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- Mas o que estamos esperando exatamente?- foi o que Daniel disse sentado no chão

- A mensagem disse que estava começando!- Joana reclamou

- MAS NÃO TEM NINGUÉM AQUI!

- Ele nos enganou.- Disse Mara rindo, era o que ela mais fazia, ria loucamente- Merda! Estava tão fácil.

- Droga!- Daniel fechou os olhos tentando não imaginar o que estaria por vir- Eu vou andar mais.

- O que?- Joana questionou

- Ele mandou você ficar aqui, não quer dizer que seja aqui ou aqui perto, pode ser qualquer lugar nessa imensidão, eu vou procurar.

- Não! Você vai sair por ai sozinho?

- Vocês continuam esperando.- Disse enquanto se levantava- Ele deve vir não é?

- Qualquer coisa, eu tenho uma arma!- Mara disse cheia de si

Eles se despediram com um aceno de cabeça, Joana voltou para dentro do carro enquanto Mara esperava encostada na porta do passageiro da van, Daniel começou a andar, encarou o celular com pouca bateria, mais ligações perdidas do pai, da mãe e de Wagner. Se sentia um pouco mal de não tê-lo levado ou avisado onde iam, Wagner também fazia parte daquilo. Andando cada vez mais um barulho parecia aumentar, talvez vozes, talvez gritos, ele se enfiou entre os matos, em um primeiro momento achou que eram apenas coisas de sua cabeça então correu, mesmo sentindo dor, correu até ver o Unicórnio em pé e duas pessoas caídas no chão.

O Unicórnio olhou em volta com sua máscara medonha e não viu Daniel, então começou a se retirar, assim que a figura sumiu Daniel disparou correndo até a cena que via.

- Ai meu Deus!- ele levou as mãos ao rosto

De um lado estava Índia, deitada imóvel no chão e ao lado dela um garoto loiro com um enorme corte na garganta, a poça de sangue se espalhava pintando o verde da grama de vermelho escuro, os olhos do garoto continuavam abertos, encarando o céu com poucas estrelas, se agachou perto de Índia, ela tinha que estar viva! A sacudiu algumas vezes, a garota mudou sua expressão, da suavidade do desmaio, para a confusão de acordar e logo depois os olhos arregalados para Daniel. Ele se debruçou sobre ela e a abraçou desajeitadamente, Índia o abraçou rapidamente e o soltou, voltando seu corpo para Leo.

- Não! Não!- Ela gritou se aproximando do corpo morto do primo no chão- Leo... LEO!

Daniel a segurou antes que ela se debruçasse no sangue, os dois com os olhos repletos de lágrimas se encararam.

- Vamos ligar para a polícia...- Daniel pegou o telefone e encarou o objeto prestes a descarregar- Merda!

Índia ainda sentia a cabeça doer, o corte na testa havia parado de sangrar, agora um novo, na parte de trás sangrava e Leo estava morto. Ela se agarrou a Daniel, afundando o rosto em seu peito, evitava olhar, evitava pensar, evitava falar, era mais uma morte que via, Paloma, Raphael, Jonas, Pablo, Suzana e agora Leo, todos mortos.

- Índia precisamos de um jeito de sair daqui!- ele continuava olhando para Leo- Chamar a Polícia! Chamar o detetive! Alguém!

Ela continuava se apertando contra ele, abafando o choro.

- Não da pra ir até a Mara...- Daniel olhou em volta e seu telefone era a única opção

Ele soltou Índia por um instante e discou para a polícia, voltou a garota que agora abraçava o próprio corpo sentada de costas para o primo morto. Ligou para a polícia, precisava cuidar de Índia agora.
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Laços da Morte [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora