Capítulo 30

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POV Daryl

Suspiro aliviado ao ver que a loira fez o que eu pedi e corro deixando que a porta se abra. Uso a faca para acabar com alguns e puxo uma maca para bloquear o caminho. Parece que os walkers brotaram no chão.Depois de derrubar alguns sigo derrapando até o fim do corredor.

Depois de pular  a janela que Natasha deixou aberta para mim corro em direção a estrada, onde sei que vou encontra-la. Conforme me aproximo sinto falta da cabeleira loira. Ela não está lá. O alivio que senti minutos atrás se esvai rapidamente dando lugar a uma sensação ruim. Ouço o derrapar de um carro e corre nessa direção para encontrar um carro marrom com uma cruz branca de partida. Por um instante insano acho que ela me abandonou mas então vejo que a mochila dela está no chão, próxima a estrada e isso faz com que todos os alertas pisquem em minha cabeça. Ela não deixaria a mochila caída no chão daquela maneira. Na verdade, ela não deixaria a mochila facilmente. Inferno sangrento.

Grito por ela e corro atrás do carro desesperadamente até que minhas pernas cedam. Encharcado de suor, deixo meu corpo cair em uns trilhos próximos a estrada, meus músculos tremendo, meus pensamentos bagunçados e desesperados. Sinto minha garganta apertada em uma sensação retardada de choro. Porra. É a minha mulher e eu não pude protege-la.

Idiota, é isso o que eu sou. Tinha dito a mim mesmo que não iria passar pela dor da perda novamente, e olha eu aqui de novo. Confuso, sem saber o que pode ter acontecido, o coração apertado de medo,  encosto a cabeça no joelho e xingo. Xingo todos os elementos, todos os fatos e acontecimentos. Porcaria, xingo até a mim mesmo. 

Não sei se minutos ou horas depois ouço a aproximação de um grupo. Permaneço parado, na esperança de que simplesmente continuem seu caminho. A mochila está bem protegida próxima de mim, e institivamente deixo a besta pronta.

É um grupo de homens, claramente nada bons.  Armados pra caramba, me lembram um pouco da vida de Merle antes do apocalipse. Vagabundos drogados e sem escrúpulos. Lido da melhor forma que posso.  Me levanto com agilidade para poder encara-los de frente.

—Esse colete vai ser meu- diz um magrelo esquisito que tem um arco nas costas.

—Essa besta vai ser minha.- um outro diz.

—Vem pegar- digo colocando-a na mira.

—Calma rapazes, ele ainda não está morto- diz um mais velho, claramente o manda chuva dos retardados- Eu sou Joe.

Me limito a encara-lo desafiadoramente.

—Sabe eu sempre tive uma admiração com arqueiros- diz como se falasse do vento- Acho que você seria um ótimo acréscimo ao grupo.

—Não estou interessado- digo e reconheço esse tom como o que eu usava com os traficantes que Merle se envolvia. Ameaçador e ignorante.

—Ah, você parece com alguém que perdeu uma mulher. Perdeu uma mulher ?- ele me encara como se eu fosse responder alguma coisa. Diante do meu silencio ele continua- provavelmente era uma das boas para te deixar nesse estado.

Continuo em silêncio, a mira fixa.

—Nossas regras são fáceis - continua sério, enquanto ainda me analisa - Não somos um grupo de difícil convivência, e estamos aceitando mais um, já que perdemos um integrante. E eu gostei dessa sua marra.

Não é exatamente um convite, sei ler as entrelinhas, se eu disser não eles atiram em mim e levam tudo o que tenho, mas de qualquer forma já perdi Natasha, não acho que tenha mais o que perder.

— Tudo bem- digo por fim completamente ciente do fato de que nunca vou desistir dela, e de que vou encontra-la. Só preciso me livras desses filhos da puta.

Stronger FeelingOnde histórias criam vida. Descubra agora