vai em frente.

--- Como eu ia dizeendo... -ele me encarou- Ela sofreu um aborto, não é tão simples como uma gripe. -falou irônico- Ela precisa de muito repouso. Então, o melhor é a paciente passar a noite aqui para que esteja sendo devidamente cuidada. Se ela ainda não estiver se sentindo muito bem amanhã quando acordar, ela ainda não receberá alta. Só vamos deixa-la ir quando ela estiver 100%. -afirmou e eu murmurei em resposta- Não sei ao certo, mas talvez ela possa receber visitas amanhã. Hoje foi um dia cheio, volte pra casa, iremos cuidar dela, não se preocupe.
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Ao sair da sala com o médico, no corredor, avistei Jimin abraçado à alguem. Não pude ver o rosto, mas ja poderia deduzir quem era. Poderia deduzir não, eu sabia quem era.

A cabeça do mais alto estava apoiada na curvatura do pescoço do meu irmão e suas mãos rodeando o quadril de Jimin.
Me pergunto quando que o Hyung permitiria que um homem o abraçasse daquele jeito antes de conhecer esse policial, ainda mais num lugar com muitas pessoas.

    CONTINUA   








Unexpectedly, Love (JIKOOK)Onde histórias criam vida. Descubra agora