Caso: 2

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Quase cai de onde eu estava pendurado de tamanha alegria que eu senti após ver que no último choque, a máquina voltou a contar a frequência cardíaca e minha mãe arregalar os olhos e puxar ar com força.

---Graças a Deus!!! Conseguimos mais uma vez, doutor! ---as enfermeira juntaram as mãos e todos riam felizes e aliviados-.
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---Muito obrigado, senhor! -o abracei forte depois de esperar alguns minutos para que minha mãe se estabilizasse e eles começarem a sair da sala- Muito obrigado, por salvar minha mãe! Eu pensei que iria perde-la agora. -olhei para seu rosto sorrindo ainda repleto de lágrimas-.

---Jimin-ssi, não quer mostrar a sua mãe sua carta de aprovação agora? -ele passou a mão em meus cabelos, sorrindo, e eu o olhei surpreso-.

---Eu posso?! Ela está melhor?!

---vi ele suspirar e coçar sua nuca- Vamos entrar.

Ele pegou em minha mão, e adentramos o quarto.
Minha mãe ao escutar o barulho da porta se abrindo, virou lentamente o pescoço, notando nossa presença.

---Senhora Park, seu filho estar aqui. -o homem de jaleco falou- Eu irei sair, então fiquem avontade. -ele põe a mão na maçaneta- Ah! e Jimin-ssi, fale tudo a ela, conte o que aconteceu nos últimos dias e como você estar vivendo. Não deixe nada sobrando, ok? Apenas aproveite esse momento, juntos. -ele sorriu fraco fitando o chão e em seguida saiu da sala, me deixando a sós com minha mãe-.

---Mãe... -meus olhos rapidamente se encheram d'água e fui ao seu encontro, e selando cuidadosamente sua testa- Como tem se sentido?

Mesmo com dificuldades, ela ousou a tirar a máscara de sua boca e fazer esforço para falar.

---Meu menino...Eu estou lutando muito...E a sua irmã? -ela me olhou-.

Era horrível ver minha mãe nesse estado. Seu rosto tinha algumas gotinhas de suor, e sua pele estava tão pálida que dava de ver a maioria das veias. Sua boca num tom roxo e havia extremas olheiras em baixo de seus olhos que não se abriam totalmente.

---Ela ta com a Tia Kim, não se preocupe, estamos bem.

---E quanto ao---.

---Não se preocupe com ele. -a interrompi- Pouco me importa onde ele está, não faz falta.

---Mas meu amor, não seja assim...

---Mãe, eu não vim até aqui pra falar do Papai. -a interrompi- Na verdade, eu vim aqui pra lhe mostrar isso. -puxo a minha aceitação do meu bolso e coloco em suas mãos que agora estavam em sua barriga-.

---ela arregala os olhos e abre um enorme sorriso entre seus lábios ressecados- Você passou?! Que orgulho, meu menino! -eu a abraço, pois ela não podia fazer nenhum movimento brusco-.

---Sim mãe. Como você me pediu, eu me esforcei ao máximo e obtive uma boa nota no seletivo da faculdade.

---Jimin-ah... -ela segurou em minhas bochechas, pude sentir que suas mãos estavam mais geladas que qualquer coisa- Eu te amo, não se esqueça disso. Sempre tive muito orgulho de você, você é um ótimo menino. -ela falava serena e deixava lágrimas cairem- Cuide da sua irmã. S-seja forte e não cometa decisões ruins. Estude muito e consiga se tornar um bom profissional.

---M-mãe... P-por que ta falando isso? -em um instante eu ja estava em prantos- M-mãe...

---Você é capaz, não esqueça, você pode tudo. -suas mãos em minhas bochechas começaram a tremer- Me desculpa por não ter te dado uma vida boa--...

---Mãe... -a interrompo com a voz ja falha- A minha vida é boa, você fez o possível e---...

---Nunca se curve para seus oponentes, encare seus problemas de frente.

---O que  é isso---...

---Jimin, a mamãe está indo embora agora. 

---O-o que?! Mãe, não! -vi no monitor seus batimentos ficando cada vez mais fracos- Mãe...

---Permaneça forte meu pequeno, me prometa que n-nunca irá afundar a si mesmo. -ela tentou sorrir e chorava mais-.

---Sim, mamãe... -meu rosto foi tomado por lágrimas e ela sorriu-.

---Você sempre será meu be---...

E a máquina apitou, mostrando que ela estava sem pulso novamente.

Mas dessa vez não foi uma parada cardíaca, foi natural; chegou a hora dela.

---Mãe... -e foi aí que suas mãos caíram do meu rosto e seus olhos permaneceram abertos- Mãe! -eu a balancei, mas ela não se mexeu- MÃE, ACORDA! ALGUÉM ME AJUDA RÁPIDO! -gritei pelos médicos- MÃE! NÃO ME DEIXA MÃE, AGORA NÃO! -e os médicos adentraram a sala rapidamente e tentaram me afastar da minha mãe-.

Tudo pra mim foi ficando em câmara lenta. O médico dando choques com os desfribiladores   e ela não voltando a respirar.
Eu me debatia e esperneava tentando me soltar, mas chamaram os seguranças e conseguiram me tirar de lá, à força.
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---E foi basicamente isso, Tia... -eu enxuguei minhas lágrimas depois de contar a história para a mãe de Taehyung, meu melhor amigo-.

---E você fugiu de casa com sua irmã porque não aguentava mais seu pai judiando de vocês? -ela segurou minha mão-.

---Sim...Ele é um monstro. Não, não, ele é o próprio demônio. -a encarei- A senhora vai permitir nós ficarmos aqui? -apertei a mão de Stelly- Nós não temos mais pra onde ir.

---Claro, meu querido. Vou entrar na justiça e lutar pra conseguir a guarda de vocês. -ela sorriu-.

---A senhora vai nos adotar? Mesmo?! -esbanjei um sorriso-.

---Por que não? Não se preocupe, vou fazer de tudo para proteger vocês. Pelo amor que tenho por vocês e sua mãe...

---Vamos ser irmãos agora! -Tae gritou e me abraçou forte-.

   CONTINUA   



Unexpectedly, Love (JIKOOK)Onde histórias criam vida. Descubra agora