POV Natasha
Acordei sentindo calor, como se eu estivesse coberta. Virei-me um pouco na cama, sentindo todo o meu corpo dolorido e pensei que só mais cinco minutinhos e eu levantaria. Espera. Uma cama? Abri os olhos bruscamente, e fiquei momentaneamente cegada pela luz, então pisquei repetidas vezes até conseguir entrar em foco. Eu estava sozinha em um quarto branco com cortinas claras e um ar de família, com criados mudos e um abajur, cobertas quentinhas e um travesseiro macio. Que porcaria é essa?
Olhei para baixo, pra mim, me deparei com uma ferida no ombro fechada por pontos bem feitos e franzi a testa enquanto as lembranças me voltavam com força. O caçador e o xerife, flecha no ombro, a luta e depois escuridão. Pela dor de cabeça eu sabia sem dúvida que alguém tinha me dado uma coronhada, muito provavelmente Rick, ou seja lá qual for o nome dele.
Ignorando o corpo dolorido, forcei minhas pernas para fora de cama e estava começando a me levantar quando a porta se abriu e um senhor entrou por ela. Eu instantaneamente levei as mãos em direção às costas com a intenção de pegar minhas Saís, só para descobrir que elas não estavam lá e que o movimento repuxava os pontos pra valer.
—Olá, imaginei que estivesse acordando mesmo. Sou Hershel- disse ele com um sorriso gentil e um leve balançar de cabeça- Mas, claro, não esperava que já estivesse levantando. Trate de ficar deitada por mais um tempo, creio que tenha perdido uma boa quantidade de sangue ontem.
—Por culpa de seu amigo, obviamente- disse com um tom de voz neutro, pois não trataria mal alguém que estava me tratando bem.- Aliás, suponho que tenha sido o senhor quem deu os pontos, então obrigada.
—Disponha. Agora fique aqui, por favor, enquanto vou chamar aqueles dois. Mal tinha amanhecido e eles já estavam na minha porta esperando você acordar. - me respondeu, e eu meio que senti cansaço na voz dele.
—Por quanto tempo eu dormi?- pelo que me lembrava era fim de tarde quando a luta toda aconteceu
—A noite toda- Oh, inferno, a noite toda é muito tempo. Que tipo de pessoa se deixa ficar apagada a noite toda em um apocalipse quando claramente está sendo sequestrada? ISSO AI, EU, NATASHA A TROUXA. Aparentemente minha expressão falou algo sobre meus pensamentos, pois ele logo completou- e não é culpa sua, criança, você claramente perdeu sangue, e por isso seu corpo precisava se recompor.
Sem mas, ele se virou e fechou a porta atrás de si. Eu meio que fiquei ofendida pelo “criança” mas deixei de lado, me sentando na borda da cama. Tudo bem, pensei enquanto olhava ao meu redor, podia ser pior, quero dizer, tinham tratado do meu ferimento, me deixado em uma cama e em um quarto arejado e confortável. A janela estava aberta, e eu podia pular por ela, apesar de que pela visão que eu tinha de onde estava, é do segundo andar, eu já tinha feito algo assim antes e não seria problema fazer de novo, mas eu não iria a lugar nenhum sem minhas coisas. Infelizmente não encontrei nada de pontiagudo para me servir de arma.
A porta se abriu bruscamente, mas não me assustei, pois já esperava por isso. Entrou por ela Rick, sendo seguido de perto por Daryl, que continuava com uma cara de quem levou um pisão no pé e não pode expor sua raiva. A novidade é que estava com a mandíbula um pouco inchada. Senti uma ponta de orgulho por saber que é feito meu.
—Que bom que acordou como se sente?- perguntou-me Rick, e eu o olhei entre indignada e confusa. Qual é, ele me sequestra e ainda mantem a pose de bom moço? Sem segurar o impulso rolei os olhos.
—Estaria melhor se minhas coisas não tivessem sido roubadas, ou se não tivessem me sequestrado.
—Suas coisas não foram roubadas, sua ingrata, estão apenas guardadas. E nós salvamos essa coisa que você chama de vida- rosnou Daryl, com aquele mesmo tom de voz que eu me lembrava: Mal humorado e rouco. Infernalmente atraente. Opa, não pense nisso.
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Stronger Feeling
FanfictionNatasha Wayland costumava ser uma pessoa normal. Cursando engenharia civil, acreditava que o maior problema que teria por enquanto seria conciliar os estudos com as aulas de luta e ginástica olímpica, seus maiores hobbys. Mas o mundo não é tão leg...