Laços da Morte [Concluído]

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Duas horas olhando para o celular, o garoto não aceitava ter tomado um vácuo da garota que havia conhecido na festa na casa de Mara, era uma humilhação. Ele sabia que havia sido um dia cheio mas ela poderia responder já fazia mais de uma semana que conversavam.

Já estava de noite, ele havia passado horas na escola, junto a amigos e ex-colegas, para a homenagem, estava cansado de tantas pessoas reais. Se sentou em frente ao computador e se logou ao jogo de tiro que mais gostava, podia passar horas ali, atirando e conversando com os amigos que nunca havia visto pessoalmente. As batidas na porta do quarto não o incomodaram.

- Não posso agora!- Gritou enquanto apertava freneticamente as teclas

- Venha comer!- gritou a mãe do outro lado

Ele passou uma hora ali e depois correu até a mesa, a mãe reesquentou a comida e colocou na frente dele, o irmão mais novo pulava no sofá, o pai tentava conter a criança e a mãe ria.

- Como foi hoje?- a mãe se sentou perto dele

- Triste. Eu não conhecia a Laura tão bem assim mas todos ficaram muito tocados...

- Eu imagino. Foi difícil dar a notícia aos pais dela...- A mãe era a oficial encarregada do caso

Terminou de comer e voltou para o quarto, no celular havia uma mensagem, assim que abriu as notificações viu que era uma mensagem de Paloma, curioso leu aquilo.

"Daniel, me encontre na praça perto da minha casa, pfv. É sobre a festa."

Daniel não imaginava o que ela podia ter para conversar com ele, para falar a verdade, tudo podia ter acontecido naquele lugar. Ele havia bebido tanto que as únicas coisas que se lembrava era de que tinha chegado lá e trocado o número com uma garota que já estava de olho a tempos, além vagas memórias sobre dançar e beijar, não sabia como tinha ido parar em casa, dormindo no chão do quarto.

Vestiu uma blusa de frio e começou a ir até a porta mas antes disso sua mãe o parou.

- Aonde pensa que vai?- Disse sentada no sofá

- Eu preciso ir ali!

- São nove horas da noite, o seu preciso ir ali, pode esperar até amanhã.

- Mas mãe...

- É perigoso lá fora Daniel!

- Eu prometo que vai ser rápido!- Ele sorriu- Não é você que sempre diz que tenho que sair do quarto?

- Essa cidade não é mais a mesma, ainda não sabemos quem matou aquela garota, pode ter sido qualquer um...

- Vou tomar o maior cuidado possível!

- Tudo bem!- Resmungou- Se não voltar em meia hora eu chamo a polícia!

- Mas mãe, você é a Polícia!- Ele riu e saiu noite a fora

A praça não era longe da casa de Daniel, as ruas estavam quietas e um tanto sombrias. Assim que chegou a praça viu os brinquedos e se sentou em um balanço que ainda estava inteiro enquanto esperava Paloma. Tudo a noite fica mais sombrio, concluiu enquanto observava os brinquedos enferrujados, ja estava achando que havia tomado um bolo quando um caro se aproximou com os faróis apontando para ele.