Capítulo 37

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POV Daryl

Depois de todo o sufoco que foi segurar a porta do celeiro cada um se acomodou em algum lugar e caiu exausto. Entre todos, novamente fui o primeiro a acordar e estou como um idiota observando Natasha dormir. Sempre que acontece algo assim eu sinto o quão fácil é chegar ao fim, e ao contrário do que eu sentia antes de do apocalipse agora quero viver.

Esse tempo na estrada exigiu muito de todos, e acho que em outras circunstancias teríamos perdido as esperanças. Alguns perderam. Rick disse que somos  como os mortos caminhando, e Natasha, como a incontrolável que é bateu o pé e disse que somos muito mais que isso. Olho para ela e não a imagino concordando em nada menos do que viver.

Tento me desvencilhar dela com cuidado para não acorda-la e ver como as coisas estão lá fora, mas ela sente meu movimento e me agarra mais. Bufo irritado, mas me mantenho no lugar. Maggie acorda, olha ao redor procurando alguém também desperto e me encontra. Sorri divertida quando me vê preso pelo braço da loira.

—Acho que você não vai a lugar nenhum – diz se sentando ao meu lado. Balanço a cabeça exasperado, e ela só sorri ainda mais.

—Estava no contrato- diz a loira com a voz abafada me apertando um pouco mais. – ficar como travesseiro da Natasha até ela resolver acordar. Quis se casar comigo agora aguenta.

—Você e esse contrato- digo bagunçando seus cabelos. Ela finalmente ergue a cabeça e me encara, claramente sonolenta.

—Vocês não dormem não? A porcaria do mundo acabou ninguém tem que levantar cedo pra trabalhar mais não.- diz fazendo cara feia e se sentando. Aproveito para me levantar.

—Larga de drama – diz Maggie entre uma risada, e a loira se limita a rolar os olhos- Vou lá fora dar uma olhada nas coisas, você vem?

—Eu vou- Sasha grita de algum lugar.

—Nesse caso vão indo na frente que eu já vou.- ela diz estendendo os braços para mim, esperando que eu a puxe. Beth, Maggie e Sasha saem para dar uma olhada nas coisas lá fora.

Rolo os olhos e o faço, só que com uma força maior que a necessária, só para ela vir diretamente de encontro ao meu corpo e eu poder roubar um beijo. Ela suspira entre o beijo e meu sangue corre mais rápido, o desejo me pegando de surpresa. Esse negócio de ficar na estrada está cada vez pior. Sinto muita falta dela.

Me separo relutante, e ela dá aquela espreguiçada típica. Depois olha ao redor e abre um sorriso enorme quando vê alguma coisa e sai saltitando silenciosamente. Demoro um momento para perceber que é Glenn dormindo.

Assisto ela usar toda a força para puxar o coreano pelo pé, enquanto ri na maior cara de pau. Ele se assusta e esperneia, mas ela tira força não sei de onde e continua a puxa-lo, ficando até mesmo vermelha de esforço. Os dois riem e o barulho acorda todo mundo.

Seguro um sorriso enquanto observo os dois. Ela parece uma criança, feliz demais por ter conseguido uma espécie de vingança. Estou tão distraído que quase não noto a aproximação de Carol.

—E pensar que você negava com todas as forças que estava apaixonado- diz ela com um sorrisinho me olhando com uma expressão de sabe tudo.

—Cale a boca- digo, mas acabo sorrindo.

—Ela te fez muito bem- diz ainda assistindo a cena toda, que agora conta com Carl, também rindo e Rick sorrindo e balançando a cabeça negativamente do outro lado do celeiro. - De uma maneira que nem dá para descrever.

—Eu sei- admito e desvio o olhar para poder encarar minha amiga- Acho que ela simplesmente passou por toda e qualquer barreira como se fosse nada.

Stronger FeelingOnde histórias criam vida. Descubra agora