Capítulo 46

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POV Ian

Olho ao redor, total e completamente preocupado. No meio de toda essa confusão, Carl levando um tiro, Denise refém, e todas as merdas seguidas, não consegui encontrar Beth. Meu coração se aperta, e não sei o que fazer.

Assisto imponente a dor de Daryl Dixon ao descobrir que Natasha morreu, e não posso evitar de sentir uma pontada também, mesmo em meio a toda a minha confusão de medo e preocupação. Desespero.

(...)

POV Natasha.

A pequena queda a qual sou arrastada por Nicholas parece acontecer em câmera lenta. Aparentemente, aquela coisa de passar um filme de sua vida por seus olhos quando você está morrendo é uma grande mentira. Não passa.  Tudo o que me veio a cabeça foram os rostos daqueles que amo. Meus pais, Glenn, Maggie, Beth, Carl, a família que o apocalipse me deu. E claro, Daryl Dixon.

A imagem dele veio tão forte e absoluta que eu cheguei a arquejar naquele pequeno segundo que passou lentamente. Eram os olhos azuis dele que me encaravam quando atingi o chão, Nicholas sobre mim de uma forma sufocante.

Um grito abafado escapa quando bato duramente contra o chão, minha cabeça girando com a pancada e latejando horrores. Mais e mais walkers estão ao nosso redor, e começam a despedaça-lo. Grito quando sinto algo em minha perna, e apesar da visão meio embaçada viro o rosto procurando uma saída.

Ouço Glenn, mesmo estando tão atordoada, e quero responder, mas tenho plena noção de que se eu abrir a boca a mínima proteção que o corpo de Nicholas me dá vai pelos ares. A caçamba de lixo está a poucos centímetros de mim, e ergo os braços lentamente, até  alcançar sua lateral.

Me arrasto lentamente para baixo da mesma, descobrindo que nenhum zumbi tinha me alcançado. Um deles me nota, mês chuto sua cabeça para longe e movo minha mão até alcançar uma faca, logo depois acabando com isso.

Tudo fica escuro por um momento, e acho que perdi a consciência por uns minutos, pois quando volto a conseguir focar um zumbi está sobe meu braço, a mandíbula muito perto de minha pele. Giro o corpo e enfio a faca em seu crânio, me afastando em seguida.

Cacete. Minha garganta está seca e vejo alguns pontinhos pretos, o que me faz pensar que posso estar com uma concussão. Glenn não está a vista, e meu coração doí por saber que ele acha que morri.

Saio cambaleante de meu esconderijo e corro para longe daquele montinho de nojentos. Noto que a perna onde senti dor está sangrando e me falha uma batida ao me dar conta de que pode ser de uma mordida.

Saco as saís e abro caminho até um prédio abandonado. Saqueio em busca de algo para ajudar e encontro água. Me sento no chão, com algumas bandagens rasgadas e água oxigenada vencida, e respiro fundo buscando força. Sinto tanto medo de ser uma mordida e eu estar a beira da morte que nem sei lidar.

Depois de mais uma longa respiração, levanto a calça. Fico parada por um momento, os olhos fixos no machucado. Um suspiro de alivio escapa, e eu puxo minha faca para fora de minha pele em um movimento brusco. Graças a Deus, era só um corte de minha faca que sempre fica na bota. Limpo com a água oxigenada, e depois saio em busca de alguma coisa para costurar. Encontro um kit de costura e uso isso mesmo.

Agora mais aliviada posso pensar com clareza. Engulo uma aspirina que encontrei e me arrumo para seguir viagem. Preciso ir para Alexandria.

(...)

O caminho é uma verdadeira merda. Walkers aparecem o tempo todo e minhas saís não para de trabalhar. Me sinto cansada, e em determinado momento tenho que parar, procurar forças. Encontro-as depois de alguns minutos de cochilo.

Stronger FeelingOnde histórias criam vida. Descubra agora