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Ela colocou o Telefone no gancho e encarou a porta, não podia ficar ali esperando o assasino entrar. Não tinha como sair dali, a única janela era um pequeno vitral que não a deixava sair dali. Mara segurou a faca enquanto apontava para a porta mas o barulho parou e por algum tempo o silêncio reinou. Será que o assasino havia ido em bora? Ou ele havia subido a escada? Estaria a esperando sair desavisada? Ou talvez estivesse atrás dos amigos dela?

- Ninguém vai machucar meus amigos!- Gritou antes de escancarar a porta empunhando a faca

Mas não havia ninguém. Ela olhou em volta, a sensação de ser observada era enorme, a bebida fazia efeito, a casa estava começando a girar. Os passos estavam baixos, havia alguém ali mas para onde olhasse não via ninguém, a as mãos tremiam, ela andou até que escorregou em cima da bebida que havia derramdo, os cacos da garrafa cortaram sua mão. Mara estava frágil e via com dessespero o sangue que escorria, passos se aproximavam, ela segurou a faca e virou bruscamente.

- O que!?- Augusto se afastou rapidamente

- Augusto!- Ela largou a faca no chão e o abraçou

- Mara você está bem?- Ele a analisou e observou a mão cortada- O que aconteceu?

- O assasino está aqui! Quem matou todos está aqui!

- Onde!?- Ele olhou em volta- Quem é o assasino?

- Eu não sei...- Ela começou a chorar- o pessoal estava lá em cima...

- Eu vou ligar para a Polícia!

Ele pegou o celular e subiu as escadas correndo.

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- Daniel me liga por favor.- A voz de Índia na mensagem

- O que isso significa?- Daniel esfregou os olhos enquanto se sentava na cama, pela janela podia ver que ainda era noite e olhando para frente a mãe estava em pé perto da escrivaninha

- Volte a dormir querido.

- O que a senhora está fazendo... com o meu celular?

- Não é o seu, estou usando a tomada daqui para carregar o meu.

- De madrugada? Com a voz da Índia saindo dele?- Ele se levantou e pegou o telefone da mão dela- E o meu!

- Fale baixo! Seu pai está dormindo!- Luana o encarou- Por que essa menina está te mandando mensagens? vocês ainda se vêem?

- Não, mãe. Nunca entendi qual o motivo de tanta implicância com ela! Nos dois sempre fomos amigos, desde que eu me lembro, a Índia era minha amiga!

- Não, não era.- A mãe segurou o braço de Daneil- Índia e a mãe são da mesma espécie! Não vou deixar essa gente te machucar.

- Pare com isso Luana.- o pai entrou no quarto- Vamos dormir, por favor!

Os dois saíram do quarto, Daniel trancou a porta e pegou o celular, por dois segundos achou que tinha voltado ao segundo ano, as mensagens de Índia lideravam mas logo ele percebeu que não se tratavam de mensagem felizes ou de qualquer assunto aleatório, eram mensagem sobre o assasino. Algo de como o assasino era sorateiro e de como eles deviam achar um ponto de ligação entre eles. Daniel pensou um pouco, ninguém estava seguro, eles estavam destinados a morte concluiu.

- Índia...- Ele segurou o Telefone e ligou para ela, caiu diretamente na caixa postal- Índia, nós precisamos conversar, por fazor em qualquer lugar que seja.

Daniel voltou a se deitar. A quanto tempo eles não tinham uma conversa descente? Não se viam desde a morte do Rafael, de uma situação horrível para outra. Ele não fazia ideia do porquê haviam se separado, um dia estavam bem e no outro pararam de se falar. O barulho da sirene fez com que Daniel se levantasse, pela janela podia ver duas viaturas paradas na porta de sua casa, logo depois um grande barulho, movimentos portas batendo, ele abriu a porta do quarto e viu viu a mãe fardada descendo as escadas e correu atrás.

- Hoje não é a sua noite de folga?

- Algo aconteceu na casa do Ivan Albuquerque... Eu volto antes do amanhecer.- Ela bateu a porta e saiu

Albuquerque... Quem mais era Albuquerque? A não... Mara! Ela fazia questão de enfatizar o sobre nome de reafirmar quão poderoso o pai era. Daniel subiu as escadas e quando foi pegar o telefone, ele tocou era Índia.

- Você já sabe oque aconteceu?- Ela dizia do outro lado da linha

- Já! Como ela ta?

- Ela!? Estou falando do Pablo!

- Mas a Mara.... a minha mãe acabou de sair daqui dizendo que algo aconteceu na casa dela!

- Eu vou na sua casa te buscar agora!- agora era Wagner que falava

- O que esta acontecendo ai!?

- Me espera!
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- Ai!- Mara gritou enquanto a enfermeira retirava alguns cacos de vidros presos em sua mão

A casa estava movimentada. Mara estava sentada no sofá recebendo cuidados médicos. Augusto e os outros estavam cercados por alguns policias, os pais de Mara discutiam ferozmente com um dos políciais.

- Eu preciso que fique quieta, minha jovem.- Advertiu a enfermeira enquanto enrolava

- Eu preciso saber o que estão falando!- ela tentou se levantar mas a enfermeira segurou seu braço

- Espere um pouco.- a mulher de cabelos castanhos presos em um coque falou tranquila- Você é impulsiva, igual à minha filha.

- Posso garantir que a sua filha não chega aos meus pés.- Mara riu- Quem é a sua filha?

- Vocês devem ter estudado juntas...- Ela sabia acalmar aquela garota era a melhor ideia, conversar a desligaria daquele momento caótico- Índia, conhece?

- Sim, sempre quis saber por que ela se chama assim...

- Marasia!- o pai gritou e ela correu até ele- O que aconteceu de verdade?

- Pai, eu desci para pegar um refrigerante...- a policial em sua frente anotava tudo- E começou alguns barulhos estranhos e quando eu fui pra sala...

- Vodka?- a policial comentou procurava de onde o odor vinha- A senhorita tomou algumas coisas?

- Eu derrubei...

- Ela só vai falar na presença do nosso advogado.- o pai disse
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Daniel estava perplexo. Se Wagner realmente aparecesse? O que havia acontecido com Pablo? E Mara? O celular apitou, a massagem dizia "olhe pela janela", Daniel olhou pela janela, podia ver Wagner acenando em cima de uma moto. Desceu as escadas silenciosamente e encarou wagner por um tempo.

- Desde quando você sabe dirigir?- Perguntou se aproximando- Onde conseguiu?

- É do meu primo. Suba ai, nos precisamos encontrar a Índia.- Wagner sorriu ao ver Daniel

- Tem certeza?- Ele analisou a moto e por um momento observou Wagner

- O que foi?- Wagner perguntou enquanto Daniel olhava para ele

- Nada!

Daniel montou na garupa da moto.

- A quanto tempo você dirigi isso!?

- Fique tranquilo, eu sou um garoto da cidade grande, tenho meus truques.

Daniel se apertou contra Wagner, enquanto a moto disparava.

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O unicórnio retirou o Pablo desmaiando da van e o jogou, sem muita cerimônia, no chão de terra. O analisou, ainda respirava, ferimentos sutis.

Pablo não ia morrer por enquanto mas seu tempo já estava quase no fim.

Laços da Morte [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora