CAPÍTULO 45

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— Você gostou do seu novo quarto? — Crystal perguntou a George, escorada no batente da porta.

Ele tirou os olhos do livro que tinha em mãos, O Mochileiro das Galáxias, e confirmou com a cabeça sorrindo.

Crystal decidiu que o quarto de George tinha que ter a ver com ele. Ao invés do tema de helicópteros que William havia sugerido, ela tinha feito o quarto do menino extremamente geek e colorido.

Ela comprou miniaturas, fez uma estante de livros, colocou um revisteiro para que ele acomodasse suas histórias em quadrinho. Havia alguns pôsteres também, ela tinha recebido uma olhada feia da criadagem, mas Crystal nem ligou. O importante era que George parecia muito contente com seu quarto e a televisão que Crystal convenceu a William de colocarem no quarto dele.

— É bom. — George confirmou. — Obrigada Crystal. Meu pai me contou que foi você quem fez tudo.

— Foi ele quem pagou. — Crystal riu e deu de ombros. — Eu estou feliz que tenha gostado.

— Estou feliz de viver aqui. — George disse serenamente. — É silencioso. Eu gosto.

Sorriu e acenou com a cabeça.

— Eu e seu pai estamos lá embaixo se precisar de nós. Não está com fome?

George negou com a cabeça.

Cedendo, Crystal fez o caminho das escadas e as desceu cuidadosamente para encontrar William no sofá assistindo televisão e bebendo cerveja. Eles tinham feito pão de alho para beliscar naquela tarde.

— George está no quarto? — William perguntou.

— Sim. — Crystal confirmou. — Está lendo. Perguntei se ele queria um lanchinho, mas disse que não. De qualquer forma mais tarde vou picar algumas frutas para ele.

— Você os deixa mimados. Ele pode descer e pedir algo para comer na cozinha.

Acariciou a nuca de William e murmurou que ela gostava de mimar. Deitou a cabeça no ombro dele e assistiu silenciosamente um viking estripar o outro.

William fez carinho em seu cabelo e não dizia nada. Ele comeu e tomou sua cerveja silenciosamente, num ato muito caseiro e que nada parecia ter a ver com a de um homem que durante a semana vestia um terno e se preparava para se tornar Rei.

Crystal achava até que as pessoas nunca nem tinham visto William de chinelo.

— No que você está pensando? — William perguntou quando deu intervalo da maratona. — Está com sua carinha.

— Carinha de...?

— De pensativa. — ele respondeu beijando sua testa.

— Estou pensando se alguém já te viu de chinelo. — Crystal disse sorrindo. — Você só anda de terno a semana toda.

Ele sorriu e pensou por um momento até informar que talvez tenham o visto de chinelo na praia.

— William... você tem medo de ser Rei? — perguntou.

— Às vezes. Não tenho medo de não chegar a ser Rei, mas tenho medo de ser o último. — William respondeu. — Não é relevante para mim se eu vou ou não entrar para a história, se eu vou presenciar e ser a chave de algo essencial. Eu quero fazer um bom trabalho, vou servir e permanecer em meu posto até morrer.

The Other WomanOnde histórias criam vida. Descubra agora