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Lucas havia assistido a filmagem da câmera de segurança diversas vezes, agora no carro, se dirigindo a casa de Mara, aquela imagem ainda rodava em sua mente.

Os dois corriam, a frente ia um rapaz que de costas não podia ser tão bem identificado, logo atrás vinha o Unicórnio, o rapaz se abaixou perto de um carro, mesmo com a câmera não tendo pegado muito bem deu para ver o momento em que o rapaz usou o celular para se comunicar com alguém, o suficiente para que ficasse despercebido de quando o Unicórnio se aproximou dele e tomou o celular, jogando-o no chão, e logo após deu se início a uma agressão, um chute, o Unicórnio não parecia tão feroz como se era esperado, pois o rapaz conseguiu derruba-lo e correr, mas enquanto corria o Unicórnio puxou uma arma disparando para o alto e o rapaz caiu.

Se ai a filmagem tivesse acabado, todo o depoimento de Wagner Pacheco sobre a noite em que foi levado para o esconderijo estaria perfeitamente encaixada, mas a verdade era nua e crua.

Os dois se levantaram e andaram um em direção ao outro, o rosto de Wagner estava em um ângulo visível para a câmera e o Unicórnio puxou a máscara, revelando o rosto de Augusto Lopes por baixo da máscara. Wagner se abaixou e pegou o seu telefone, o entregando ainda desmontado a Augusto que o guardou, os dois se encaram e Wagner parecia enfurecido, gritou algo que pareciam ordens e segurou o braço de Augusto com muita força, força suficiente para que o rapaz choramingasse até ser solto, tomando a arma de suas mãos, Wagner a apontou para Augusto, que o obedeceu sem resistir.

Os dois entraram no caro, o mesmo que antes Wagner tinha se escondido do Unicórnio por medo, era o carro de Augusto, estrategicamente parado, o carro saiu em disparada.

Tentou se controlar com Fábio ao seu lado, agora que sabiam quem era o Unicórnio estava perdido, não demoraria muito para descobrir sobre o terreno, sobre o acordo e sobre sua parceria na morte de Leonardo, sua reputação estava por um fio, queria estar indo sozinho, mas a ligação de Mara o pegou despercebido, o telefone estava distante e assim que Fábio viu o nome Marasia na tela, o obrigou a atender e colocar no viva voz, o desespero na voz de Mara se espalhou pela sala e quando ouviu o Unicórnio do outro lado da linha, só teve tempo de desligar antes que seus podres fossem contados em voz alta, e então ele e Fábio partiram para a casa de Mara.

Quando chegaram já era tarde, foram os primeiros a ver o corpo e tentar conter os adolescentes enlouquecidos, os reforços chegaram logo depois,  ninguém sabia como o assassinato tinha ocorrido, quando tinha acontecido, ou quem tinha matado, mas Lucas sabia, queria pegar o carro e se dirigir ao velho terreno, mas a situações somente piorava, quando os pais começaram a chegar tudo se descontrolou e quando senhor e senhora Albuquerque apareceram, tudo se tornou caótico.

Eles empurraram a noite, observando a cena do crime, um homicídio, não havia provas e assim como todos os outros, brutal e assustador, tentaram colher alguma informação mas a única coisa que tinham eram informações confusas de adolescentes, alguns diziam não ter visto nada, outros estavam confusos demais para falar, mas Lucas só precisou de um deles para alinhar as coisas, o rapaz alegava ter visto Índia, Daniel e Wagner saírem correndo quando Mara apareceu, eles tinham ido para a casa, teria que dar um jeito de escapar daquilo.

As horas se passaram e ele não conseguia nenhuma brecha, até que uma ligação mudou tudo, uma garota alegando estar ferida e que pessoas que estavam junto a ela corriam perigo, já que o assassino mascarado de Unicórnio estava a solta na casa com eles, para a infelicidade de Lucas a ligação de Helena não foi direcionada a ele e sim a polícia, agora ele se dirigia juntamente com Fábio, polícias e uma ambulância, até o confuso lugar que a garota tinha informado.

Laços da Morte [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora