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As pessoas pararam de encara-los quando os três chegaram na rua da casa de Mara, os vizinhos pareciam acostumados a adolescentes fantasiados. De longe eles viam a casa de Mara, carros parados na porta, luzes e música, assim que cruzaram porta, a sala toda os encarou mas a atenção foi voltada rapidamente para Mara que descia a escada. E como era de se esperar ela estava linda e fantasiada de unicórnio, não algo sombrio e que cheirava a morte, algo leve e rosa. Usava uma tiara com um chifre e flores, um body com um enorme unicórnio desenhado e uma curta saia branca colada, Índia não acreditou por um segundo, mas aquela era Mara e estava sendo só ela mesma.

A garota fantasiada de unicórnio andou até os três, arrastando o olhar de toda a festa.

- Oi!- gritou por cima da música eletrônica- Ainda bem que chegaram, tem mais gente do que eu esperava aqui!

Daniel olhou em volta, alguns eram conhecidos, os atuais alunos do terceiro ano, alguns mais velhos, outros jovens que ele não sabia quem eram e qualquer um deles poderia ser o Unicórnio.

- Acha que ele já está aqui?- Wagner perguntou

- Com certeza.- respondeu Mara

- Então temos que ficar juntos... Tomar cuidado...

- Beber e comer!- Mara riu- Tem muito álcool na cozinha, não vão perder a oportunidade!

- Me escuta Mara...

- Eu não vou ficar a festa colada com vocês não, eu sou o centro mas preciso de espaço também, eu vou estar sempre com a Helena, vocês podem ir fazer a sua busca ou qualquer coisa.

Mara deu as costas e saiu, se juntando a um grupo que conversava animadamente. Índia pegou o celular, não podia perder a hora que Mateus mandasse a mensagem a ela, Daniel permanecia ao lado de Wagner de mãos dadas, um rapaz passou e o ofereceu uma latinha de cerveja, ele não hesitou em aceitar, arrancou a máscara e começou a beber.

- Eu não vou ficar bêbado.- Disse vendo os olhares que recebeu- Só o suficiente para me manter esperto a noite.

- Ficar aqui na porta não adianta muito, tem a parte de baixo, a piscina, a parte de cima, a casa é enorme.- Índia voltou ao celular, nenhuma mensagem

- E se a gente fingir se divertir?- Wagner questionou- Entrar no ânimo da festa, conversar um pouco...

- Parece bom, vai parecer que não estamos procurando por ele.- Índia tremeu, sabia que naquela divisão, ficaria só- Não podemos nós perder de vista!- alertou- Qualquer coisa estranha, corram.

Daniel e Wagner se afastaram um pouco indo para perto da escada, Índia permaneceu perto da porta, se escorando em uma parede fingido curtir o som da música aleatória, não demorou muito para que um rapaz se aproximasse dela, perguntando se ela era a responsável pela morte de Suzana, Índia somente se retirou indo para a cozinha, Daniel e Wagner a seguiram com o olhar, agora ela precisava beber, pelo menos para esquecer aquela pergunta inconveniente. Daniel e Wagner, conversavam sobre algo enquanto trocavam beijos, não deixavam de receber alguns olhares feios, Daniel pegou algumas latas fechadas de cerveja de um casal que conversa despercebido na escada. Mara e Helena estavam agarradas, indo de braços dados para todos os lugares possíveis sem colocar nenhuma bebida na boca, era muito importante estar sobrea está noite. Índia voltou a sala, os dois rapazes estavam no mesmo lugar, Mara também na sala, podia ver todos, todos os que restaram, as onze da noite o celular vibrou e ela olhou a mensagem de Mateus com certa desconfiança, mas saiu da casa, o vendo parado do outro lado da rua não se impediu de correr para abraça-lo.

Laços da Morte [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora