Caso: 22

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Naquele mesmo dia, Stelly recebeu alta e nós a trouxemos pra casa.
Tivemos uma conversa não muito longa ainda na sala de repouso em que ela estava antes;
Taehyung quase surtou, depois de tanto mandar a garota repetir que estava mesmo esperando um filho dele mais de cinco vezes. E claro, ele só ficou quieto depois que eu perdi a paciência e dei um tapa em seu rosto.

Já em casa, não encontramos nossos pais na residência, apenas a empregada. Então, subimos para o quarto de Stelly, e lá, iniciamos mais uma conversa.
O que era basicamente o que mais deveríamos ter a partir de agora; Conversas, diálogos.

Então, Telly nos contou o que eu ja imaginava e temia; Sua gravidez era de risco, pois sua saúde era fraca. Ou seja, não irá ser nada fácil, além do necessário, carregar aquele serzinho dentro de si e ao mesmo tempo o manter, e manter à si própria, ambos saudáveis.

---Tae, -a menor o chamou- não era você que sempre disse que queria ter filhos, e que adorava crianças? -perguntou esperançosa-.

---Sim! Sempre disse isso e eu adoro crianças. -respondeu-a- Mas...Não era desse jeito que eu queria... -ele fitou seus tornozelos mais uma vez, pois estava sentado em posição de índio na cama, assim como eu e a Stelly- Quer dizer, não agora, não com alguém que eu não...-ele parou de falar e olhou a garota, que agora tinha seus olhos marejados e uma expressão abalada-.

Minha irmã sabia que Tae não a amava como ela queria que amasse, sabia muito bem.
Mas aquilo ainda a machucava muito, pois diferente de Taehyung, ela sempre o amou verdadeiramente, e ainda o amava.

---N-Não! Eu não quis dizer... Eu...Eu só achava que era muito cedo e...Aigoo, não chora por favor, eu---...

---Cala a boca, Taehyung! -o empurrei pra trás, o que fez o mais novo cair de costas no chão, pois estava na pontinha da cama- Hey... Não fica assim, ele não sabe o que diz. -abracei a garota, que agora chorava num tom audível, mas não era alto- Ainda é muito cedo pra ele entender tudo. Não ta sendo fácil pra ele, digerir tudo. -expliquei e vi o maior se levantar e se sentar no chão, de frente pra nós, escutando tudo enquanto brincava com seus dedos, com lágrimas nos olhos e totalmente tristonho- Você sabe que----estalei a língua e amoleci meu coração ao ver aquele saco de bosta estilo abandonado, sozinho no chão- Aish... Tae, vem cá. -o chamei balançando a mão, e ele veio receoso- Senta aí. -e assim ele fez, exitante-.

Puxei sua camisa, o fazendo se juntar aos nossos dois corpos, e o envolvi com um braço, enquanto fazia o mesmo com Stelly, assim dando uma espécie de consolo aos meus dois irmãos mais novos que estavam passando por situações sensíveis.

---Eu amo vocês, e prometo que vai dá tudo certo, ta? -falei e dei um beijo no topo da cabeça de cada um e continuei acariciando as costas de ambos-.

Não demorou nem um segundo para que os dois começassem a chorar, agora num tom alto e dizerem coisas ridículas como: "Hyung, tu é demais.", "Oppa, eu te amo muito."... O que me fez querer rir, mas ao mesmo tempo, achei estranho.
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Depois de longos minutos os dando apoio moral e físico, eu ja não aguentava mais ficar com aquelas duas crianças chorando e falando coisas escrotas no meu ouvido, então me cansei e ja começava a revirar os olhos e bufar.

---Pronto, chega, cabou. -três palavras que basicamente, têm o mesmo significado. Foi o que eu falei rapidamente após fazer esforço para empurralos e forçá-los a desgrudar de mim, e sair daquela cama para conseguir respirar direito- Mas vocês hein... Não posso dar um voto de confiança que já querem abusar. -resmunguei-.

---os dois se sentaram lado a lado na cama, rindo fraquinho e fungando enquanto enxugavam suas lágrimas em suas mangas- Tava demorando... -Tae disse-.

---De qualquer jeito, obrigada Oppa. -Telly deu um fofo eye smile, e eu fiz o mesmo- Mas agora, eu queria dormir, ainda estou me sentindo um pouco cansada e---...

---Claro! -Tae a interrompeu- Você tem que descansar bastante a partir de agora. Não pode fazer nenhum tipo de esforço e qualquer coisa, a gente chama ambulância!

---Qual é o tipo do transtorno mental que tu tem, mano? -provoquei, e Telly riu-.

---E-eu só não quero que nada de errado---...

---TaeTae! -a menina o chamou em voz alta- Fica tranquilo... -sorriu de maneira doce e Tae apenas suspirou e sorriu de volta-.

---Telly, posso te perguntar uma coisa? -ela assentiu e Taehyung voltou sua atenção a mim, assim como ela- Teellyy, poossoo tee faazeer uumaa peerguntaa? -falei de forma lenta e esticando as sílabas, sem tirar os olhos de Tae para que o mesmo se tocasse, mas ele apenas franziu o cenho confuso e nada disse-.

---Fala, Oppa. -ela respondeu novamente, esperando minha pergunta-.

---encarei Taehyung e levantei uma sombrancelha, na intenção de que ele agora, entendesse, mas o mesmo apenas tombou a cabeça pro lado e intensificou ainda mais seu semblante confuso- PUTA QUE PARIU TAEHYUNG, SAI DAQUI DESGRAÇA, EU QUERO FALAR COM A STELLY, CARALHO LERDO DA PORRA!!! -me irritei, com tamanha lerdeza de Taehyung-.

O mais novo apenas bufou alto e fez um bico, sentindo-se injustiçado. Antes de sair totalmente da cama, sustentou seu corpo pelos braços no colchão, como se fosse uma flexão, e se inclinou para conseguir dar um breve selar na barriga quase inexistente da minha irmã.

Aquilo foi uma cena que surpreendeu tanto Stelly, que deu um sobressalto ao sentir o toque do garoto, quanto a mim, que sem perceber, abri a boca encantado com tamanha adorabilidade do que acabei de ver. Mas afinal, ja era de se esperar vindo de Taehyung; É simplesmente a cara dele fazer coisas desses tipo.

Após isso, vi um sorriso de ponta a ponta brotar no rosto meigo da minha irmã, seguido de bochechinhas rosadas e um Taehyung se levantando e passando ao meu lado normalmente, como se não tivesse feito nada de anormal.

---Até. -foi o que ele disse seco, antes de abrir e fechar a porta, saindo do quarto-.

---olhei pra Stelly de olhos arregalados e nos permitimos gargalhar daquilo- Depois dessa, acho que até eu quero ter um filho na minha barriga.  -falei e a menina arregalou os olhos imediatamente-.

O que foi que eu disse?!

---D-DO TAE, EU QUIS DIZER! -e a mais nova pareceu ainda mais confusa- N-NÃO! DO TAE NÃO! NÃO FOI ISSO QUE EU QUIS... Aigoo, só esquece o que eu falei, Pirralha. -me sentei ao seu lado-.

---As vezes eu tenho medo de você, Oppa. -provocou e eu revirei os olhos-.

---Ok, o que você vai falar e como vai falar pro Whono, que você ta grávida, e que o filho não é dele?

---Por que eu tenho que contar pra ele? -Telly perguntou, como se fosse óbvio-.

   CONTINUA   

  

Unexpectedly, Love (JIKOOK)Onde histórias criam vida. Descubra agora