Caso: 6

8.1K 720 78
                                    

*8 Anos Atrás*

---Não demore Jeongguk-ah! -meu pai gritava do lado de fora do meu quarto-.

---Terminei! -abri a porta depois de fechar meu zíper, e o olhei sorridente-.

Meu pai assentiu e então saímos de casa.
Estávamos indo para um restaurante fino que ficava a alguns metros da minha casa, então fomos a pé por não termos um carro.

Meu pai tinha sido sorteado na pizzaria que trabalhava, e recebeu um cupom que pagava uma noite de comida cara grátis pra toda a família. Éramos quatro, mas jajá mais uma garotinha ia vir ao mundo; Minha mãe estava de sete meses. Apesar de não termos uma condição financeira tão boa, ja que a minha mãe costurava desde a adolescência e meu pai era entregar de pizza, éramos uma família muito unida e feliz.

Chegamos ao local, e nos sentamos numa mesa próximo a porta. No local tinha uma grande televisão na parede que estava ligada no notíciario de plantão.
A repórter falava do mesmo caso de sempre; Um assassino em série que estava sendo foragido da Polícia a mais de semanas, e que estava em perseguição nesse exato momento. Minha mãe logo ficou aflita ao ouvir as notícias.

---Meu Deus... -ela levou suas mãos até a boca- Será onde ele está agora?

---Não se preocupe Amor, a polícia irá cuidar disso rapidinho. -ele a confortou-.

---Então...Vamos pedir? -minha irmã velha perguntou- Estou com muita fome, hoje o dia na escola foi cansativo, Aigoo...

---Psiu! Garçom! -meu pai levantou o dedo e logo um rapaz veio nos atender-.

Pedimos o que queríamos e o homem pediu para que nós aguardassem.

Foi quando senti uma vontade repentina de fazer xixi; Me levantei e disse pra onde estava indo.
.
.
Após fazer minhas necessidades, saiu da cabine e vou em direção a pia lavar as mãos.

Quando me assustei com um barulho de tiro e vidros quebrando, logo seguidos de gritos femeninos e crianças chorando.

---TODO MUNDO QUIETO, QUEM SE MEXER, EU ESTOURO OS MIOLOS! -ouvi uma voz grave vinda do salão, me apavorei e me escolhi ao lado do vaso sanitário dentro da cabine e tranquei a porta, logo levando as duas mãos aos meus ouvidos-.

Eu queria chorar, queria o colo da minha mãe, eu tinha fobia de barulhos muito altos, não sabia lidar com nenhum tipo de pressão; Eu sequer era aquele tipo de garoto que gosta de filmes de ação. Eu entrava em pânico.

Os disparos frenéticos, parecidos com os de uma Metralhadora aumentaram constantemente, assim como os sons de coisas se chocando no chão logo após os disparos.

Me perguntava se pessoas estavam sendo baleadas e se minha família ainda estava viva.

Lágrimas desceram por minha bocheca e eu acabei sentindo um líquido entre as minhas pernas. Eu estava totalmente nervoso e sem saber o que fazer; Porém permaneci quietinho.

E aí eu escutei o soar da cirene policial, e vários tiros a seguir. Agora não eram apenas de metralhadora, também ouvi disparos abafados iguais aos das pistolas.

---PEGUEI! RÁPIDO, IMOBILIZA E LEVA PRA VIATURA! -uma outra voz surgiu- CHAMA AMBULÂNCIAS, ACONTECEU UM MASSACRE AQUI!

Os tiros cessaram, e logo escutei a porta ser aberta, eu ainda estava naquela mesma posição dentro de uma das cabines.

---Tem alguem ai?! -era a mesma voz que escutei antes mandando chamar as ambulâncias- Aqui é a polícia! Alguém me escuta?! -por baixo da porta, pude ver as botas pretas andarem pelo cômodo-.

Unexpectedly, Love (JIKOOK)Onde histórias criam vida. Descubra agora