O fim de semana no interior de York havia se provado muito mais agradável que William estava contando. Evidentemente ele não viajou sem segurança nenhum, mas querendo agradar Crystal ele conseguiu convencer o chefe de segurança que um oficial de proteção seria o bastante e assim eles chamariam menos atenção.
O chalé que ficariam hospedados era do chefe de Crystal. Ela o contou que havia ganhado um fim de semana quando tinha se mudado e participara de um leilão beneficente.
— Por que você não foi antes? — William perguntou confuso, enquanto dirigia.
Crystal tinha se mudado em outubro afinal de contas!
— Porque eu não tinha companhia. — ela respondeu fazendo carinho em sua coxa.
Eles chegaram e descobriram que se tratava de um condomínio privado na região rural. Era tomado por chalés, casarões, mas naquele fim de semana em particular parecia bem vazio para completo deleito de William.
O chalé do chefe de Crystal era feito completamente de madeira e vidro. A cobertura do chalé era de vidro, o que os possibilitava que vissem o céu iluminado pela noite enquanto estivessem na cama.
Quando eles chegaram precisaram visitar a cidade vizinha. Crystal e ele não haviam trazido suprimentos, então eles foram até o mercado para comprar pelo menos macarrão instantâneo para o jantar. Evidentemente Crystal acabou se empolgando ao visitar a sessão de frios, comprou salmão e decidiu que o jantar deles seria japonês.
Voltaram pelo caminho escutando blues, na verdade a viagem inteira eles ouviram a playlist de jazz, blues e soul de Crystal.
— É seu estilo predileto de música, não é mesmo? — William indagou.
— Meu pai é judeu. — Crystal deu de ombros. — É óbvio que eu vou ser fã de Billy Joel. Não é só porque ele é uma lenda, é porque era tudo que eu ouvia quando meus pais estavam em casa.
William ficou surpreso por saber que Crystal vinha de uma família judia. Ele a disse aquilo quando os dois pegaram para limpar o chalé.
— Só meu pai é judeu. — corrigiu Crystal. — Minha mãe é católica e também meus avós. Eu frequentei colégio católico e fui batizada na igreja. Na religião judaica, para você ser considerado judeu precisa vir do ventre judeu. Minha mãe nunca se converteu e eu também não tive o interesse... meu pai é um judeu bem relapso, sabe? Eu nem sei quanto tempo faz que ele não visita a Sinagoga. Até porque, ele vivia viajando certo? Então não era como se pudesse me influenciar ou me ensinar muito.
William acenou com a cabeça. Ele não acreditava em Deus.
— Por que não? — Crystal perguntou confusa.
— Acho besteira acreditar que existe um Pai que olha por nós. — William disse dando de ombros. — É só matéria.
— Não precisa ser cínico também. Não é só matéria, William. — Crystal disse passando o espanador nos móveis. — Ontem foi especial certo? Trocamos energia dentro da banheira. Quando transamos de madrugada e você disse que adorava me sentir, nós estávamos trocando energia também. Então não é só matéria, entende? Eu também tenho minhas dúvidas com relação a figura de um pai celestial, mas eu acredito que há algo muito maior que nós e que não podemos explicar. Acredito também que exista um pouco disso em cada um de nós, caso contrário não seríamos capaz de sentir tanto. Até em você, mesmo que seja cético.
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The Other Woman
RomanceCrystal Sinclair é uma advogada nova-iorquina, nascida e criada em grande estilo na alta sociedade de Manhattan. Após o fracasso de seu relacionamento com um jovem ambicioso, ela aceita um trabalho em Londres e decide apostar na cidade da Rainha par...