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Quando os grito se tornaram muito intensos Índia percebeu que algo estava errado e correu desenfreadamente de volta para a casa, não havia arrancado de Mateus uma resposta consistente, ele dizia coisas sem muita certeza, estava mais  bêbado do que alegava, não disse em nenhum momento o nome de quem estava por baixo daquele máscara, ele tinha medo e só queria que os dois fugissem.

Dentro da casa, havia uma pequena roda em volta da escada, jovens choravam, foi então que ela viu Mara, caída, ensanguentada e sem vida. Índia teve que se segurar, para que os joelhos não fossem de encontro ao chão, ela se meteu entre as pessoas, vendo ainda mais o corpo de Mara, se não tivesse sido agarrada teria se debruçado em cima do corpo mas Wagner a abraçou e a tirou daquele meio.

- Ela se foi...- o rapaz disse sucinto- Ela se foi...

- Cadê o Daniel?

- Eu me perdi dele... ele estava no banheiro mas eu não vi quando ele saiu e acho que ele não me viu...

- Precisamos encontra-lo!- Índia sentiu o celular vibrar, abriu a mensagem do número desconhecido

"Venha para o fim. Sabe onde me encontrar."

Índia soltou um grunhido e Wagner leu a mensagem, olharam em volta e encontraram Daniel com o celular nas mãos perto da porta da cozinha, ele andou de encontro aos dois, como se lessem a mente um do outro, eles começaram a caminhar para fora da casa. Se o Unicórnio os queria, era isso que ia ter.

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Helena encarava horrorizada o corpo de Mara estirado no chão, ela queria chorar e bater em todos que estavam pela frente, como isso tinha acontecido? Mara estava com ela e foi ao quarto só pra se arrumar e agora a garota estava morta...

Olhou em volta, quem quer que tenha feito isso tinha que estar ali, a tempos que Mara estava estranha, desde que começou a andar com Índia... Helena sentiu as lágrimas se juntarem e então olhou em volta novamente, Índia começava a sair, Helena se levantou empurrado todos que via pela frente e começou a seguir os três que corriam desesperadamente.

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Os três já estavam correndo a um bom tempo, não sabiam que a casa de Mara era tão longe da escola, em algum momento o chapéu de Índia voou mas ela não se importou, Daniel havia arrancado a máscara. A escola Santa Borgonha estava fechada e a fachada muito bem iluminada, como se soubesse que a morte a rondava.

Índia os guiava em meio ao caminho escuro, o terreno baldio de um lado, de outro uma casa velha e uma cerca de arame, entre os carros velhos abandonados havia uma van nova, Índia sabia que aquele era o lugar, cruzaram a cerca sem nem pensar muito e entraram em direção a casa, correndo. A porta da velha casa estava aberta e eles entraram sem hesitar, estava escuro, Wagner tateou a parede achando o interruptor de luz, quando a sala ficou clara, Índia reprimiu o grito.

- Puta merda.- Daniel sussurrou

Todas as paredes da sala estavam cobertas por fotos, havia uma televisão, uma poltrona, uma mesa de centro abarrotada de embalagens de comida e uma estante, aquilo era um covil, qualquer um ficaria louco ali dentro.

- São fotos... nossas...- Disse Daniel encostando em uma parede- Antigas...

- Recentes.- Wagner falou enquanto também olhava as fotos

Laços da Morte [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora