Caso: 22

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---Sim, ela teve uma forte tontura mas é normal na gravidez. Não se preocupem, tanto ela quanto o bebê, estão bem agora. -o homem falou sorridente e simpático, com as mãos pra trás-.

Taehyung logo levou as mãos aos cabelos novamente por alguns milésimos, e logo trouxe até a boca, repreendendo qualquer som que pudesse sair de lá. Ele parecia tonto, pois olhava pros lados e se inclinava; Como se fosse um bêbado cambaleando.

Já eu, apertei os punhos e dei dois passos pra trás, como se estivesse sendo golpeada por aquelas palavras.

Enquanto eu olhava a figura dos dois ao meu lado, totalmente desnorteados e surpresos, mesmo sabendo que Tae já temia essa "revelação".

---D-Doutor---... -eu não sei o que iria falar, mas mesmo assim abri a boca, porém minha mãe se pôs a frente-.

---O-o-o que disse? -minha mãe claramente assutada, ainda quis manter a classe e não gritou- Doutor, deve haver algum engano. -ela riu fraco, explicitamente nervosa- Não se confundiu com alguma outra paciente de nome parecido?

---Não, senhora. -ele franziu o cenho- Fui eu quem fiz os exames na paciente, estou vindo da sala onde estávamos a tratando. Não é uma  jovem de cabelos castanhos e um pouco menor que ele? -apontou pra mim, que apenas engoli seco. Pois sabia que era mesmo a minha irmã mais nova-.

---Moço! -Taheyung finalmente falou algo- De quantos meses ela tá?! -acho que ele tentou, mas infelizmente não conseguiu agir de forma calma, e sim falou como um desesperado-.

---Oh, -ele voltou a atenção ao mais novo- Ela está de três meses. -ele tentou sorrir, mas logo um semblante de dúvida brotou em seu rosto amigável, pois nós três arregalamos os olhos ao máximo que conseguimos-.

Como Stelly podia já estar com três meses de gestação, se ela começou a namorar o Whono não faz nem um mês direito.

Se a criança não era do Whono, então com quem ela...

---E-eu posso vê-la?! -Taehyung chegou mais perto do médico- Por favor, eu só quero---...

---Tae, calma... -toquei em seu ombro, e assenti para que ele se distanciasse do médico e parasse de agir estranho-.

---Vocês me parecem muito chocados... -o mais velho argumentou- Será se eu falei demais? Não eram pra vocês saberem? Oh, me desculpem eu não queria---...

---Está tudo bem, doutor. -minha mãe suspirou, cansada de tudo aquilo- Não se preocupe, nos resolvemos depois. Agora, só me diga se podemos vê-la, huh?

---Bom, ela está repousando agora, mas está consciente. Vocês podem falar com ela, porém, apenas duas pessoas são permitidas por vez. -ele explicou calmamente-.

---Mãe, vai primeiro sozinha. -Tae disse- Eu e o Jimin vamos entrar juntos depois.

A mulher assentiu sem pestanejar e logo o doutor pediu para que nós o acompanhasse.

Chegando na porta do quarto individual em que minha irmã estava, minha mãe entrou, acompanhada do médico e eu e meu irmão nos sentamos lado a lado nas cadeiras que tinham bem em frente; Eu apenas me joguei  desajeitadamente no acento com as costas fora do apoio da cadeira e com as pernas esticadas, soltando um longo suspiro, enquanto Tae apoiou seus braços em cima de seus joelhos, enquanto olhava fixamente a porta à sua frente e com suas duas mãos entrelaçadas cutucando sua boca, e um de seus pés quicavam rapidamente do chão.

---Tae... -o chamei sem o encarar, num tom de voz baixa, mas ele escutou e me olhou de imediato- Vai ficar tudo bem.

Olhei na direção de seu rosto, os olhos de Tae estavam marejados e sua expressão era a mesma que de uma criança abandonada.
Tae estava em uma crise emocional discreta, mas que eu fui capaz de sentir, apenas pelo seu olhar.

---Ai cara... -fechei os olhos e mordi os lábios, numa tentativa falha de me concentrar para não me derramar em lágrimas junto, e tentar buscar palavras boas para esse momento, o que parecia uma grande missão- Ainda não temos certeza de que o filho é seu, não fica---...

---"Não temos certeza"?! -a voz dele saiu num fio, rouca e falha. Ele deu um suspiro e fechou os olhos, deixou a coluna ereta e se encostou no acento do banco, e simplesmente encostou a cabeça no meu ombro, e ali, pude escutar ele fungar baixinho-.

Meu irmão começou a chorar.

E eu odeio quando isso acontece.

---Não precisa chorar. -tentei soar rude e forte, mas eu mesmo estava me segurando para não soltar as gotinhas que surgiram à um segundo em meus olhos- Ainda não---...

---Jimin, pensa comigo. -Taehyung saiu do meu ombro, e ficou de lado na cadeira, para me olhar de frente- Ela tá com o tal de Whono não faz menos de trinta dias, antes dele,  Telly-ah ainda tava tentando se recompor do nosso término. -ele falou limpando os olhos e fungando- E advinha quem foi o último dela?

---Você... -não queria ter que admitir isso-.

---E foi só eu, Jimin, apenas eu. -ele batia o dedo no seu próprio peito- Só eu tive a Stelly. Então, ou ela ficou louca e fez inseminação artificial, ou eu realmente vou ser pai daqui uns meses. -a última frase, ele falou quase ronronando. Abaixou a cabeça e fitou seu tornozelo em que estava sentado em cima, e em seguida me olhou novamente, esperando uma resposta-.

Eu abri a boca, porém não saiu nada. Tae ia falar novamente, mas foi interrompido pelo som da porta se abrindo a nossa frente, e logo surgiu a imagem da nossa mãe, aos prantos.

---Meninos, eu ja vou indo... -minha mãe falou, tanto com a voz, quanto as mãos, trêmulas- Entrem, ela quer ver vocês. -ela não olhou para nós dois, direcionou o olhar apenas para Tae-.

---Telly, sua maluca... -adentrei o quarto e me aproximei da menina sorridente sentada na cama- Ta tudo bem contigo?

---Sim, por agora, sim. -disse ela com voz firme e passou os olhinhos por cima do meu ombro, direcionados a um Taehyung que estava estático e boquiaberto, ainda na porta- TaeTae...?

---Eu acho que vou desmaiar---...

---Com licença, meus jovens. -o médico interrompeu a fala de Taehyung, e se direcionou até a porta, empurrando de levinho Tae para que ele saísse do caminho- Eu esqueci de falar algumas coisas muito importantes para a responsável dela, se não se importam, acho que tenho que correr para alcançar sua mãe. -foi o que ele disse, rapidamente e rindo fraco, antes de fechar a porta com força, o que fez meu irmão se assustar com o estrondo e piscar várias, saindo de seu tranze-.

---Tae, preciso falar com você. -Stelly disse-.

---Não, você precisa falar com nós dois! -exclamei- Que história é essa de gravidez?

---É difícil de---...

---É mesmo o que eu to pensando, Telly? -Tae interrompeu a garota e se aproximou de nós- Esse bolinho que tá aí, -apontou meio sem jeito para a barriga da menor- saiu de mim, não foi?

---ela suspirou e em seguida seu semblante sorridente se transformou em um melancólico-  Isso. -confirmou- "Saiu de você".

   CONTINUA   


  

Unexpectedly, Love (JIKOOK)Onde histórias criam vida. Descubra agora